Apple contra a pirataria, abrindo espaço para discussão sobre censura

06/06/2011

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

06/06/2011

| Por Rafael Carvalho |

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Nova função de infravermelho em câmeras de telefones e tablets identifica ambientes e pode desligar a função de foto e vídeo dos aparelhos automaticamente em shows e apresentações musicais em geral. Nunca (talvez) saberemos se estas novas funções nas câmeras dos gadgets Apple são uma escolha que vem de dentro para fora. No caso, muitos acusam a multinacional norte-americana de deter marketing share abusivo sobre seus produtos (cerca de 30% do preço de compra) e sobre a existência de uma política violenta de retenção de direitos autorais em seus serviços, como o próprio iTunes e suas restrições com músicas baixadas de forma pirata pela internet. Ou se a nova função seria uma demanda da indústria musical, uma vez que, para que a mesma funcione – além da vontade do dono do aparelho, é preciso que a tecnologia também seja instalada em shows e eventos musicais em geral.

Como?

Através de placas de infravermelho, posicionadas em determinados lugares (visíveis para as câmeras ), a informações são trocadas com o dispositivo. Por exemplo, se aquilo é uma apresentação protegida por direitos autorais e se a função estiver programada no telefone, pode cancelar o funcionamento da câmera do aparelho naquele espaço, enquanto em contato com os sensores.

Uma maneira mais light de funcionamento do dispositivo seria, em fotos ou vídeos, dentro de locais protegidos, adicionar automaticamente uma marca d’água na imagem, sinalizando assim que ela foi extraída de forma legal pelo usuário que obrigatoriamente passa a compartilhar um logotipo, nome de música ou mesmo da gravadora automaticamente adicionados na foto ou vídeo.

Obrigatório?

Não exatamente. A função de infravermelho estará disposta nas configurações gerais do telefone e pode ser desabilitada a qualquer momento pelo usuário, assim como wi-fi, por exemplo.

O mecanismo promete ainda ajudar os dispositivos a se tornarem ainda mais parecidos com lojas virtuais, como quando utilizados em museus e galerias de arte, onde através do visor do telefone pode-se ter informações sobre a peça que está sendo visualizada. No caso de uma vitrine de loja, é possível saber o preço e mais informações sobre determinada peça sem ter que enfrentar vendedores que certamente irão insistir em mostrar outra coisa que você não quer.

Como esse dispositivo vai limitar as gravações e o compartilhamento de músicas na internet é difícil de prever, mas isso abre um debate de frente com a questão da tecnologia vs censura. Quando compramos ingressos para um show, estamos pagando pelo direito autoral? Uma vez que pagamos, temos o direito de compartilhar aquilo na internet para quem não pagou? Ou uma solução seria que o telefone bloqueasse que as imagens fossem divulgadas na intenet, passando a ser somente do arquivo pessoal de cada um?

Quem frequenta shows desde antes da era dos smartphones sabe que era proibido entrar com câmeras. Seguranças retiravam as pilhas na entrada das casas de show, mas sempre tínhamos amigas com um bom sutiã e pilhas novas dentro dele.

E agora?

Quem limita mais?

E quem dribla melhor?

Foi dada a largada.

Ilustração: Lumac

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06/06/2011

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