A música, mesmo que em segundo plano, sempre acompanhou a vida de Marcelo Gerab. Mas, desenvolver um projeto solo focado em música eletrônica não estava nos planos do mineiro que trocou a cidade de Uberlândia por São Paulo para cursar Arquitetura.
Aos nove anos, Marcelo já aprendeu tocar violão; na adolescência, passou por diversas bandas cover de rock de garagem. Na solitude da cidade grande, por volta 2010, o interesse pela música não aquietou e ele se lançou nos experimentos em pedal loop, violão, microfones, até descobrir o Ableton – software para produção musical – que lhe deu a liberdade de criar de forma mais complexa e completa utilizando o computador como base.
Estudioso e rigoroso, ele mergulhou nas pesquisas em mixagem, síntese de som, efeitos, nas aulas de piano focado no jazz e música eletrônica, no investimento em equipamentos e nas composições. Há um ano, começou a dar corpo para os lançamentos de hoje: “Eu já tinha as músicas do Baden Powell [Serenata do Adeus] e do Nils Frahm [Immerse] separadas numa pasta que eu guardo todas as minhas melhores referências e as músicas que eu quero samplear. Mas, só comecei a trabalhar nelas no meio do ano passado”, explica.
Dividindo o tempo entre o trampo como diretor de arte e vários freelas, inclusive compondo trilhas sonoras para vídeos e marcas, as faixas que você confere ao final da matéria passaram por um teste rigoroso de construção e aperfeiçoamento. “Eu sinto que essas músicas me representam por completo, o que eu sou até esse momento e o que fui durante o ano em que trabalhei nelas. E, ainda mais, representam todo o meu processo de aprendizado durante todos esses anos”, resume.
Ele ainda completa: “Entendo que elas são uma ‘materialização’ da minha trajetória como um todo, é a minha interpretação e ponto de vista congelados em alguns minutos de música. Tá sendo importante finalizar e botar essas duas pra fora, sinto como um começo”.
Confira abaixo, com exclusividade, “Serenata do Adeus” e “Immerse”: