Ao lado de nomes como Janis Joplin, Patti Smith e Joan Jett, a promíscua Debbie Harry nos mostrou o impacto de uma mulher empoderada no palco, líder de sua própria música e corpo. A vocalista do Blondie completa 70 anos hoje de muito sex appeal e rebeldia que abriram caminho para que outras artistas pudessem surgir.
De secretária da rádio BBC em Nova Iorque, garçonete e coelhinha da Playboy a referência na música, Debbie é uma grande precursora. Quando começou, o Blondie podia ser uma banda essencialmente de punk rock e new wave, mas não por isso eles deixavam de experimentar com outras sonoridades. O clipe de “Rapture”, por exemplo, é dito por muitos como “o primeiro rap a ser transmitido pela MTV”. “The Tide is High”, o grande hit e primeiro single do disco Autoamerican (1980), é um cover de uma música jamaicana dos anos 60.
Sem falar que Debbie já via algo poderosamente subversivo em uma mulher de macacão de prisioneira muito antes do sucesso da série de TV norte-americana Orange is the New Black.
Além de estourar nos anos 70 e 80 com o Blondie, a aniversariante do dia também lançou cinco discos solo, o último foi Necessary Evil (2007). Seu trabalho atual é com o Blondie: o disco Ghost of Download estreou no ano passado.
Aos 70 anos, Debbie Harry é uma feminista convicta. Sua presença de palco sempre mostrou uma mulher que está no controle da situação. O protagonismo feminino é uma de suas lutas. Em 1980, ela se reuniu em um quarto de hotel em Londres com as mulheres mais fortes do punk rock da época: Chrissie Hynde, Siouxsie Sioux, Viv Albertine, Pauline Black e Poly Styrene. Kate Bush também foi convidada, mas não pode ir.
Debbie, Albertine, Sioux, Black, Styrene e Hynde em 1980
Até a rainha do pop Madonna já foi inspirada pela força e autonomia de Debbie Harry. Não há como contestar sua influência. Ouça a playlist abaixo para comemorar os 70 anos da platinada: