BAYO solta novo EP “Atlântico Sul” e nos guia por suas águas em faixa a faixa

26/08/2021

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Mariana Ayumi/Divulgação

26/08/2021

A decisão de se conectar com a faixa sul do Oceano Atlântico exige estar pronto para acolher o todo e recusar romantismos. Não dá para romantizar a história de dor que tempera aquelas águas; no entanto, ignorar a conexão ancestral e contemporânea com elas é um preço caro demais, injusto tanto com quem a cerca e quanto com o próprio Oceano. Rememorando suas marcas, tratando das feridas, e celebrando a região como ponto de conexão e identidade, o duo BAYO lança o EP Atlântico Sul. Oficialmente, ele chega na plataformas de streaming amanhã, dia 27. Entretanto, com exclusividade para a NOIZE, eles disponibilizam o material para escuta logo abaixo.

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Formada pelos baianos Graco e Nina Campos, a BAYO festeja as línguas e saberes que se separam/se unem ao nosso território pelo Atlântico; entre as faixas, cantos em português, espanhol, igbo, ukwani, inglês e yoruba, por exemplo. Ao redor do segundo EP do duo se reúnem convidados especiais: Mestre Mario Pam (Ilê Aiyê), Japa System (BaianaSystem), Dieguito Reis (Vivendo do Ócio), e as internacionais Pali, da Argentina, e Okwei Odili, da Nigéria. Além da escuta em primeira mão, a BAYO ainda disponibilizou um incrível e exclusivo faixa a faixa do EP Atlântico Sul. Aproveite o embalo e confira na sequência:

Faixa a faixa por BAYO

1-“Atlântico Sul”
A primeira faixa do disco traz a força do feminino através das vozes de Okwei Odili e Pali, propondo o encontro de países banhados pelo Atlântico Sul. A faixa cantada em português, espanhol, igbo, ukwani, yoruba e inglês traz a diversidade de culturas interligadas histórica e geograficamente por “este amor atlántico profundo”.

2- “Salvation”
“Corrente de ferro, corrente de mar, uma te prende outra leva você (…) O mar que separa me liga a você.” A letra da canção, escrita em parceria com Fábio Cascadura, mostra o desejo de estreitar relações, construir novos caminhos de encontro, sem, contudo, deixar de reconhecer que as rotas e correntes do Atlântico Sul já serviram ao cruel objetivo de escravizar.

3- “É Peso”
As puxadas de rede em Itapuã e o livro O velho e o Mar de Ernest Hemingway são as referências para a terceira canção do EP. “É guerra de vida e morte, é peso, é peso (…) O velho sente o corpo mas não solta a corda.”. As batalhas do cotidiano e a lida no mar para buscar a vida.

4- “A Mulher em Flor”
Na alvorada do dia 2 de fevereiro no Rio Vermelho surge um grupo de mulheres com cabeças de flor. Elas se reúnem para saudar Iemanjá em uma ação proposta pela multiartista Raissa Bonfim. Essa imagem norteia a última faixa do EP. Tem participação de Dieguito Reis. O sagrado e o profano banhados no suor, na água salgada e na alfazema. Os mistérios do mar e da cidade.

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26/08/2021

Brenda Vidal

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