Entrevista | “Ficar preso a expectativas poderia nos matar”, diz o trio Macaco Bong

25/10/2012

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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25/10/2012

_por Tomás Bello 

Para a Rolling Stone Brasil, o disco do ano. Para a MTV, a melhor banda instrumental do país. A Bravo! apostou, a Bizz foi na cola. O grupo girou o Brasil, fez shows na Argentina e no Canadá e ganhou destaque também aqui pela NOIZE, claro.

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Foi assim que o Macaco Bong viveu 2008, colecionando prêmios e elogios de público e crítica com o seu álbum de estreia, Artista Igual Pedreiro.

Quatro anos mais tarde e o power trio matogrossense está de volta, quebra o silêncio e diz que encontrou o caminho.

Eles tem novo baixista, é verdade. Trocaram a natal Cuiabá por Belo Horizonte. Mas a sonoridade, os riffs, a porrada na orelha, essa continua intacta. Em This is Rolê, o aguardado segundo álbum, o Macaco Bong mostra que o tempo só serviu pra deixar o trio com fome, muita fome. De guitarras altas, arranjos caprichados, jazz, rock e outras tags inclassificáveis.

A gente tirou os caras pra um bate papo sobre tudo isso – e mais Freddie Mercury, cachaça mineira e momentos íntimos. Parte dessa conversa você já leu na NOIZE #57, na seção 5 Perguntas. Aqui está a íntegra.

Vocês colocaram o novo disco pra download gratuito, enquanto alguns artistas ainda resistem a ideia de “dar música de graça”. A música tem que ser de graça mesmo? É uma eterna discussão dentro da chamada indústria fonográfica…

As pessoas pagam por tanta coisa que não deveriam pagar hoje em dia, pagar para ouvir uma música da banda que ela gosta seria demais, não?! Temos um modelo, que é o fadado. O outro está aí e em construção. Como nós.

Apoiamos aquilo que podemos mudar também. Na grande indústria não há essa possibilidade. Temos parceiros que lançaram esse disco conosco, a PopFuzz Records, A Travolta Discos, selos responsáveis. A distribuição é feita via Fora do Eixo Distro. E quem banca o download gratuito é o Compacto Rec. Mas banda não em espécie, e sim em troca de serviço.

Todo mundo ganha dessa forma. A música chega para o público, o selo vende o disco, a banda toca e a roda funciona. Tem sido assim e tem funcionado muito bem.

Então o nome do álbum – This is Rolê – é uma espécie de afirmação?

É uma afirmação do que foi proposto no Artista Igual Pedreiro. Depois de ter rodado o brasil e alguns países, a conclusão que se tem é que o caminho é esse. A lógica é essa. This is Rolê. Caminhar pelas estradas que o artista pedreiro ajudou a construir e agora vai conectando umas as outras. Estabelecendo uma relação muito mais ampla no campo da arte, economia, familia, política, vida…

Muitos blogs e críticos consideram o This is Rolê um dos álbuns mais aguardados do ano. Como vocês encaram essa expectativa?

Nós também estávamos ansiosos. É bom o frescor do novo, encaramos com muito trabalho e foco. É o passo rumo a construção de uma carreira. Faz parte.

Isso pesou, de alguma maneira? Porque sempre tem aquilo: “eles tem que lançar algo ainda melhor”.

Nunca pensamos muito nisso, senão iríamos ficar loucos. E talvez o disco nem estaria aí por mero capricho. Foi muito bom estrear dessa forma, mas não podemos ficar presos a isso. Poderia nos matar.

Por que quatro anos entre um álbum e outro?

Muita coisa aconteceu nesses quatro anos. Tocamos fora do país, fizemos show com vários outros artistas, tocamos em 25 dos 27 estados, ocupamos espaços em vários festivais bacanas, lançamos um EP e tocamos até com o Gilberto Gil (risos). Vendo hoje, por tudo que aconteceu, acho que foi o tempo certo. Não acredito que seja necessário seguir uma lógica em relação a lançamentos, até como era na época das grandes gravadoras. Tem que estar na ativa, produzindo, e isso nós nunca paramos de fazer.

Onde está o rock instrumental na música brasileira?

Acredito que em expansão. Muitas bandas surgindo, público descobrindo que gosta, discos sendo lançados. Hoje em dia, nos festivais independentes, sempre tem pelo menos uma banda de instrumental tocando. E em sua maioria de rock.

Vocês estão agora baseados em Belo Horizonte. O “jeitinho mineiro de ser” tem influenciado a música da banda?

Olha, está influenciando sim. Estamos conhecendo muitos artistas locais e trocando muito com eles. Já fizemos algumas coisas com o Daniel Nunes, do Constantina, com os Dibigode, e o grande Túlio Mourão participou de duas músicas do disco, “Seu João” e “Dedo de Zombie”.

This is Rolê é trilha sonora pra que momento?

Estrada, momentos que necessitam de energia e para momentos íntimos (risos).

Qual a bebida preferida entre vocês três?

Ultimamente, temos degustado umas cachaças mineiras (mais risadas).

E se o Macaco Bong fosse fazer um show especial com um vocalista convidado, pra uma noite apenas. E vocês pudessem convidar qualquer frontman do planeta. Quem seria?

Freddie Mercury. Pelo simples fato de ser o Freddie Mercury.

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25/10/2012

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