_por Crib Tanaka
As Pussy Riot dominaram os noticiários e viraram capa de cadernos impressos. Sim, as meninas têm pussy: Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Yekaterina Samutsevich serão julgadas em Moscou por terem entrado mascaradas na Catedral do Cristo Salvador e entoado uma canção-oração a Virgem Maria, pedindo que as livrassem do então recém-eleito presidente Putin.
Yoko Ono postou no facebook e em seu site a sua simpatia às meninas, que correm o risco de serem condenadas por até três anos. Franz Ferdinand, Faith no More, Red Hot Chilli Peppers e Madonna também mostraram seu apoio e até a Anistia Internacional entrou na história.
Madonna escreveu o nome na banda em suas costas, durante show em Moscou
As Pussy retomam a ideologia agressiva e contestadora do punk levando para as suas letras o desconforto com o entorno, precisamente, com o cenário político. Se a banda era pouco conhecida, agora não se pode dizer o mesmo. Em um mundo dominado pelo pop, de repente, as punks viraram estrelas.
“Embora estejamos atrás das grades, nós somos mais livres que qualquer dos que nos acusam”, afirmou Nadezhda, 22 anos
Jovens protestam contra a prisão
As Pussy Riot abrem um precedente muito interessante, como declara a ativista feminista Tob Vail à revista Dazed & Confused: “Elas criaram um método de protesto cheio de possibilidades e que pode ser utilizado a nível global, ultrapassando as fronteiras internacionais. Putin pode encarcerar membros, mas como pode impedir a possibilidade de novos membros se juntarem ou impedir que o movimento se propague para além da Rússia?”. Vale lembrar que Tobi fez parte do The Go Team e do Bikini Kill, banda precursora do Riot Grrrl. Tudo isso me lembrou Ted Polhemus falando sobre o nascimento do punk como uma reação crua, forte e “do it yourself” ao tédio, à mesmice, o mundo cor de rosa.
Presas desde março, elas receberão a sentença final dia 17. Resta esperança para a voz livre? Elas acreditam que sim. E a gente também. Vamos esperar.
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Ou vamos protestar?
@Crib Tanaka é carioca-sansei, jornalista e trabalha com marketing. Acredita cada vez mais no ditado que diz “temos dois ouvidos, dois olhos e uma boca para vermos e ouvirmos duas vezes mais do que falamos.”