Depois de conferir um a um dos instrumentos da Toca do Bandido, fomos convidados a conhecer a casa principal, onde Tom Capone morava. Entramos pela cozinha, cujo aroma do almoço sendo feito fez nossos paladares aguçarem. Passamos pela sala de jantar, onde degustamos cada prato – e a torta de limão da sobremesa – preparado especialmente pra nossa equipe, diante de mais uma tela de Speto – são 3 no total, e a 3ª fica no escritório, em frente aos troféus conquistados no Grammy. Ao nosso redor, outras obras de arte ocupam as paredes, numa constante e mutante exposição.
Descendo por uma pequena escada sobre um minilago, que todos olham crentes de que vão encontrar um peixe – mas não -, chegamos à sala de visitas. O piano Yamaha acomodado no canto é imponente. Discos de Maria Rita, Adriana Calcanhoto, Milton Nascimento e Frejat foram gravados ali. Já nós apenas arriscamos algumas notas.
A sala, assim como toda a casa, serviu de estúdio para muitos discos, gravados antes do estúdio propriamente dito – aquele que apresentamos a você neste post -, ser construído. Por lá, também há muitos objetos pessoais de Tom Capone. Constança Scofield faz questão de manter a memória do produtor viva.
Ainda chegamos a uma outra sala, onde discos de ouro e platina tomam conta das paredes. Quer dizer, não só. Há um disco de papelão lá também. Foi oferecido a Wander Wildner, pelos mil exemplares do álbum “Baladas Sangrentas”. Uma brincadeira entre amigos de longa data. O músico, aliás, chegou morar na Toca do Bandido. É de casa. Temporadas, ainda que mais curtas, também passam todos os artistas que procuram o lugar pra suas produções. Ou ainda, os rock stars wannabe do reality “Geleia do Rock”, do Multishow, e as equipes de propagandas de TV. “Vem Pra Rua”, a campanha que virou hino da Fiat, foi gravada lá.
Ficam hospedados na Toca, nos quartos que antes eram ocupados pela família de Tom. Um pouco mais de sorte, porém, tem quem passa as noites na suíte do antigo dono – onde encontramos um exemplar da NOIZE no criado-mudo. O ambiente possui uma varanda, através da qual podemos observar os tucanos da vizinha Floresta da Tijuca que passeiam pelo jardim.
É pelo jardim que entramos no pub. Localizado abaixo da suíte de Tom, ele é usado em ocasiões especiais, como lançamentos e gravações de clipes. A garagem, logo ali, não guarda carros, mas os inúmeros cases das guitarras expostas no estúdio. Estão lá, separando o espaço da oficina do Seu Antonio, o faz-tudo da Toca e voz da intro de “Só No Forevis”, do Raimundos, que ele reproduziu pra gente:
Foi Seu Antonio também que retirou a proteção da Harley-Davidson de Tom, para que pudéssemos sentir o gostinho de montar o cavalo do bandido. Quem também quis viver esta experiência foi Chad Smith, baterista do Red Hot Chili Peppers, que preferiu pilotar a moto pra chegar a um dos shows da banda no Rio de Janeiro.
Ainda no jardim, fica a piscina com churrasqueira. Acostumado a receber os mais variados nomes da música brasileira, no dia de nossa visita, o espaço era ocupado pel’O Rappa, que comemorava o sucesso do hangout realizado lá mesmo, horas antes, com um saboroso e animado jantar preparado por um assador gaúcho.
Veja as fotos e, depois, passa aqui pra ouvir discos gravados na Toca do Bandido.
Leia mais histórias na NOIZE #63
Ouça discos produzidos por Tom Capone e gravados na Toca do Bandido, clicando aqui.