Arnaldo Baptista é sem dúvida uma das mentes pulsantes da história da música brasileira. Em “Loki”, documentário de Paulo Henrique Fontenelle é possível então, ver através das lentes lisérgicas que pautaram a vida de Arnaldo. Produzido pelo Canal Brasil e com estréia prevista para 19 de junho, “Loki” é repleto de imagens de arquvio e depoimentos emocionantes que reconstituem a trajetória do homem e do artista. Está tudo lá: a era pré-Mutantes, a ascensão da banda, a paixão por Rita, as drogas, a depressão, a tentaiva de suicídio e a recuperação ao lado da segunda mulher e eterna fã, Lucinha.
Os arranjos e composições criados pelo músico quebraram todos os paradigmas da produção nacional dos anos 60, elevando os Mutantes ao posto de revolucionários da música. Em entevista ao site G1, Roberto Menescal conta que era tudo muito intuitivo. “Ao mesmo tempo, eles tinham uma coisa de criança. Era uma molecada, você tinha de ficar de olho.” Tom Zé, Lobão e Rogério Duprat são algumas das muitas figuras entrevistadas para o documentário. O próprio Sérgio Dias, irmão do músico, define aquele período: “A gente entrou num labirinto sem uma cordinha para amarrar atrás.”
Nas raras imagens de arquivo, o filme emociona ao mostrar Arnaldo, Sérgio e Rita em momentos como o Festival da Record em 1967, quando tocaram com Gilberto Gil. Mas, muito mais do que uma reverência aos Mutantes, o documentário registra os depoimentos apaixonados de Baptista ao falar de diversos assuntos. Entre música e sentimento, Arnaldo compartilha com o público os mistérios e abismos em que podemos nos perder na trajetória da vida. Uma bela lição do eterno mutante.