O Friendly Fires é, sem dúvida, uma das grandes atrações do Meca Festival, que será realizado no Rio Grande do Sul (25 de janeiro) e paralelamente no Rio de Janeiro (29 de janeiro) e em São Paulo (31 de janeiro).
A banda inglesa retornará ao Brasil – eles tocaram no Lollapalooza em 2012 – com uma grande novidade na bagagem. O grupo já começou a gravar o seu terceiro disco e apresentará, em primeira mão, alguma composição inédita. “Não temos muitas coisas definidas sobre o nosso próximo álbum”, escondeu Edd Gibson, guitarrista da banda. “Mas o que eu posso adiantar é queremos fazer algo diferente do que foi ‘Pala’”, completou.
Nós conversamos com Gibson às vésperas do Friendly Fires embarcar para cá. O guitarrista atendeu o nosso telefonema diretamente do Green Studios, em Londres, em meio às gravações. “Temos muitas ideias e elementos que queremos experimentar no nosso som. É o que estamos fazendo por aqui”, explicou.
O Friendly Fires é uma banda que já passou por alguns dos principais festivais da Europa. O show que vocês farão no Meca Festival será especial por algum motivo?
O show será especial por alguns motivos, na verdade. Como passamos os últimos tempos concentrados na gravação do nosso próximo disco, a gente não realizou nenhuma turnê em 2013. Eu acho que a nossa apresentação no Meca vai servir para extravasarmos a energia que ficou acumulada. E como iremos tocar músicas novas, a nossa passagem pelo Brasil será a primeira experiência ao vivo que faremos do novo álbum. Eu acho que vai ser muito importante sentirmos como vão funcionar essas canções inéditas, ainda mais porque no estúdio as músicas soam diferentes de quando elas são executadas no palco.
Antes do Friendly Fires, você tocava numa banda de punk e hardcore chamada First Day Back. O que há de mais diferente no processo de composição do Friendly Fires se comparado com a sua banda anterior?
A gente formou o First Day Back quando ainda estávamos no colégio. A ideia era se reunir para tocar algumas músicas que gostávamos na época, nada muito além disso. O que queríamos era o mesmo que qualquer adolescente: ter uma banda e tocar o mais alto possível. Com o First Day Back, a gente tinha algumas composições, mas a maioria era curta e com a única pretensão de ser divertida. No Friendly Fires, por outro lado, o que queremos é um som mais elaborado, menos direto. Eu diria que o processo de composição agora é até mais difícil, porque se tornou mais complexo a gente só quer trabalhar com ideias legais.
“On Board”, música do primeiro álbum, foi incluída num comercial da Nintendo e no jogo de videogame Grand Turismo. Além dela, diversas outras já apareceram em programas de TV, tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos. Esse é o melhor caminho para se ganhar dinheiro com música hoje em dia?
Eu sei que muitas pessoas podem se interessar por você por causa de uma música num videogame ou por causa de um comercial na TV. Mas esse não é o único caminho para quem quer ganhar dinheiro com a música. Eu acho que os shows ainda representam uma ótima fonte de receita e ter boas músicas é essencial para o sucesso das apresentações ao vivo. E como todos nós bem sabemos, o apoio de uma gravadora não consegue mais impulsionar uma carreira no exterior. As bandas estão bem conscientes de que precisam fazer um trabalho realmente acima da média para garantirem o seu espaço.
Os shows do Friendly Fires costumam ser verdadeiras festas, perfeito para o público dançar muito. O que você mais gosta de fazer para se divertir, antes e depois dos shows?
Para mim, o mais legal de se fazer antes dos shows é passear. Eu adoro conhecer as cidades em que a gente vai tocar, descobrir novas culturas. Muitas vezes vamos a lugares tão distantes que eu me sinto como um “espião”, investigando o que as pessoas comem, do que elas gostam. A gente tenta aproveitar ao máximo o tempo livre antes dos shows, porque deixamos o palco sempre muito esgotados. Os nossos shows são tão intensos que depois deles tudo o que a gente quer é sentar e descansar.
Qual foi a coisa mais maluca que um fã já fez por vocês?
Eu não sou a pessoa mais indicada para responder essa pergunta. O Ed Macfarlane – nosso vocalista e baixista – é sempre o mais assediado depois dos nossos shows (risos). O que eu posso dizer é que sempre que viajamos para o Japão fizemos apresentações incríveis por lá. Os japoneses são muitos animados e sempre querem tirar fotos com você. O modo como eles tratam os seus artistas favoritos é realmente incrível.
O Friendly Fires é uma banda relativamente nova, mas que já conquistou o reconhecimento da crítica e do público desde que saiu o primeiro disco, em 2008. Se vocês pudessem deixar apenas uma dica para mais jovens que querem entrar no mundo da música, qual dica seria?
Eu diria para trabalhar o mais duro possível. Tudo o que uma banda conquista está relacionado com a intensidade que a música é levada a sério. Não dá para ficar parado esperando as coisas acontecerem sozinhas.