2015, seu nome é Hinds | A 1ª (e única) entrevista dada pro Brasil

21/11/2014

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Ariel Fagundes

Por: Ariel Fagundes

Fotos: Divulgação

21/11/2014

Nota: essa entrevista foi publicada originalmente em novembro de 2014, quando a banda ainda se chamava Deers.

Hinds, prestem atenção nesse nome. Para o The Guardian, elas são a nova banda da semana. Para o NME, sua música “Castigadas En El Granero” talvez tenha o melhor título de 2014 [em português, seria algo como “Punidas no Celeiro”]. O Pitchfork também está de olho nelas. Para a NOIZE, essa banda de quatro muchachas de Madri é a prova de que muitas vezes a espontaneidade genuína vale muito mais do que o virtuosismo sem coração. Por isso, fomos o primeiro (e único) veículo brasileiro a publicar uma entrevista com elas.

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A banda surgiu quando Ana Garcia Perrote e Carlotta Cosials começaram a tocar juntas um par de anos atrás. Logo elas viram que não precisariam de muita técnica ou equipamentos para fazer o som que queriam. “LoFi LoFi” é como elas definem sua música e, pra fazerem isso, elas só precisavam chamar mais duas meninas para assumir o baixo e a bateria e pronto: estava criada a formação que gravou o primeiro EP do grupo, Barn (2014). E assim, com poucos acordes e muitos sorrisos, o Hinds está explodindo. Ainda que tenha sido obrigado a trocar o nome de original (Deers) por causa de outra banda que já se chamava assim, o quarteto espanhol chamou atenção com seus shows no Glastonbury e Pitchfork Music Festival.

Ana e Carlotta do Deers

Elas chegaram a abrir alguns shows recentes do The Libertines, tocaram com The Black Lips, e, segundo a revista DIY, gravaram com The Vaccines. Mas nessa entrevista rápida que elas deram à NOIZE por email, Ana e Carlotta disseram que essa história do Vaccines é mentira. Veja o papo inteiro abaixo pra sacar qual é a delas.

Como era a rotina de vocês antes da banda crescer? E como está a cena musical de hoje em Madri?

Ana: Pois nós passamos o inverno passado inteiro no quarto da Carlotta. Nas sextas, nós saíamos e dormíamos na sua casa para passar o sábado inteiro tocando 🙂
Carlotta: A cena musical de Madri está bem forte, a cena de bandas de garagem é pequena mas é forte.

Quando vocês começaram a tocar, seu repertório era de covers e seus instrumentos eram acústicos. Como e quando vocês decidiram usar guitarras elétricas e fazer seu próprio som?

Ana: Então, não sabemos muito bem quando foi isso. Mas chegou um momento, mais ou menos em fevereiro do ano passado, em que nos demos conta de que não poderíamos fazer a música que a gente gosta tocando só violão. Nem tocando só nós duas.
Carlotta: As composições foram em outubro do ano passado, quando saiu “Trippy Gum”!

O “LoFi LoFi” do Hinds é mais uma questão de filosofia ou de necessidade técnica? E por que vocês dizem “LoFi” duas vezes?

Ana: Jajajaja, dizemos duas vezes por uma brincadeira de um amigo nosso, Cali Fonk [apelido de Omar Montalvo, baixista da banda Los Nastys, também de Madri].
Carlotta: É uma mistura de tudo; é uma filosofia porque é uma maneira de viver. E foi uma necessidade porque nós não tínhamos meios para gravar um som “melhor” (nem estúdio de gravação nem nada), mas também é uma escolha nossa. Nós gostamos assim.

Até nos seus vídeos vocês trabalham com uma estética muito espontânea, muito natural, e muito simples. Isso tem a ver com o lema de vocês: “nuestras mierdas, nuestras reglas”?

Ana: Jajajaja, é assim mesmo, esse é o nosso lema. E sim! A Carlotta é a idealizadora do Carleone Films, que tem feito nossos vídeos jajaja.
Carlotta: Nós nos demos conta de que poderia funcionar assim, e simplemente funcionou. Mas não é bem uma estética, é só a maneira em que nós vivemos e pensamos!

last nightwith Alex Turner :'——–)this life is gonna kill us.

Posted by Hinds on Sexta, 19 de junho de 2015

Mas trabalhar assim é uma forma de se opor à indústria da música que cria artistas super produzidos à base de muito investimento? Vocês pensam nisso?

Ana: Mmmm… Não. Acho que é mais uma questão de estar apoiando aquilo que as pessoas fazem com suas próprias mãos do que uma tentativa de denunciar algo. Cada um que faça o que quiser! Se existem super artistas fabricados por multinacionais é só porque existe todo um público que gosta disso. Oxalá não fosse assim, mas tudo bem. Também existe um público que gosta do nosso som, então todo mundo fica satisfeito 🙂

Deers

Seu EP BARN saiu faz pouco tempo, como vocês gravaram ele?

Ana: Gravamos ele em Berlim, em junho de 2014! Essa foi a primeira vez em que gravamos algo em um estúdio de verdade. E também foi a primeira gravação com a banda completa com quatro pessoas, então foi uma coisa muito nova para nós!

E em pouco tempo, vocês já tocaram com The Vaccines, The Black Lips, The Libertines… Como aconteceu tudo isso?

Ana: Puessss… O primeiro caso não é verdade, nós somos apenas amigas dos Vaccines jajaja. Com os Libertines, foi por causa de um convite dos seus próprios empresários. E com os Black Lips aconteceu porque estamos obcecadas por eles e imploramos pro nosso agente de shows que conseguisse marcar alguma apresentação com eles. E no final das contas ficamos sabendo que eles também queriam tocar com a gente 🙂

Deers na NME

Muitos veículos já dizem que o Hinds é uma das bandas mais interessantes do momento. Como vocês lidam com tantos elogios?

Ana: Buenooooo!!! Isso é exagerar muito, jajajaja!
Carlotta: Existem muchiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiisimas bandas no mundo muito maiores do que a nossa!!! Mas estamos encantadas com tudo que está acontecendo com a gente, como não!

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21/11/2014

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Ariel Fagundes

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