“Antes, Durante e Depois”, novo álbum do Pavilhão 9 marca o fim de um hiato de 11 anos

18/08/2017

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Por: Fabiano Post

Fotos: Roberto Salgado

18/08/2017

Finalmente acabou-se a espera, findou-se o decorrente hiato, para alegria geral da nação de fans enlutados, o Pavilhão 9 está na área após longos 11 anos – para quem tem 25 anos de estrada, a ausência é demasiada, mas foi o tempo necessário para colocar a casa em ordem. Vale lembrar que a banda formada no Grajaú, Zona Sul de São Paulo, em 1990, independente do momento vivido, nunca deixou de afirmar e reafirmar seu espaço nas instâncias superiores do rap nacional.

Conheci o Rhossi e seu black power – já bastante diminuto na época, em 2005 na sala de reuniões de uma pequena gravadora em Sampa, a banda recém havia retornado de uma pausa de 4 anos. Ainda era vivíssima em minha memória a arrebatadora apresentação do Pavilhão 9 no Rock in Rio 2001 – onde os integrantes da banda retiraram as famosas toucas ninjas que mantinham suas identidades em segurança dos “otários fardados”.

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Ainda em 2012 fez uma rara aparição no festival Lollapalooza, segundo consta, descolado pelo Fernandão – ex-batera; em meio a um ciclo sabático que durava, até aquele momento, 5 anos mais ou menos. Poucas gigs depois a banda hibernou novamente. Mas em 2014 Rhossi dá um basta e assume as rédeas de sua criação.

Como um admirador do som pesado da banda e de suas letras cirúrgicas e provocadoras, o Pavilhão me parece mais maduro, conciso e focado como grupo, do que quando os conheci em 2005. Rhossi faz dobradinha no frontline com seu fella de quebrada Doze, os MCs são dois dos pilares fundamentais do Pavilhão 9. Os “calouros” são os experientes Leco Canali, na cozinha; Heitor Gomes, no baixo e Rafael Bombeck Freiria, na guitarra.

O single, “Tudo por Dinheiro”, lançado no último dia 21 de julho, foi a corda que puxou a caçamba do novo registro do Pavilhão, o sétimo da carreira, Antes, Durante e Depois, lançado pela Deckdisc no dia 11/08, produzido pela banda e pelo produtor Daniel Krotoszynski e pick-ups pilotadas pelo DJ MF. Um dos pontos artísticos fodões do registro, a quinta faixa, “Pesadelo Gangsta”, teve suas bases produzidas pelo guru DJ Nave Beatz.

A ilustração do encarte ficou a cargo do Leandro Dexter e traz um Rhossi vestindo a mítica máscara de hóquei – aquela do psico-killer Jason Voorhees, um dos mais fortes signos que os fans tem da banda. Em seu DNA toda a sonoridade pesadona que endossa o P9 de outros tempos, repleto de metais nervosos, groove, flow e todas aquelas transas multi-sonoras rap, hip hop, rock, trap conhecidas e praticadas virtuosamente pelo bastião do rapcore nacional.

São dez pedradas – opsss…quero dizer – faixas, daquilo que o Pavilhão sabe fazer melhor: barulho de altissímo nível, no talo, letras engajadas que batem dolorido na putaria desenfreada que rola solta no contexto politico-social do país e encontra nos polítcos e poderosos seu alvo de predileção. Um disco temporalmente vigoroso, um transe esmagador em menos de 30 minutos. Primal em termos sonoros, que conecta o P9 com o seu glorioso passado, sedimenta o seu presente em bases sólidas na trilha de um caminho certeiro para o futuro.

O primeiro clipe de Antes, Durante e Depois, foi retirado da “costela” da faixa “Tudo por Dinheiro”, tem direção do maestro e parceiro da banda, de longuíssima data, Alex Miranda e produção da Trator Filmes.

Anota aí e cola lá: A primeiro gig dessa retomada dos trabalhos será na não menos mítica casa de shows Opinião, em Porto Alegre, no dia 19 de outubro!

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18/08/2017

Gaúcho, de Porto Alegre, vivendo a 15 anos no Rio de Janeiro. Colaborador da Vice Brasil e autor lusófono do portal de mídia cidadã Global Voices.

Fabiano Post