As batidas do coração de Rael

20/04/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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20/04/2013

Rael conquistou um lugar de destaque dentro movimento hip hop por agregar ao seu som diversos elementos musicais distintos, desde que se lançou em carreira solo, em 2010. E se a grande salada de ritmos corria o risco de acabar em uma cilada, o rapper paulista mostrou muita qualidade na sua estriea, “Música Popular do Terceiro Mundo” (2010), e é hoje um dos principais artistas do gênero que está se tornando cada vez mais querido no Brasil.

Ao lado dos produtores norte-americanos Beatnick & Salaam, Rael gravou recentemente o seu segundo disco, “Ainda Bem que Eu Segui as Batidas do Meu Coração”, que foi lançado pelo selo Laboratório Fantasma, de Emicida, no começo do ano. O álbum está atualmente disponível para download gratuito no site oficial do rapper e evidencia um artista maduro e extremamente consciente do seu trabalho.

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O que percebemos hoje é que o rap deixou de ser um estilo de música marginal para se tornar uma das forças da nova MPB.

Essa condição que a MPB teve, de as pessoas não entenderem muito bem a música, sobretudo as letras e o que se passava na época da Tropicália e da Jovem Guarda, é a mesma situação em que se encontra o rap hoje. Para se tornar forte, acho que o público ainda precisa conhecer melhor as origens e as ideias do movimento, para que só assim seja possível tornar ele uma coisa verdadeiramente popular. Falta acontecer muita coisa ainda.

Você faz parte de uma nova geração de artistas, ao lado de gente como Kamau, Emicida e Karol Conká. Como você classificaria esse grupo em que você se insere?

A febre pelo rap está reverberando em todos os lugares e revelando diversos artistas por aí. Hoje, o legal do gênero é que ele fala de diversos assuntos, não é mais aquela coisa só sobre um tema, como era nos anos 90. Eu gosto muito dos Racionais, mas eu acho que a gente meio que introduziu uma nova linha, começamos a falar de outras coisas e misturamos outros estilos dentro do rap. É uma nova realidade, em que o estilo consegue se espalhar por diversas classes, não só na periferia, muito por causa da internet.

E por falar no Emicida, é ele quem dirige o clipe de “Semana”, que foi recentemente lançado.

O Emicida é um cara que sempre esteve perto de mim, desde quando eu comecei a fazer as minhas primeiras rimas. A nossa amizade é de longa data e ele vem me ajudando bastante, desde o primeiro disco, “Música Popular do Terceiro Mundo, lançado em 2010. E por ele ser músico, o trabalho com o clipe de “Semana” foi uma coisa mais fácil, uma parada meio que abençoada. A gravação do vídeo foi super tranquila e eu sabia que com o Emicida ali junto o resultado final seria bem legal.

Há outras participações especiais no disco, como o sambista Péricles.

Cara, foi muito prazeroso reunir toda essa gente. O Péricles canta muito, tem um timbre muito legal. Eu sou fã de samba e já pensava em gravar uma música assim. E como eu tinha visto que o Péricles tinha gravado “Oya” no seu DVD, chamado “Sensações”, achei que seria legal convidá-lo para gravá-la no meu ãlbum também. Depois que eu fiz o convite, eu fiquei pensando: “será que ele vai vir?”. E ele veio. Eu acho legal misturar. O rap é assim.

O seu disco teve a produção da dupla Beatnick & Salaam, que tem no currículo trabalhos com o 50 Cent, por exemplo. O quanto eles contribuíram para o resultado final do trabalho?

A principal contribuição deles foi dar para o disco uma cara e um corpo só. O meu primeiro álbum era um pouco experimental, não seguia um único padrão. E eles já chegaram aqui sabendo o que iriam fazer, em todos os sentidos. Foi muito bom trabalhar com eles por causa disso. Em uma semana eu tive um monte de ideias para e eles souberam juntar toda selas numa coisa só, com muita naturalidade. Eu já era fã dos caras antes, agora sou ainda mais.

E por falar em contribuição: o quanto do disco é fruto realmente das batidas do seu coração?

Eu acho que ele é inteiro assim. Não sei onde o disco vai chegar, o que ele vai trazer ainda, mas só o fato de ter feito ele com amor já me deixou realizado. O disco contém a batida do meu coração o todo tempo e a faixa “Ainda Bem”, que é a primeira, é a mais biográfica do álbum. “É meu lado humano, tudo o que eu penso. Meu aeroplano, universo imenso. É o que eu faço amando”.

(Foto: Luciana Faria)

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20/04/2013

Revista NOIZE

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