Nando Reis e a história do Infernal

02/09/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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02/09/2014

Nando Reis ficou amigo de Tom Capone em Seattle. Na época, ele ainda fazia parte dos Titãs e participava da gravação do álbum “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana” (2001), que rolava na cidade norte-americana.

Tom foi visitar a banda, Nando o buscou no aeroporto e, conta, ficaram muito amigos. A proximidade fez com que falasse a respeito do desejo de lançar um novo disco solo e, de preferência, gravado em Seattle. “E foi o Tom que viabilizou tudo isso”, lembra o músico, que acabou mesmo gravando “Para Quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro” (2000) por lá, com a produção do próprio Tom em parceria com Jack Andino.

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Ouça o disco:

“Infernal” veio em seguida, mais especificamente em 2001, e é, para Nando, o momento que melhor representa sua parceria com o produtor. “Naquela época, eu tinha feito o ‘Arco-Íris’ em Seattle e trouxe músicos de lá para a turnê, que durou três meses e foi linda, mas mal-sucedida”, lembra. “Havia preparado uma puta banda, que foi o cerne dos Infernais, mas pouca gente viu. Então, falei para o Tom que queria registrar aquilo tudo.”

O produtor não só apostou na ideia, como quis que o disco fosse feito em sua casa, ao vivo, com a banda montada na sala. “Pelo fato de estarmos superensaiados, passamoss o som no sábado e, no domingo, gravamos o disco literalmente ao vivo, como se fosse um show”, conta Nando. Só não foi um take só, porque Tom sugeriu que algumas músicas ganhassem detalhes extras. “Minha Gratidão É Uma Pessoa” foi uma delas, e é a mais especial do disco para Nando. “Por causa da guitarra brilhante, genial, que ele acrescentou”, explica.

Ouça o disco:

Segundo o músico, a conversa com Tom era simples, porque ele topava tudo. “Era assim: Vamos arriscar? Vamos. Vamos experiementar? Vamos”, recorda. “A forma como eu fiz os dois discos com ele foi muito do jeito que eu acredito, porque ele sabia que o artista era eu, que a função dele era captar aquilo que eu tinha como ideia, e cuidar para que isso fosse registrado com a mais alta qualidade. Era combinar a qualidade e a espontaneidade, que é uma marca que eu tenho, é o jeito que eu gosto de gravar. Gosto de ensaiar muito e gravar em poucos takes, sendo rápido. Não gosto de ficar horas fazendo takes.”

Tom, Rogério Flausino, Nando Reis, Cássia Eller e amigos

Tom, Rogério Flausino, Nando Reis, Cássia Eller e amigos

Das boas lembranças que Nando tem da época em que trabalhou com Tom, estão também os churrascos que rolavam na casa do produtor, ao fim do expediente. “Bicho, era a tão divertido gravar um disco, comer um churrasco e tomar uma cerveja, pois a gente partia do princípio de que o nosso trabalho precisava manter toda a relação prazerosa que a gente tinha, não ser uma coisa sacrificante”, diz, deixando clara a saudade que sente do amigo e produtor.

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