Trocando ideias sobre a música espacial do Foxygen

02/01/2015

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Ariel Fagundes

Por: Ariel Fagundes

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02/01/2015

Botar um disco do Foxygen para tocar é aceitar uma passagem só de ida aos confins cósmicos do espaço. Seu último álbum, …And Star Power (2014), mistura a busca interestelar por novos sons com o tiro certeiro nas melodias fáceis do pop.

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Conversamos com Jonathan Rado (d na foto), que formou a banda com seu amigo Sam France, sobre o que é o Foxygen hoje. Veja abaixo:

Seu último disco antes de …And Star Power estava muito ligado à música dos anos 60 e 70. Hoje, vocês estão procurando pelo som do passado ou pelo som do futuro?

Eu não sei, mas acho que depende de cada música. Em muitas vezes em que me sento no piano, as músicas que começam a vir têm alguma ligação com as músicas que existiam nos anos 70, sabe? Porque a gente gosta mesmo desse tipo de som. Mas ao mesmo tempo, eu acho que seria divertido fazer hip hop. Realmente depende do que estamos procurando em cada caso. Não temos um objetivo em particular hoje, nós vamos indo.

Entendi… Mas vocês conseguiriam fazer algo de hip hop?

Yeah! Eu acho que sim! Quer dizer, eu não sei. Eu até já fiz umas brincadeiras nessa linha com meu computador, mas a real é que [o hip hop] é todo um mundo em que você tem que entrar… E eu não estou muito pronto para mergulhar completamente nisso. Mas ainda assim acho que seria bem divertido! Tipo, escrever uma música pra Taylor Swift (risos).

Vocês escreveriam músicas pra Taylor Swift?

Ah, faríamos em um segundo! Se a Taylor Swift nos dissesse: “Eu queria que vocês escrevessem uma música para mim”, eu me sentaria e faria a melhor música da minha vida (risos).

E sobre o último disco de vocês, …And Star Power. É um álbum duplo com lados claramente definidos. Como você analisa o formato do disco hoje em dia? A cultura do MP3 pode ameaçar de alguma forma o conceito de um disco fechado?

Nós fizemos o disco assim com o propósito de criar algo que fosse como um mundo próprio pelo qual você pode ficar viajando. Acho divertido pensar assim porque, dessa forma, damos às pessoas mais do que apenas doze músicas pra elas ficarem ouvindo. É todo um pequeno universo em que as pessoas podem ficar imersas.

A parte física da coisa é algo que o streaming nunca vai dar pra ninguém.

É verdade! E nesse último álbum nós piramos muito no projeto gráfico. É muito divertido, a capa é como se fosse um pôster. É um disco divertido para se ficar olhando. Eu sempre fui um fã do material físico dos discos.

E sobre os títulos que vocês escolheram pra nomear os lados do disco [The Hits, Star Power Suite, The Paranoid Side, Scream: Journey Through Hell, Hang on To Love]. Eles são reflexos de sentimentos que vocês tiveram durante a composição do disco?

Não, eles são mais um reflexo do que sentimos em relação às músicas mesmo, de como elas soaram para nós. A gente meio que queria dividir elas, sabe? Todas elas foram colocadas naqueles lados específicos do disco por alguma razão. O lado 2, por exemplo, nos deu um sentimento de paranoia mesmo. Então foi mais um meio de dividir as músicas pelos sentimentos que elas provocam, e não uma forma de dizer como nós nos sentíamos quando escrevemos o disco.

Sua música é feita com muitos efeitos na voz, overdubs… Como vocês fazem para reproduzir o som do estúdio ao vivo?

Eu acho que os shows ao vivo são muito diferentes do disco. Quando estamos no estúdio, usamos um monte de equipamentos bem mais antigos, efeitos antigos, amplificadores vintage… E nós não temos como viajar com eles. Mas nosso engenheiro de som tem um monte de coisas divertidas que ele leva e nós acabamos reinventando o som das músicas quando tocamos ao vivo.

Vocês preferem o estúdio ou os palcos?

Eu acho que os dois são fantásticos! Acho que gosto mais de gravar do que de fazer shows, se eu for comparar as duas coisas, porque no fim da gravação eu posso ir pra casa. Quando você está viajando, não tem como fazer isso. Mas as duas coisas são muito boas, eu gosto muito de tocar ao vivo também.

E vocês se veem como membros de uma cena neopsicodélica junto com bandas como MGMT, Tame Impala… Ou não?

Hm… Sim e não. Eu amo esses caras, acho que eles são incríveis. Realmente amo a música deles, mas eu não sei se dá pra dizer que nós formamos uma “cena”, sabe? Talvez sim, já que nós fazemos um som psicodélico moderno. Mas acho que uma cena pressupõe uma proximidade maior do que só dividir o palco em um show. Eu não estou fazendo um disco com eles, não nos vemos todos os dias… Nós fazemos um tipo de música que é similar, e eu respeito muito eles, mas não sei se podemos chamar isso de uma cena. Na minha cabeça, eu não vejo o Foxygen apenas como uma banda de música psicodélica. Nos interessamos por composições ao piano e fizemos um disco com referências aos sons psicodélicos dos anos 60, mas também vamos além disso.

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02/01/2015

Editor - Revista NOIZE // NOIZE Record Club // noize.com.br
Ariel Fagundes

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