Entrevista | ÀTTØØXXA e Coala Festival revelam o que espera por você no final de semana

30/08/2018

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Divulgação/ Rafael Ramos

30/08/2018

Esta semana, o Coala Festival 2018 entrou em temporada de última chamada – ou de aquece pra quem já garantiu a sua presença. No sábado, 1°, e domingo, 2, o festival põe na rua a sua quinta edição, a primeira com duração de dois dias. O que permanece é o mesmo compromisso de reunir o passado, o presente e o futuro da música popular brasileira em uma grande celebração. Aproveite que os ingressos ainda estão à venda e compre o seu aqui.

Pode ficar despreocupado que música não vai faltar no Memorial da América Latina: serão seis shows em cada dia, por onde passarão atrações incríveis como: Gilberto Gil, Baco Exu do Blues, Xenia França, Academia da Berlinda, Francisco, El Hombre, a trinca Juçara Marçal + Elza Soares + Ilú Obá de Min, Luedji Luna, Mano Brown, Milton Nascimento, ÀTTØØXXA e muito mais.

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Para acalmar (ou quem sabe atiçar) a sua ansiedade, trocamos uma ideia com Rafa Dias, integrante do ÀTTØØXXA, e com Gabriel Andrade, idealizador e curador do Coala, sobre os preparativos para esse ano. Dá play na nossa playlist, vai entrando no clima do Coala e confere o papo que batemos com eles:

Já pensou se o Harmonia do Samba, BaianaSystem e Psirico se encontrassem pra fazer um som? Para quem é de fora do circuito de Salvador, é assim que o ÀTTØØXXA pode soar em uma primeira escuta. Mas eles vão muito além disso. Com a missão de levar o som da Bahia para o resto do mundo, o coletivo há quatro anos mistura o pagodão baiano – na pegada Edcity e Léo Santana-, o arrocha e a música eletrônica – inspirando-se nos trampos de Skrillex e Major Lazer – para chegar na sua fórmula. “Hoje, na composição de banda, a gente já tem também o pop mundial dentro desse pacote de referências. Tentamos fazer isso em um universo de pop baiano. A gente quer realmente comunicar com o mundo, quer que as pessoas consigam escutar e se identificar”, diz Rafa.

A proposta vem dando certo. Agora, o grupo organiza a agenda mirando o intenso calendário de verão baiano e correndo o Brasil em diversos festivais – o que exige uma certa adaptação: “Na Bahia, a gente conversa muito com o corpo, existe esse desejo. Então, as pessoas tendem a querer mais show. Aqui, tocamos no mínimo duas horas, com blocos de 40 minutos. É um repertório mais improvisado, a gente vai sentindo a vibe do momento”, comenta. “Em festivais, a gente precisa reduzir de forma estratégica, pensando em 20 minutos de bloco pra cada. Mas, sempre levamos mais do corpo, da dança. Se você for pra um show do ÀTTØØXXA e ficar parado, acho que você não compreendeu totalmente o som, sabe?”, expõe.

Com um sucesso que leva o pagodão para além da Bahia, os festivais são plataformas fundamentais para Rafa. “A gente tem esse desejo de comunicação, de chegar no máximo de pessoas possíveis. Os festivais, como o Coala, são muito importantes, porque o Brasil é muito vasto. Eles dão o acesso, a oportunidade para gente conhecer outros públicos”, conclui.

E é essa pegada que Gabriel Andrade defende. “O que o Coala e inúmeros outros festivais no Brasil fazem é muito foda. Temos o papel gigantesco de dar circulação pras bandas, músicos e artistas que não estão nos canais tradicionais, fazer eles tocarem para um público diferente e maior do que eles tocam geralmente. É importante porque é uma cena muito rica”, afirma. “Em 2016, o Coala foi o segundo show do BaianaSystem em São Paulo, para 10 mil pessoas, e muita gente tava vendo eles pela primeira vez!”, relembra.

Para 2018, o clima de expansão dá o tom. “É como se fosse uma edição comemorativa, que fecha um ciclo que vai do nascimento até o amadurecimento. Queremos fazer dois dias sempre”, adianta Gabriel. Maduro, o Coala quer entregar uma experiência mais completa: “Aprendemos muito com os erros do ano passado. Hoje, estamos ocupando o Memorial de uma forma muito mais inteligente, com uma melhor planta, uma melhor arquitetura de festival”, conta. “O Coala se propõe a ser o retrato de uma época, queremos traz várias manifestações além da música. Este ano, teremos alguns instalações artísticas e uma cenografia mais trabalhada também”, exemplifica.

Essa grandiosidade que também gera expectativas no ÀTTØØXXA: “Conhecemos o festival há uns 3 anos e vendo o line up você já sente o peso que é fazer parte. A gente normalmente faz show sem parar, não fazemos muitos ensaios, mas para o nosso show no Coala a gente tá ensaiando! Estamos estudando a melhor forma de fazer um show bonito”, confessa Rafael.

O Coala também compartilha os mesmos desafios de outros festivais do país – os desafios financeiros de reunir artistas e bandas de todo o país, conciliar as agendas, oferecer uma estrutura de qualidade e entregar um ingresso acessível sem finalizar a edição no vermelho. “Não tem como não falar que esse é o principal desafio, fechar a conta é difícil. Mas, desde 2016, a coisa tá mais estável”, compartilha Gabriel. Existem também os riscos da própria ousadia do Coala. “É um festival complexo, colocamos seis shows no mesmo palco em cada dia. As trocas de palco acontecem em meia hora. A gente precisa sempre se planejar ao máximo”.

Para colocar tanta coisa bonita e diversa no palco, a fluídez é quem norteia a programação. “Em termos de line up, buscamos reverenciar os artistas, as bandas e músicos que fizeram a MPB e propor esse encontro com a nova geração. Em termos de programação, abrimos sempre com um grande nome e intercalamos grandes shows com bandas menores, o que permite essa galera tocar para um público maior”, destaca Gabriel.

Outro destaque é a “invasão baiana” no line up, que conta com 4 artistas do estado ao lado de ÀTTØØXXA. O grupo está à todo o vapor, prestes a lançar seu terceiro disco Love Box no mês de setembro, que promete manter a sonoridade pop e dançante, mas com uma pegada diferente, além de um feat com Rincon Sapiência. Para o show de sábado no Coala, eles já dão a dica para attooxxar no festival: “Vai de peito aberto, o corpo preparado, dá aquela alongada. Deixa a mente e o corpo em conexão e mete bronca”.


Confira o line up completo do Coala Festival:

SÁBADO
Gilberto Gil
Baco Exu do Blues
Xênia França
Academia da Berlinda part. Lula Lira
ÀTTØØXXÁ
Francisco El Hombre

DOMINGO
Milton Nascimento part. Criolo
Ilú Obá de Min convida Juçara Marçal e Elza Soares
Luedji Luna
Mano Brown
Rubel
Johnny Hooker

DJs
Tata Ogan
Rodrigo Bento
SHAKA
EB x Sleep
Mary G
Feminine Hi-fi
Bandida Coletivo
Salvador Araguaya
Pedro B
Giu Nunez
Coletivo ATM Mooc
Sound Sisters

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30/08/2018

Brenda Vidal

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