Não se apegue somente àquilo que você conhece.
“Sistrionix”, um dos melhores discos lançados em 2013, é o álbum de estreia do Deap Vally, banda formada por Lindsey Troy (vocal e guitarra) e Julie Edwards (bateria). Com apenas dois anos de carreira, a dupla de Los Angeles, na Califórnia, já coleciona feitos incríveis no seu currículo, como uma turnê pelo Japão e shows ao lado de Iggy Pop no Hyde Park, em Londres, e nos festivais ingleses Reading 2012 e Glastonbuy 2013.
E foi para falar sobre a ótima repercussão de “Sistrionix” que conversamos com Julie Edwards, por e-mail, às vésperas do Deap Vally se apresentar no Lollpalooza Chicago, no último final de semana. Simpática e muito atenciosa, a baterista também falou um pouco sobre moda e discos de vinil. Os melhores momentos dessa conversa a gente reproduz aqui embaixo:
“Sistrionix” foi lançado no final do mês passado e era um dos discos mais aguardados do ano, especialmente por causa dos singles “Gonna Make Your Own Money” e “End of the World”. Como está a repercussão do disco? Vocês já conseguem dimensionar os primeiros resultados?
A repercussão tem sido ótima e todos os fãs parecem estar bastante empolgados com o álbum. Para nós, é incrível criar uma peça de arte e perceber que muitas pessoas entenderam, de imediato, as nossas intenções por trás dele. É sempre interessante para a gente saber quais são as músicas favoritas dos fãs.
Nós acompanhamos o Glastonbury daqui do Brasil e considerados o show do Deap Vally uma das melhores apresentações do terceiro dia do festival. Como foi tocar lá?
Wow! Muito obrigada! Isso para nós é um baita elogio, ainda mais considerando todas as outras bandas legais que tocaram por lá. O Glastonbury foi uma experiência incrível e esmagadora. Ele é um festival muito grande, para mais de 250 mil pessoas. Para você ter uma ideia, levamos quase uma hora para ir de uma ponta a outra do parque. E como ficamos apenas um dia, não conseguimos desfrutar tudo o que o Glasto oferece. Mas a impressão que tivemos era que todo mundo estava se divertindo bastante, em uma verdadeira aventura. A verdade é que foi muito bom tocar no festival. A Lindsey, inclusive, fez o seu primeiro crowdsurf lá no Glastonbury.
O single “End of the World” foi lançado em vinil e “Sistrionix” também terá a sua versão no formato. O que torna os discos de vinil algo tão especial para vocês?
Eu acho que é através do vinil que você pode ter uma relação definitiva com a música. Além disso, o LP permite que se tenha uma arte maior, uma capa mais bonita. Eu acho que com o vinil é possível respirar a música. E o som dele é tão bom, como se tratasse de um outro tempo.
“Sistrionix” foi produzido por Lars Stalfors, que já havia trabalhado com as bandas The Mars Volta e com a cantora Juliette Lewis no passado. Como podemos dimensionar a contribuição dele no álbum?
Ele realmente soube nos deixar confortáveis para que pudéssemos render da melhor forma. A gravação foi muito crua e isso funcionou muito bem. Lars é como um irmão para nós. Além disso, ele sabe como poucos deixar a bateria com um som grandioso e as guitarras robustas e deliciosas. Nós adoraríamos trabalhar com ele num próximo álbum.
Uma das coisas que chama a atenção no show do Deap Vally é a forma como vocês se vestem, de um jeito que tem muito o estilo do rock n’ roll cru e agressivo que vocês executam. Vocês buscam mesmo essa relação entre música e moda ou isso é algo que acaba acontecendo totalmente por acaso?
Bem, nós queríamos mesmo ter um destaque nos nossos shows, com algum figurino especial ou coisa do tipo. Quando começamos a nos apresentar ao vivo, isso parecia uma coisa instintiva que tínhamos que fazer. Hoje, a Kittinhawk e a estilista Michelle Rose que desenham e cuidam das peças que usamos sobre o palco. Somos uma banda ao vivo em primeiro lugar. É por isso que precisamos desse cuidado e de roupas que se movam do mesmo jeito que a gente se move.
“Sistrionix” acabou de sair e você tem uma série de shows marcados nos próximos meses, sobretudo nos festivais do verão europeu. E depois disso, o que vocês pretendem fazer?
Turnês, turnês e mais turnês. Esperamos poder fazer algum em breve também no Brasil!