De 2011 até 2015 a coluna sonora Sangria Digital foi publicada no deepbeep (RIP), um dos principais portais de música eletrônica e alternativa já criados no Brasil. Por isso não estranhem o lançamento dessa coluna estreiar na edição número 31, é só um recomeço, o ponto de repartida de um safari infinito nas savanas que circundam as pistas de dança, são nesses espaços onde a escuta é mais sutil e aguçada que a Sangria Digital explora e caça suas músicas.
A música eletrônica além de ser um guarda chuva gigante de gêneros musicais, é um algoritmo generativo de criação mutante, como uma receita que está sempre sendo reescrita e aprimorada. Um dos ingredientes mais versáteis dessa receita é o Dub, porque além de gênero per se, ele é uma possibilidade, um dispositivo de criação. Nessa edição o Dub se destaca, e é abordado como gênero e processo, sob a luz de sua influência fora da Jamaica, menos ancestral e mais digital, não esquecendo de sua origem africana e da verve hipnótica. Alguns cruzamentos de sonoridades surgem como ponte/barreira para conectar/afastar os totens Dub, alternando a dinâmica e quebrando a expectativa, porque a receita dessa mixtape é feita no olho, o resultado final é sempre uma surpresa.
Gianni Safred and His Electronic Instruments – City Problems
Fotomachine – Patterns
Unknown Artist – Word Sound And Power
Mark Ernestus’ Ndagga Rhythm Force – Ndiguel
Tapes – Lowry Dub
Workdub – Caravan
Holger Czukay, Jah Wobble, Jaki Liebezeit – Where’s The Money?
Roberto Musci – Claudia, Wilhelm R And Me
Plaid – Nat
Kode 9 – Zero Work
Tropa Macaca – Igual A Si
Michael Ferragosto – Synthdrome at the Disco
Zanzibar Chanel – Killer