#ExclusivoNOIZE | O espírito livre do novo single da Banda Gentileza

29/06/2015

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Paula Moizes

Por: Paula Moizes

Fotos: Vinicius Grosbelli

29/06/2015

De 2005 pra cá, a mistura da Banda Gentileza se renovou. Com o primeiro disco homônimo, lançado em 2009, eles circularam pelo Brasil, tendo até um single na trilha sonora da novela Malhação, da Rede Globo. Alguns anos depois, o quarteto incorpora seu lado mais promíscuo nas letras do segundo disco Nem Vamos Tocar Nesse Assunto, que chega no dia 6 de julho nos principais serviços de streaming.

Depois de conhecer as músicas “Casa” e “Espiões”, você ouve hoje com exclusividade pela NOIZE o rock cigano “Por Onde Anda”. Dá o play:

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Os sons e os significados das palavras são um prato cheio pras composições irônicas do grupo. Com Bruno Castilho (bateria, percussão e vozes), Diego Perin (baixo e vozes), Heitor Humberto (vozes, guitarra, violão e violino) e Jota Borgonhoni (guitarra, viola caipira, piano, teclado e vozes), a Banda Gentileza representa a cena independente do Paraná. O show de lançamento de Nem Vamos Tocar Nesse Assunto será no dia 25 de julho, em Curitiba (local a ser divulgado).

O vocalista Heitor Humberto comenta sobre a letra do single “Por Onde Anda” e as ideias por trás do disco nessa entrevista exclusiva:

“Por Onde Anda” seria uma composição sobre alguém que vocês conhecem ou a letra teve outra inspiração?

A ideia inicial da música foi do Artur, nosso ex-trompetista. A letra era incrível: “cuidado com o purê, armadilha do buffet, pesa e você nem vê”. Mas essa ideia acabou ficando de lado, felizmente ou infelizmente. Eu tinha alguns rascunhos de letras que percebi que falavam basicamente da mesma coisa: daquela pessoa que aparece, dá uma bagunçada e depois some. E você fica lá disfarçando que tá tudo certo, volte sempre. No meu caso, foi inspirada em duas pessoas.

Essa é outra faixa do disco em que o coro aparece. Por que vocês decidiram usar esses vocais em conjunto no disco?

Começou sem querer e depois de um tempo passou a ser nosso foco. Eu escrevi “Eu Sempre Quis” – faixa que abre o disco – já pensando em um coro uníssono. E a gente gostou demais da ideia. A música seguinte, por coincidência, também foi feita com respostas em coro. “Casa”, uma música já mais antiga, também tinha o refrão cantado em coro. Aí fomos percebendo que era um caminho legal pra seguir nesse disco novo. No fim das contas, parece que cada música foi pedindo seu próprio coro. Das nove faixas, apenas a última, “Tudo Teu”, não tem. Até mesmo uma das músicas cortadas do disco tinha todo mundo cantando junto. Ou seja, foi um denominador comum quase proposital.

Quanto tempo a banda ficou compondo e arranjando o disco como um todo? O que amarra as nove faixas?

Desde o início de 2013 a gente se dedicou basicamente a compor as músicas que entrariam no nosso disco novo. Mas a gente é meio lerdo pra compor, muito por minha culpa, que demoro demais para escrever (imagina que nosso disco anterior é de 2009). No fim de 2013, resolvemos que deveríamos parar e apenas ensaiar para fazer as músicas novas. Então foi um ano inteiro dedicado exclusivamente para compor. Acho que o que amarra as nove faixas é a participação total dos quatro integrantes, representada muito nos coros, que falamos ali em cima. Todo mundo está tocando ou cantando o tempo todo e isso tornou o som um pouco mais pegado, mais reto, mais direto. As nuances estão mais na dinâmica do que na variedade instrumental.

Como foi o processo de ajuste da sonoridade da banda desde a saída do Artur Lipori até chegar em Nem Vamos Tocar Nesse Assunto?

Foi bem legal porque nos empurrou para secar um pouco a sonoridade, resolver o som em quatro pessoas. Durante vários anos, a banda teve cinco ou seis integrantes e isso facilita para você testar um monte de coisas. Sempre tinha alguém que poderia fazer um detalhe no teclado, alguma percussão, tocar violino, sax ou trompete. Em quatro, queríamos tudo basicamente com bateria, baixo, guitarra e vozes. Acho que simplificar foi um desafio bem interessante. Se nos primeiros ensaios parecia meio vazio, hoje, para nós, está bem natural.

Por que os sacos coloridos e panos na cabeça da capa do disco?

Desde o início das conversas com o Jaime Silveira, responsável pelas artes do disco, a gente decidiu usar fotos que pedissem pelo menos uma segunda olhada — as fotos foram tiradas pelo Vinicius Grosbelli. Acho que foi isso que guiou os testes que fizemos e as ideias que foram surgindo. Cobrir as cabeças dos integrantes da banda foi ideia do Jaime depois de várias conversas e a gente curtiu. Além de ficar forte, tem uma boa relação com o nome do álbum. Ficamos surpresos com a quantidade de gente que elogiou o trabalho. Não sabíamos muito bem o que esperar da reação do pessoal.

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29/06/2015

InfinitA
Paula Moizes

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