Entrevista | Talib Kweli: “O hip hop já contém em si a justiça social”

20/02/2018

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Reprodução

20/02/2018

Por Daniela Barbosa e Marta Karrer 

Depois de 20 anos de fãs implorando por mais um trabalho da dupla, Talib Kweli e Mos Def (aka Yasiin Bey) confirmaram um segundo disco para o Black Star ainda em 2018. A dupla de lendas vivas do hip hop contará com a produção de Madlib, outro nome épico dentro do estilo, para dar continuidade ao projeto que virou referência obrigatória para artistas de todas as vertentes do rap. Mos Def & Talib Kweli Are Black Star foi lançado em 1998 e, ao contrário de Mos Def, que chegou a anunciar uma pausa na carreira em 2016, Talib Kweli não parou de fazer história dentro da música com parcerias que vão desde Mary J. Blige e Faith Evans até os novos grandes nomes da cena, como Anderson .Paak e Kanye West. Poucos dias antes da notícia do retorno da dupla, Talib voltou ao Brasil para se apresentar no One Drop Festival 2018 e dispensou um tempinho na agenda para conversar com a NOIZE.

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Apesar de ser conhecido pelo currículo extenso de parcerias inacreditáveis, Talib faz questão de frisar que “cada um [dos artistas] trabalha de uma maneira diferente por quem são como artistas, não por terem uma música #1”. Antes da confirmação do retorno do Black Star, Kweli mexeu com a curiosidade dos fãs ao postar uma foto onde Kanye West e Mos Def aparecem escrevendo ao lado dele, com a legenda “2018 is looking good…”. Ele e Def trabalharam com West no The College Dropout, primeiro disco do rapper, e nada impede que essa parceria aconteça mais uma vez para o Black Star 2.

Talib também é conhecido pelo seu ativismo e seu trabalho ao lado do movimento Black Lives Matter e, para ele, não há como separar o hip hop dos problemas sociais: “O hip hop e a música contemporânea nasceram de pessoas pobres querendo melhorar a si mesmas, então o hip hop já contém em si a justiça social”, explica.

O rapper parece estar além da indústria da música tradicional e sua falta de diversidade sistêmica que privilegia o trabalho de artistas brancos e, na sua maioria, homens. Quando perguntamos quem, na opinião dele, deveria ter vencido a categoria Álbum do Ano, que gerou polêmica na última edição ao não premiar Kendrick Lamar, Talib soltou: “Não me importo com os Grammys e não acredito que eles tenham qualquer impacto na cultura”. Em 2011, ele fundou sua própria gravadora, a Javotti Media, e conta que, mesmo que esse processo não tenha mudado a sua maneira de fazer música, “mudou o que eu posso fazer em termos de liberdade”.

Você pode ouvir Radio Silence, mais recente disco solo do cara e que conta com mais uma lista admirável de parcerias, aqui embaixo:

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20/02/2018

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