Entrevista | Truckfighters, a melhor banda ao vivo do mundo (segundo Josh Homme)

16/05/2016

Powered by WP Bannerize

Cassio Konzen

Por: Cassio Konzen

Fotos: Divulgação

16/05/2016

De volta ao Brasil depois de uma meteórica passagem em 2012, os suecos do Truckfighters estão no meio de uma tour pela América do Sul. Desde o último dia 10, eles já tocaram em São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Curitiba e Brasília. Amanhã, o show é no Rio de Janeiro, depois eles vão para Porto Alegre, de onde seguem para uma série de shows no Uruguai, Argentina e Chile.

Trocamos uma ideia com o guitarrista Dango, cujo nome real é Niklas Källgren, sobre a expectativa dos shows, as influências suecas (ou não), os fãs na América do Sul e o motivo por que hoje eles estão entre as principais bandas da cena Stoner mundial. Confira!

*

A última vez que vocês vieram pro Brasil foi em 2012, e agora vocês estão com uma grande turnê pela América do Sul. São onze shows marcados em quatro países e São Paulo, segundo o Spotify, é a cidade com o maior número de ouvintes da banda depois de Londres, Estocolmo e Oslo. Qual é expectativa de vocês para os shows por aqui?
Eu não tinha visto essa estatística do Spotify, mas isso me soa muito promissor! Na última turnê nós tivemos mais público nos shows em Buenos Aires, então os fãs brasileiros tem que aparecer nos shows e nos mostrar onde nós somos mais populares! Estamos ansiosos para todos os shows, já que nós só estivemos no Brasil uma vez. É como se fosse a primeira vez, até porque muitas das cidades em que tocaremos agora serão pela primeira vez mesmo, então temos um monte de coisas novas para ver, de novas pessoas para conhecer. E queremos mostrar para muitos fãs como é ter a experiência de ver uma das melhores bandas ao vivo do mundo TOCANDO AO VIVO a apenas poucos metros dos seus olhos.

Na sua opinião, por que o Brasil reúne tantos fãs do Truckfighters? Qual é sua impressão sobre a plateia brasileira?
Da última vez que estivemos aqui o público parecia muito feliz que nós tínhamos feito essa viagem desde a Suécia! Não sei porque nós temos tantos fãs aqui, mas nossa música de algum jeito consegue se espalhar por todo o mundo. Atualmente, nós fazemos turnês regularmente por, mais ou menos, todo o mundo. Só não na Ásia e na África, por enquanto… Mas é uma questão intrigante.

Sua música parece ser influenciada pelas bandas de Stoner Rock dos anos 90 da California, como Kyuss e Fu Manchu, com um toque de novas bandas locais da Escandinávia, como Graveyard. E o Josh Homme disse uma vez que o Truckfighters é “melhor banda ao vivo que ele já viu”. Então, como vocês se sentem enquanto uma banda sueca de Stoner Rock sendo tão reconhecida nessa cena que parece ser tão “americana”?
É claro que é um sentimento muito bom ser considerado como um dos principais elementos dessa cena. Nós fomos mesmo influenciado por Kyuss e Queens Of Stone Age no primeiros momentos da banda, mas acho que nós conseguimos fazer as coisas do nosso jeito e rapidamente nós encontramos nosso próprio som e nosso estilo. Surgiram algumas bandas de Stoner rock na Suécia nos últimos anos, Dozer e Lowrider são algumas delas, mas sim, o gênero veio mesmo dos desertos dos Estados Unidos e eu acho que é por isso que ele continua sendo associado a esse lugar. Mas das bandas de Stoner que estão ativas e são populares hoje em dia não são muitas delas que vieram do deserto californiano, ou são?

Realmente. E, apesar do frio sueco, sua música soa muito quente e empoeirada. Vocês enxergam um paralelo entre o isolamento do deserto californiano com o isolamento da cidade de Örebro?
Definitivamente, eu acho que isso tem muito a ver com o fato de que, nesses lugares, a presença da natureza é muito mais forte do que a das pessoas. No Brasil poderia acontecer a mesma coisa em relação à floresta.

Vocês acham que essa aceitação toda poderia ser uma consequência do trabalho feito pelo movimento escandinavo liderado por grupos como Entombed, Backyard Babies e Hellacopters?
Talvez, mas eu acho que o Backyard Babies é ruim, na minha opinião. Muitas tatuagens e poucas músicas boas. A Suécia é muito louca quando se trata de bandas que são reconhecidas internacionalmente, não é nem só no rock e no metal, quase todos os gêneros estão representados no universo da música sueca.

Vocês fizeram um documentário chamado Fuzzomentary, uma produção independente que conta como a banda resiste sendo uma banda ativa e tendo trabalhos na “vida real”. Você pode comentar como foi a ideia central do filme e o que mudou desde que ele foi lançado em 2011?
O filme não foi uma ideia da banda, foi o diretor Jörg Steineck que teve a iniciativa e executou o projeto. Então eu posso lhe falar da ideia central da banda, que é a mesma que sempre foi. Nós tocamos pela diversão e pela diversão de ver que nós progredimos, tanto musicalmente quanto expandindo a base de fãs e vendo que a companhia Truckfighters crescer. Nós sempre tentamos tocar o máximo que pudemos, e continuamos fazendo isso. Nós amamos tocar ao vivo e conhecer os fãs e nós amamos ir para novos lugares e espalhar o fuzz e conseguir fazer um intercâmbio cultural de uma certa forma.

Universe é o lançamento mais recente do Truckfighters. De onde veio a ideia de dividir o disco em capítulos?
Um disco é como uma história ou uma viagem, talvez seja como uma história sobre viajar. Então nós queríamos fazer uma referência a um livro, eu acho. Um livro sobre o universo, um livro sobre a vida. Nós vamos lançar um disco ao vivo em poucas semanas, Live In London, um grande show gravado no fim de 2014, não percam! E nós também temos planos de lançar um disco novo de estúdio ainda nesse ano!

Tags:, , , ,

16/05/2016

Cassio Konzen

Cassio Konzen