Clarice Falcão está mandando muito bem na arte da interpretação. Ela já trabalhou em novela global e é uma das responsáveis pelo sucesso da web série Porta dos Fundos.
Mas uma das melhores ideias que a moça poderia ter tido foi interpretar suas próprias canções sárcatiscas sobre o amor. Algo que começou a partir de um concurso do Youtube, o qual ela queria participar e que exigia a mostra de uma música original.
O seu recém lançado CD, “Monomania”, está há mais de um mês na lista dos mais vendidos do iTunes. A doce menina, de uma imaginação até certo ponto assustadora, conversou com a gente e falou sobre suas influências musicais, como “Chico Buarque, Luiz Tatit, Magnetic Fields e Cole Porter”. E também outras coisas mais:
De onde veio a ideia de fazer os vídeos cantando suas músicas? Você tinha ideia da proporção que isso poderia tomar?
Eu estava cheia de músicas minhas que tocava pros meus pais e pro Gregorio. Até que chegou uma hora em que eles não aguentavam mais ouvir. Eu senti que era o momento de tirar aquilo do meu sistema. Coloquei uma música em um canal de comedia do Youtube e o resto das músicas coloquei no meu. Achei que era só pra eu sentir que tinha alguém ouvindo. Quando eu vi que tinha gente ouvindo de verdade, foi incrível.
Você também é atriz. De alguma forma isso te ajuda como cantora?
Definitivamente. Tudo que aprendo como atriz, também aprendo como cantora. Acho que não é a toa que uma cantora também pode ser chamada de “intérprete”. Acho que todas as grandes intérpretes poderiam ter sido grandes atrizes.
O humor das músicas é natural da Clarice ou é algo que surge apenas na hora de compor?
O humor das músicas não é nada planejado. Na maioria dos casos, inclusive, eu acho que estou fazendo uma música tristíssima. Acho doido quando as pessoas riem.
Qual sua maior dificuldade ao compor?
Tem dias em que é muito difícil criar. Eu e Gregorio costumamos chamar de “dia burro”. Eu tenho muitos dias em que eu estou burra, e não adianta sentar pra compor porque não vai sair nada dali.
Como foi o processo de gravação do CD? Qual o critério usado para escolher o setlist do CD?
No CD tive uma grande parceria com a Olivia Byington, que produziu junto comigo. Nós marcamos um encontro, eu toquei minhas músicas todas pra ela e decidimos juntas quais tinham a cara do projeto. Foi quando chamamos o Ricco Viana, meu primo, pra estar junto da gente. Durante as gravações fiz outras parcerias incríveis: tocaram no CD o Jaques Morelenbaum, o SILVA, o Jam da Silva, etc.
Você já disse que ficou muito nervosa durante os primeiros shows de divulgação do álbum. Como está lidando com a ansiedade?
Cada vez que eu chego em uma praça nova, é como se fosse uma estreia.Por outro lado, sempre que eu entro no palco e sinto a plateia feliz de estar
ali e querendo gostar, o nervoso some totalmente.
Nessa primeira tour, tem algo que você descobriu/aprendeu e que antes não imaginava ser assim?
Quando me falavam que depois que você subia no palco o nervoso sumia, eu não acreditava. É verdade. A adrenalina fica, mas o nervoso (que é a parte ruim) some totalmente.
Como está sendo a recepção do público quanto ao disco? Você já esperava por algo do tipo? Na plataforma Last.fm, por exemplo, você já ultrapassou a marca de 1 milhão de execuções…
Está incrível. Estamos há mais de um mês na lista de mais vendidos do iTunes e nos shows a plateia sabe todas as letras – inclusive das músicas que não estão na internet. Fico muito feliz.
Do que a Clarice, cantora e atriz, se alimenta?
Meu laptop, família, Gregorio, histórias de qualquer espécie, e um bom edredom – não necessariamente nessa ordem.
Os próximos shows de Clarice Falcão estão marcados para Ponta Grossa (14/6), Curitiba (15/6) e Porto Alegre (16/6). Na capital gaúcha, os ingressos já estão esgotados. Ela também é uma das possíveis atrações do festival Planeta Terra 2013, marcado para novembro em São Paulo.