Fotos: Rafael Rocha
A pontualidade britânica não nos decepcionou na noite de ontem. Eram exatamente 21:15 quando The Kooks apareceu no palco, exibindo cortes de cabelos lindamente lapidados. “Around Town”, música que abre o mais recente disco deles, Listen (2014), foi a escolhida para iniciar aquele momento tão esperado por boa parte do público do Pepsi On Stage.
Os seis meninos de Brighton esbanjaram técnica e dancinhas tímidas – quase – sensuais (não estamos comparando isso ao badauê brasileiro, claro). Em “She Moves in Her Own Way”, do disco Inside In/Inside Out (2006), chegamos a ouvir gritos agudos de euforia, vindos das meninas que estavam piradas com a voz rouca do Luke Pritchard.
A grooveira de “Forgive and Forget” foi um convite ao balanço, com clima leve e sorridente. Assim foi até o final, com a queridinha “Junk of the Heart” e a derradeira “Naive”, hit que levou The Kooks para os quatro cantos do planeta.
Setlist do The Kooks:
“Around Town”
“Ooh La”
“It Was London”
“Bad Habit”
“Down”
“She Moves in Her Own Way”
“Eddie’s Gun”
“Westside”
“Always Where I Need to Be”
“Sway”
“Forgive & Forget”
“See Me Now”
“Sofa Song”
“Junk of the Heart (Happy)”
“Naïve”
Depois de The Kooks, o público foi se alternando, junto com a troca dos equipamentos no palco, para esperar o Kasabian. Exatamente às 22:15 ouvimos a base de “Bumblebeee” (48:13, 2014) reverberando no palco. Era o começo da apoteose.
A partir daí exigia-se uma certa bravura para enxergar a banda de perto, já que que os que estavam por alí eram naturalmente os mais fãs, em sua maioria masculinos e em êxtase, pulando como se não houvesse amanhã e derrubando tudo, inclusive a cerveja, nos cabelos das desavisadas. Amantes também de Oasis, Stone Roses e Primal Scream, pareciam não acreditar no que estavam vendo e ouvindo, era muita banda, muito som, muito culhão.
“Brazil you are fucking Empires”, gritou o vocalista Tom Meighan, antes de ouvirmos a batida de “Empire”, música que dá nome ao segundo disco deles de 2006, e que mais uma vez arrebatou o público.
A partir daí, a sucessão de aulas de guitarra, vocal, baixo, teclado e bateria foi se desenvolvendo, faixa a faixa. Com algumas tímidas palavras em português, Tom Meighan e Sergio Pizarro se divertiam no palco e agradeciam ao final de cada música, com um lindo “O b r i g a d o”.
A balada “Goodbye Kiss”, de Veloceraptor (2011) trouxe um dos momentos mais bonitos do show. Mesmo que boa parte da plateia não soubesse cantar a letra da música, a emoção corria solta, os braços balançavam e os “la la las” ecoavam.
O peso voltou com “Vlad the Impaler”, do disco West Ryder Pauper Lunatic Asylum (2009), que garantiu a extravasão das nossas energias e foi seguida de uma introdução da música “Praise You” do Fatboy Slim para chegar na clássica “L.S.F. (Losts Souls Forver)” do primeiro álbum deles, Kasabian, (2004). A noite acabou nos deixando de pés cansados e coração leve.
Setlist do Kasabian:
“bumblebeee”
“Shoot the Runner”
(with “Black Skinhead” intro)
“Underdog”
“Days Are Forgotten”
“eez-eh”
“Cutt Off”
“Thick as Thieves”
“The Doberman”
“Take Aim”
“Club Foot”
“Re-Wired”
“treat”
“Switchblade Smiles”
“Empire”
“Goodbye Kiss”
“Fire”
Bis:
“stevie”
“Vlad the Impaler”
“Praise You” (Fatboy Slim)
“L.S.F. (Lost Souls Forever)”