“Queríamos viver de música, tudo que veio depois foi surpresa”, revela Neyla do The Lumineers

06/09/2016

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Joana Barboza

Por: Joana Barboza

Fotos: Divulgação

06/09/2016

A não ser que você tenha passado os últimos anos fora de órbita, provavelmente já ouviu The Lumineers. A banda que resignificou duas simples sílabas “Ho Hey”, encantou multidões com o seu mix de influências norte-americanas de folk e pop clássico.

Os grandes amigos de infância, Wesley Schultz (vocal e guitarra) e Jeremiah Fraites (bateria e piano) tiveram um empurrãozinho do destino – ou Craigslist – para encontrar sua terceira parte, Neyla Pekarek (violoncelo e backing vocal). De indicações ao Grammy até o iPod do presidente Obama, o primeiro disco do trio foi um grande sucesso de vendas e uma turnê de quase três anos, sem parar.

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Turnê esta que rendeu muito mais do que grandes shows e momentos incríveis, foi durante esse tempo que seu mais novo álbum, Cleopatra, começou a ganhar forma. Foram necessários mais seis meses para compor em Denver e outros dois meses gravando na isolada área rural de Woodstock, tudo isso para terem um resultado em que acreditassem completamente.

Trocamos uma ideia com Neyla sobre aleatoriedades, o turbilhão de emoções, tempo em turnê e novo álbum. Além disso, temos um bônus exclusivo no fim do conversa que você não pode perder. Vamos?

Quando começou seu interesse por música? E como você descobriu seu instrumento?
Minha família sempre foi muito musical. Ouvíamos diversos estilos na minha casa. Então, isso tudo sempre foi muito natural para mim.

Lembro de uma demonstração de instrumentos na terceira série, foi ali que me encantei pelo violoncelo. Não sei nem explicar direito como fui levada a isso, foi muito orgânico. Cheguei a tocar na orquestra da escola por um tempo…

Estudei “vocal music” na Universidade, eu sempre quis ser professora de coral. Enfim, música sempre foi a única coisa que veio naturalmente para mim.

Sua entrada na banda aconteceu de maneira bastante inusitada, né?
Foi totalmente aleatório. Logo depois que tinha me graduado, estava procurando por um emprego para me manter ocupada enquanto tentava uma posição – em tempo integral – como professora de música. Respondi a um anúncio no Craigslist, algo que nunca tinha feito antes. E aqui estou eu! [risos]

Nossa! E quando vocês começaram a tocar juntos, você podia imaginar tudo o que aconteceu até agora: as turnês, as indicações para prêmios…enfim todo esse sucesso?
Oh, Deus, não! Nunca imaginamos nada parecido com isso. Tudo aconteceu tão rápido. Nosso principal objetivo na época era conseguir viver de música, quero dizer, sem precisar de empregos complementares. Então, tudo que veio além disso foi uma enorme surpresa. As tours pela Europa, indicações para o Grammy, participações em programas…tudo isso aconteceu quase que ao mesmo tempo, o que foi incrível e bastante excitante.

O primeiro álbum de vocês veio depois de um EP. Você entende tudo isso como passos para o crescimento musical e entendimento como banda?
Sim, nós mudamos demais desde o começo. Acredito que essa evolução faz parte do nosso processo criativo e de amadurecimento. Cada passo foi realmente muito importante.

Falando em mudança, o álbum mais recente apresenta uma sonoridade bastante diferente do anterior. Menos acústico com mais guitarras e amplificadores. O que mudou de lá para cá?
Tocávamos acústico por necessidade [risos]. Não tínhamos muitos recursos. E desta vez, nós começamos a tocar em locais cada vez maiores. O que nos possibilitava plug-in e ter amplificadores. Acredito que as músicas foram muito afetadas por onde estávamos tocando.

Sobre o novo álbum “Cleopatra”, como está sendo a recepção do público? Eles estão gostando?
Sim! Tem sido maravilhoso. Os shows tem sido incríveis e cada vez melhores. É realmente impressionante ver nosso trabalho na rua e o público cantando junto, aproveitando.

Nós, como banda, nos sentimos muito gratos por tudo e felizes pela recepção do público.

É diferente gravar um álbum em estúdio e apresentar essas mesmas músicas nos shows. Como vocês conseguem gerenciar essas diferenças? Como funciona o processo de ensaios?
Isso mesmo, aprender essas músicas como banda é uma experiência diferente do que tocar em estúdio. Nós tentamos ensaiar bastante, mas é claro que em cada show tudo muda. A energia, a recepção, como nos sentimos na hora…todo o contexto faz com que nosso desempenho seja melhor.

Vocês estão no meio de uma tour mundial. E no disco anterior, foram quase 3 anos de tour. Vocês gostam bastante de estar na estrada?
Acredito que nos acostumamos, na verdade. Acho que todo mundo que viaja em função do trabalho, acaba sentindo isso. Mas é a forma que temos para nos conectar com o público em diferentes lugares do mundo. Fora que é maravilhoso poder conhecer diferentes culturas, países e pessoas.

The Lumineers já tocou no Brasil. Existe algum plano de voltarem a tocar por aqui?
Sim. Nós adoramos muito tocar por ai. Planos sempre há. [risos] Existe vários lugares que queremos tocar e outros que queremos voltar. Mas nada concreto ainda. Assim que tivermos uma definição, vocês serão os primeiros a saber. Prometo!

Neyla, você é a única mulher na banda e neste álbum há várias personagens femininas nas músicas: Opheléia e até mesmo Cleopatra que será a personagem central em alguns clipes. Como você se sente, como mulher, sabendo da importância desse tipo de representatividade?
Eu acho que tem muito mais nas nossas músicas do que isso. Wes e Jeremiah escrevem as letras. Não acho que eles estavam pensando nisso quando escreveram. Claro que queremos passar muitas mensagens e ficamos felizes com esses diferentes entendimentos [risos]. Eu amo muito a imagem que este álbum possui e tudo o que ele representa, mesmo não sendo essa a intenção inicial.

*Bônus: Confere a entrevista exclusiva com a banda sobre o novo single, “Ophelia”:

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06/09/2016

Joana Barboza

Joana Barboza