Exclusivo | KIAI solta novo álbum “II” e session inédita Na Pedra Redonda

07/08/2020

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Vitória Proença/Divulgação

07/08/2020

Do grito que sai de uma vez só e que se torna o que é no próprio ato: KIAI. Da força do que vem do âmago, do que se exclama, do que é instintivo, do que nasce do zero e toma forma no fazer – parece vir daí o ímpeto criativo do trio instrumental gaúcho que lança hoje o álbum II e solta uma session exclusiva da faixa que abre o registro, “Zamba”, que inaugura a segunda temporada da série de vídeos Na Pedra Redonda. Tudo isso em primeira mão para a NOIZE.

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Desde 2014, Marcelo Vaz, piano e teclado, Lucas Fê, bateria, e Dionísio Souza, violão e baixo elétrico, hackeiam a cena da música do sul, construindo paisagens sonoras a partir do olhar periférico. Margens que tangeciam o centro, deslocam o centro, tornam-se o referencial. Música erudita, psicodelia, jazz, referências rítmicas latino-americanas, música livre que bebe das fontes de Arismar Espírito Santo, Hermeto Pascoal e Naná Vasconcelos. Dionísio observa: “Desde o início foi uma construção que seguiu a transversatilidade de conhecimentos: periféricos, eruditos, música instrumental, poesia. Todos viemos da periferia, cada um tem a sua linha de pesquisa, quando juntamos as informações, trocamos com muita energia e conhecemos pessoas que acreditam nisso. A troca impulsiona”.

Lucas, Dionísio e Marcelo formam o KIAI (Foto: Vitória Proença/229 Visuais/Divulgação)

Após a estreia Além (2018), e de navegarem nos projetos colaborativos Costuras que me bordam marcas na pele (2018), com Paola Kirst, e Jazzkilla (2019) com Zudizilla, eles constroem II a partir do caminho. Ou, melhor, do Tao, que significa “caminho” na filosofia oriental, no sentido de conhecimento intuitivo da vida. É do Tao que o trio se apropria enquanto ponto de concepção da atmosfera apresentada aqui, e acolhe e reimagina a cultura de rua e a resistência do povo marginalizado. Marcelo compartilha: “As músicas foram criadas quase que totalmente na semana de gravação do disco. Quando a gente compartilhava alguma ideia ou célula musical, parecia que ela estava pronta e cheia de vida. Isso nos foi permitido graças ao santuário Ardep Adnoder, onde foi materializado quanticamente o Tao”.

Gravado em apenas dois dias de estúdio Pedra Redonda, II é constituído de cinco faixas capazes de conduzir o ouvinte a cinco portais diferentes. Fruto da liberdade, do experimentalismo e da fluída dinâmica do trio, o resultado é um registro marcado por intersecções. Há espaços para solavancos e para deslizes, para construções sonoras vertiginosas e também para construções lineares, para o choro que se põe pra fora e para a água que se bebe para se umidificar por dentro. “Senti muito fortemente aquela coisa da vivência da composição espontânea e das experimentações que sempre fizemos, da busca por uma sonoridade acontecendo naquele exato momento. Esse álbum tem a ver com uma ressignificação do KIAI, uma revisitação a esse nosso lugar de origem, com a força da nossa confiança um no outro e na admiração, no respeito, e na liberdade que a gente se proporciona”, conclui Lucas Fê.

KIAI durante a gravação de II (Foto: Vitória Proença/229 Visuais/Divulgação)

II conta com a masterização, produção, mixagem e manipulação de efeitos sonoros assinados por Wagner Lagemmann, da Pedra Redonda. A capa e projeto gráfico são de Vitória Proença. O processo de gravação do disco foi captado e dá origem a um documentário a ser divulgado na sequência, com realização da dupla 229 Visuais, formada por Proença e Vinícius Angeli. Ainda neste ano, KIAI organizará uma campanha de financiamento coletivo para prensagem do disco em vinil. Sinta a potência de “Zamba” assistindo a session abaixo:

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07/08/2020

Brenda Vidal

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