#Entrevista: O paraíso de La Roux

05/01/2015

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Marília Feix

Por: Marília Feix

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05/01/2015

A ruiva do synthpop conversou com a gente sobre sua vinda ao Brasil para o Meca Festival em janeiro, o apoio da Lily Allen e os problemas do paraíso da música.

Elly Jackson é a vocalista e co-fundadora da dupla La Roux, uma banda de synthpop do sul de Londres que ficou conhecida após o lançamento do seu primeiro disco homônimo. Cinco anos e um Grammy depois, ela conta sobre a sua trajetória, o novo álbum Trouble in Paradise (2014) e a vinda ao Brasil para o Meca Festival 2015.

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Há cinco anos você lançou o seu primeiro disco La Roux e após enfrentar muitos desafios, como as mudanças na formação da banda e até um período em que você não tinha voz para cantar, Trouble in Paradise está pronto e tem um ótimo retorno do público e da crítica especializada. Como estes resultados estão surgindo, na sua perspectiva?
Muito bem! Eu passei por momentos muito difíceis, mas me sinto recompensada depois do lançamento do álbum e com o começo da turnê de Trouble in Paradise. Tivemos muito trabalho e esforço, mas sinto que agora estamos colhendo os retornos positivos do disco. Estou com uma sensação de alívio e felicidade, pois está tudo dando certo.

Você começou nos palcos abrindo para os shows da turnê inglesa da Lily Allen, em 2009. Como essa experiência foi importante pra você?
Nunca ninguém tinha me perguntado isso antes. Sim, foi uma experiência espetacular, aprendi muito. Eu nunca tinha tocado ao vivo em um palco de verdade até fevereiro de 2009, só em barzinhos e eventos informais. Eu precisava da chance de me apresentar em casas de shows para um público amplo e a Lilly Allen foi muito legal comigo durante este período de aprendizagem, ela tornou as coisas muito fáceis para nós e nos recebeu super bem. Sinceramente eu não acho que as nossas músicas combinem muito e talvez não fosse a melhor banda de abertura para o público que ia assistir ao show dela, mas mesmo assim, valeu a pena.

Em uma entrevista ao jornal The Guardian você contou que a sua primeira vez no festival Glastonbury foi em cima do palco. Que tipo de experiência musical você prefere? Festivais, shows, ou ouvir o disco em casa?
Depende muito. Algumas bandas são mais interessantes para se ir aos shows do que para se ouvir o álbum e vice-versa. É engraçado, a maioria dos discos que eu ouço em casa não são tão legais apresentados ao vivo. Antes de tocar eu ia a muitos festivais, mas o que acontecia era que às vezes eu esquecia de ver os shows porque estava me divertindo com os meus amigos, fazendo festa, aproveitando a natureza (risos). Um festival pode ser diferente para cada um, tem gente que vai de palco em palco e aproveita a música, tem gente que vai só pela diversão.

Você coleciona LP´s? Qual foi o último que você comprou?
Sim, eu coleciono discos de vinil e também compro bastante. O último foi o do The Knife, Deep Cuts [2003].

Esta será a sua primeira vez no Brasil. Quais são as suas expectativas?
Tudo que eu sei do Brasil vem dos meus amigos músicos e pessoas que trabalham no mercado de entretenimento. A impressão que eles têm do Brasil é unânime: dizem que o público nos shows sempre é muito receptivo e animado, que o país é incrível e que tem muitas belezas naturais. São várias as razões positivas que me fazem ter vontade de ir ao Brasil.

Serão três datas por aqui para o Meca Festival. Xangrilá, São Paulo e Rio de Janeiro. Conte sobre os shows desta nova turnê.
A gente mixa as músicas do primeiro e do segundo disco. A ideia é fazer com que uma faixa se encaixe bem na outra pra que o show tenha uma unidade, um ritmo interessante. Os dois álbuns se completam e a mistura deles tem funcionado muito bem.

Você ainda mora na região de Brixton em Londres? Ainda tem tempo de ir a shows, ou festas por lá?
Eu não tenho muito tempo nem energia pra sair ultimamente. Antes eu costumava ir em lugares bem alternativos, tipo raves secretas em fábricas abandonadas ou na casa de alguém. Ia onde estavam os meus amigos ou DJs que eu conhecesse. Os lugares que eu frequentava perto da minha casa, hoje não existem mais (risos).

Como você encara as mudanças frequentes no mercado da música? É difícil ter estabilidade financeira?
Nossa! Esta conversa poderia durar horas! (risos) Eu acho este assunto muito delicado, mas importante também. Toda banda deveria estudar o mercado e suas possibilidades profissionais antes de investir seu tempo com a parte mágica e bonita da música. Isso evitaria muitas frustrações. Há uma série de mal entendidos no que diz respeito ao mercado musical e dinheiro não é um assunto que eu goste de discutir. Ao contrário do que as pessoas pensam, também é difícil se ter lucro com turnês, por exemplo, pois grandes shows também custam muito caro e envolvem muitas pessoas, uma turnê precisa ser muito bem pensada e estruturada para valer a pena financeiramente. Tudo depende do nível que você está como artista. Com o meu primeiro álbum eu vendi muitas músicas e tive exposição nas principais rádios da Inglaterra, o que tornou as coisas mais fáceis. Já com Trouble In Paradise o processo está diferente, muitas bandas lançaram discos incríveis em 2014, então fica difícil se destacar. Ainda não recebi um retorno financeiro com a venda do meu segundo disco, pois ainda estou recuperando o investimento.

Ouça e dance com Trouble in Paradise, o mais recente álbum da La Roux:

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05/01/2015

Marília Feix

Marília Feix