Funk, hip hop e black music fecharam a 12ª edição do Se Rasgum

19/11/2017

Powered by WP Bannerize

Marília Feix

Por: Marília Feix

Fotos: Ariel Martini

19/11/2017

A noite de Belém começava a cair junto com o início da programação do último dia do festival Se Rasgum de 2017. O complexo ecológico Parque dos Igarapés ficou divido em três palcos: Oi, Banco da Amazônia e Estácio. Como alguns shows aconteceram simultaneamente, tivemos que praticar o exercício da escolha, tarefa difícil em meio a tantas atrações interessantes do line up que misturava bandas regionais a nomes mais reconhecidos nacional e internacionalmente.

Começamos pelo Muntchako, trio instrumental e maluco de Brasília que fez o público rebolar com uma performance malemolente e divertida, mesclando sonoridades orgânicas a batidas eletrônicas e sintetizadores. Depois conseguimos assistir a um pouco do show da lendária cantautora acreana Nazaré Pereira e sua bela apresentação com elementos de carimbó, boi-bumbá, xote, baião e ciranda.

*

O clima ferveu com a expectativa do show da Baiana System no palco Oi. As máscaras desenhadas por Filipe Cartaxo, que são uma marca estética da banda, começaram a ser distribuídas para o público, mas alguns fãs já haviam trazido as suas de casa. Até que a explosão começou e a mistura autêntica de sons vindos da África, do Brasil e do Caribe levantou a plateia como um tufão. Não havia como ficar imune àqueles graves dançantes geradores de uma atmosfera poderosa que só o Baiana tem. O guitarreiro paraense Félix Robatto fez uma participação especial e conseguiu enlouquecer ainda mais os espectadores e a própria banda. “Eu pesquisei a música do mundo todo para só agora descobrir que há muita riqueza em Belém”, declarou o vocalista Russo Passapusso, referindo-se a Félix e a toda a cultura das aparelhagens e guitarradas da capital do Pará.

Pouco depois foi a vez do mestre das rimas Emicida chegar chegando. Com seu fiel DJ Nyack e sua banda de peso, não conseguia esconder a satisfação de ver uma plateia tão animada e receptiva. “Tá louco Belém! Que capacidade é essa!”, brincou entre uma música e outra. Em sua apresentação hipnótica e repleta de coreografias ritmadas, o rapper fez um show cheio de afeto e emoção, com direito a interpretações de hinos brasileiros como “Marinheiro Só” e “Carinhoso”. Despediu-se com muita gratidão aos fãs e lembrou da importância do hip hop para a cultura nacional, referenciando seus mestres do grupo Os Racionais.

O terreno estava pronto para a lenda do hip hop norte-americano se apresentar. Afrika Baambaata proporcionou o encontro da sua equipe dos Estados Unidos com um grupo de dançarinos de break de diferentes estados do Brasil. Sequenciando clássicos do funk de sua terra natal com hip hop e grooves, fez uma verdadeira festa no palco, incentivando outras rodas de dança na plateia que aproveitou pra mostrar que também levava jeito para a movimentar o corpo.

O encerramento ficou por conta do DJ João Brasil, que atraiu novamente todo o público que estava espalhado pelas áreas do Parque dos Igarapés e não mediu esforços para fazer o Se Rasgum realmente tremer. Alternando suas músicas autorais e irônicas como “Michael Doulgas” e “Hey Pugliesi, Deixa Eu Comer Maionese”, com pedradas de funk e do pop nacional, fechou a noite do 12º Se Rasgum com a felicidade do público garantida.

Tags:, , , , , , , ,

19/11/2017

Marília Feix

Marília Feix