Temples: você ainda vai ouvir muito sobre eles

13/05/2015

Powered by WP Bannerize

Paula Moizes

Por: Paula Moizes

Fotos: Divulgação

13/05/2015

Não é à toa que Noel Gallagher é fã declarado da banda inglesa Temples. Já no primeiro disco, lançado há um ano, eles mostram para o que vieram: muito fuzz, baterias salgadas e vocais melódicos que seguem uma linha psicodélica sessentista. Nas famosas lojas de discos Rough Trade, em Londres, Sun Structures foi um dos LPs mais vendidos de 2014.

A estreia Sun Structures foi gravada no estúdio caseiro do frontman James Bagshaw. Segundo o baixista Thomas Walmsley, em entrevista pra gente, eles só conseguiram chegar na sonoridade que queriam produzindo assim, em casa e com equipamentos baratos. O quarteto se apresenta pela primeira vez no Brasil neste sábado (16/05), no Estúdio (Rua Pedroso de Moraes, 1036 – São Paulo/SP). Aqui temos 10 motivos para você ir ao show do Temples.

*

Dá o play em Sun Scructures pra entrar no sonho de ruídos da banda e curtir nossa entrevista com o baixista Thomas Walmsley:

2014 deve ter sido um ano agitado pra vocês, com o lançamento dos EPs – Shelter Song EP e Mesmerise Live EP -, o primeiro disco, Coachella… Como vocês estão um ano mais tarde, depois de tudo isso?

Estamos mais velhos, mais sábios e mais felizes como banda. Nós aprendemos muito de ter tocado constantemente em 2014, não foi uma coisa que tivemos a chance de fazer antes da banda existir. Depois de Sun Structures, tudo se desenvolveu de uma forma diferente. Eu acho que no disco você cria um produto definitivo da sua música, depois gasta um tempão tocando isso ao vivo, então o disco acaba se transformando em outra coisa. Tem sido ótimo poder ser criativo de novo desde o início de 2015, nós estivemos ocupados escrevendo, gravando e explorando para onde levaremos nossa música.

Sun Scructures foi gravado e produzido por vocês mesmos em um estúdio caseiro. Como foi isso?

A banda começou com uma ideia sólida de como queríamos soar, até mesmo antes de pensarmos em um nome. No estúdio do James [Bagshaw] nós parecíamos estar chegando perto de como queríamos que o discos soassem, então fez sentido lançar as músicas por nós mesmos. Eu acho que nós usamos tudo o que estava ao nosso alcance, certamente não tínhamos muitos equipamentos sofisticados. De qualquer jeito, coisas baratas tendem a soar melhor.

Foto: Simon Sarin

Foto: Simon Sarin

A masterização e mixagem ficou por conta de Noel Summerville e Claudius Mittendorfer, respectivamente. Por quê?

Bem, nós estávamos satisfeitos em gravar e produzir nós mesmos, mas mixar e masterizar são processos completamente diferentes. Eles podem não interferir na música, mas ao mesmo tempo afetam fundamentalmente o jeito que você ouve as canções. É uma arte das trevas.

Vocês acham que Sun Sructures é um álbum que precisa ser ouvido mais de uma vez para ser compreendido?

Eu acho que é mais o caso que você precisa ouvir do início ao fim para ser entendido. Mesmo que você ouça uma vez, por favor ouça todo ele.

Vocês acham que a música psicodélica estaria vivendo um novo momento agora?

Sempre houve uma cena pra isso, desde a década de 60. Talvez agora mais do que nunca está mais fácil de perceber. É mais fácil ouvir bandas de todo o mundo. É provavelmente o período mais universal de todos os tempos, não está tão restrito aos países. Nunca houveram “festas psicodélicas” na maioria das grandes cidades do mundo antes. É muito bom ver as pessoas ainda dando valor à música ao vivo.

Vocês acreditam que um álbum precisa ter algo comercial para ganhar visibilidade? Por quê?

Não, de jeito nenhum. Pelo menos não de início ou qualquer tipo de base comercial. Criar um disco é algo que deveria ser levado a sério, é uma das poucas coisas que sobrou pra música nos dias de hoje, ou seja, uma representação significativa e honesta de uma banda. Uma banda que se expressa em um álbum é uma banda que vale a pena ser ouvida.

Tags:, , ,

13/05/2015

InfinitA
Paula Moizes

Paula Moizes