ListãoNoize | Os 40 melhores discos de 2015

29/12/2015

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Por: Revista NOIZE

Fotos: Reprodução

29/12/2015

2015 foi um furacão. Foram tantos os lançamentos importantes que quisemos esperar até os últimos segundos para ver se não aparecia de surpresa outro disco histórico por aí. Sabe como é, né.

Abaixo, você encontra nossa lista geral com os 20 melhores discos nacionais e internacionais lançados ao longo do ano. Para ouvi-los, é só clicar em suas capas.

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Aproveite!

5) Ava Patrya Yndia Yracema – Ava Rocha

Data de lançamento:10 de março
Melhor faixa: “Uma”
Ava Rocha atirou uma granada apaixonante em Ava Patrya Yndia Yracema. Dar play no disco é enfiar a cabeça no caos, que tanto é estridente e agressivo, como em “Auto das Bacantes”, mas também suave e confortável, como em “Transeunte Coração”. Um disco revelador, empoderador, pop e experimental, muito além do que qualquer definição é capaz de descrever.

4) Violar – Instituto

Data de lançamento: 16 de outubro
Melhor faixa: “Alto Zé do Pinho”
Rica Amabis e Tejo Damasceno não tiveram a menor pressa para lançar o segundo disco do Instituto. Foram quase dez anos reunindo gravações de músicos como Sabotage, Tony Allen, Lanny Gordin, Karol Conka, Otto, Nação Zumbi, Tulipa Ruiz, Curumin, BNegão e Criolo para compor o que viria a ser o Violar. O resultado é um soco eletrônico, que vai do samba ao afrobeat sem fazer esforço.

3) Estratosférica – Gal Costa

Data de lançamento: 22 de maio
Melhor faixa: “Casca”
Gal Costa sabe que envelhecer é uma arte e Estratosférica apenas comprova sua grandeza artística. Contemporâneo da borda ao miolo, é um disco recheado de composições de Caetano Veloso, Criolo, Milton Nascimento, Arnaldo Antunes, Mallu Magalhães, Marcelo Camelo, Lincoln Olivetti, Rogê e outros tantos talentos. Difícil resistir.

2) Fortaleza – Cidadão Instigado

Data de lançamento: 3 de abril
Melhor faixa: “Até que enfim”
Valeu a espera de seis anos. O mais recente do Cidadão Instigado é um álbum refinado e imprevisível, ao mesmo tempo em que mantém intacta a essência prog-nordestina-romântica do grupo. Fortaleza, aqui, é bem mais do que a cidade natal dos músicos da banda: é também o símbolo de um progresso que esmaga nossas cidades, ao mesmo tempo em que pode representar os muros que cada indivíduo ergue para sobreviver a isso. Um disco para entender o que está acontecendo.

1) A mulher do fim do mundo – Elza Soares

Data de lançamento: 3 de outubro
Melhor faixa: “Maria da Vila Matilde”
Desnecessário dizer, mas o 34º disco de estúdio gravado por Elza Soares é uma das obras brasileiras mais importantes dos últimos anos. Nele, a dor de uma vida inteira se rasga a cada nota gritada pela cantora, que chega ancorada ao trabalho preciso de Guilherme Kastrup, Kiko Dinnuci, Rodrigo Campos, Marcelo Cabral, Felipe Roseno, Rômulo Fróes e Celso Sim. É um disco violentíssimo, no melhor sentido do termo.

5) The Epic – Kamasi Washington

Data de lançamento: 5 de maio
Melhor faixa: “Askim”
Um CD triplo com quase três horas de um jazz imparável. Saxofonista que gravou clássicos modernos como You’re Dead, de Flying Lotus”, e To Pimp a Butterfly, de Kendrick Lamar, Kamasi Washington soltou um verdadeiro míssil com The Epic. O cara comanda uma banda de dez músicos e manda 173 minutos do som mais inspirado possível, dando força ao jazz do século XXI com arranjos e solos gigantescos e “épicos”. Como o nome do álbum não poderia descrever melhor.

4) Vulnicura – Björk

Data de lançamento: 20 de janeiro
Melhor faixa: “Notget”
Arranjos orquestrais e eletrônicos com uma pegada experimental são o tempero para um dos discos mais chocantes de Björk em Vulnicura. A cantora islandesa abre seu coração e canta sobre o fim recente de um relacionamento, e faz isso com muita sinceridade. O resultado são combinações de letras, timbres e harmonias espantosas, carregadas de raiva e melancolia. O já bem conhecido estilo vocal de Björk acaba tornando tudo mais emocionante e arrebatador, dando vida a um dos melhores discos da cantora em uma carreira que beira os 40 anos.

3) In Colour – Jamie XX

Data de lançamento: 29 de maio
Melhor faixa: “Loud Places” (feat. Romy)
In Colour demorou cinco anos para ficar pronto e acabou soando justamente como isso: uma coleção de músicas extremamente produzidas e que soam atemporais. Do hit “I Know There’s Gonna Be (Good Times)” até os beats fortes de “Gosh”, “Sleep Sound” e “Girl”, o disco demonstra um mergulho completo da sonoridade minimalista do The XX no som de pista de todas as épocas. Talvez a maior representação disso seja “Loud Places”, com o encontro entre beats modernos, os vocais de Romy e o sample jazz/disco de “Could Heaven Ever Be Like This”, de Idris Muhammad. O resultado é praticamente um louvor às possibilidades da música eletrônica.

2) Currents – Tame Impala

Data de lançamento: 17 de julho
Melhor faixa: “Let it Happen”
Kevin Parker endoidou mais um pouco, e não poderíamos ter notícia melhor do que essa. Logo que o Tame Impala soltou a épica “Let it Happen” deu pra ter noção do que viria com Currents. Sons sintetizados e experimentais, vibe oitentista e momentos de ruptura sonora, com trabalho de edição e colagens. O Tame Impala não é mais o mesmo, mergulhou completamente no ácido e encontrou os anos 80, mas é tão incrível e divertido quanto o antigo. O que mudou foram os filtros, os timbres e as sonoridades. As grandes melodias, harmonias e riffs continuam presentes.

1) To Pimp a Butterfly – Kendrick Lamar

Data de lançamento: 15 de março
Melhor faixa: “Alright”
To Pimp a Butterfly caiu como uma bomba lá em março, em um momento em que a discriminação com a população negra voltava a ser uma das pautas centrais da sociedade estadunindense. E não foi por acaso que “How Much a Dollar Cost” se tornou a música favorita de Barack Obama em 2015. To Pimp a Butterfly reúne uma gama imensa de influências da música negra, desde o gospel até o jazz, e traz versos poderosos de Kendrick Lamar. Seja por meio da afirmação em “Alright” e “i” ou pela denúncia na incrível “The Blacker the Berry”. Os arranjos extremamente bem feitos são o detalhe final para composições e letras inacreditáveis, carregadas de uma visão crítica da realidade, mas que não deixam de ser poéticas. Tudo isso acaba reverberando não só nos movimentos dentro dos Estados Unidos, em que “Alright” se tornou praticamente um hino, mas também em toda batalha por direitos humanos. Da crise dos refugiados até as lutas por direitos mínimos que as minorias ainda enfrentam no Brasil. É o disco internacional que melhor representa o espírito do tempo de todo o mundo em 2015, e que torna Kendrick Lamar o maior rapper e um dos maiores músicos da sua geração.

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29/12/2015

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