#BQVNC | Toda ironia da Valsa Binária

05/08/2015

Powered by WP Bannerize

Ariel Fagundes

Por: Ariel Fagundes

Fotos: Divulgação

05/08/2015

Das íngremes ladeiras de Belo Horizonte veio a Valsa Binária, uma banda que inspira bom humor e expira ironia em suas letras. Formado em 2009, o grupo é composto hoje por Leo Moraes (guitarra e voz), Danilo Derick (guitarra e teclado), Salomão Terra (baixo) e Rodrigo Valente (bateria).

Em 2011, eles lançaram seu primeiro disco, homônimo, ainda com Alex Reuter tocando baixo na banda. Agora, saiu o novo trabalho do grupo, 10, o primeiro registro da sua formação atual. Trocamos uma ideia com Leo Moraes sobre a história da Valsa Binária e o cenário musical de Minas Gerais. Veja abaixo:

*

Como vocês se conheceram e por que montaram a banda?
Eu já tinha tocado com o Alex Reuter algum tempo antes, na banda Gardenais. Ele e o Rodrigo Valente estavam saindo de uma banda que tinha acabado de implodir. Estávamos os três conversando num bar sobre a nossa vontade de fazer um som sem as pressões que nossas bandas anteriores tinham, um desejo comum de voltarmos a nos divertir com música. Marcamos um ensaio sem compromisso, depois outro, mais outro e de repente (tipo um ano depois, hehehe) tínhamos um material inédito composto e ensaiado. Acabamos resolvendo registrar esse material e isso se tornou nosso primeiro álbum, lançado em 2011 (ouça abaixo).

Como a saída do Alex e a entrada do Salomão e do Danilo modificaram o som de vocês? O que causou essa mudança de integrantes?
O som mudou bastante. A Valsa Binária é uma banda bastante aberta, mesmo na época do primeiro CD, em que a maioria das composições é minha, os arranjos foram feitos em conjunto. Nesse segundo trabalho houve uma participação ainda maior de todos os integrantes desde o primeiro momento. O Salomão e o Danilo trouxeram um frescor e uma energia nova para o processo. A saída do Alex se deu por causa de uma diferença de expectativa com relação ao futuro da banda. Ele estava em um momento de vida diferente do nosso e foi uma saída tranquila, ele frequenta os shows e é um grande amigo.

Que bandas vocês têm ouvido muito e serviram de inspiração para a sonoridade do “10”?
Individualmente temos gostos diferentes, então essa pergunta terá respostas diferentes de cada integrante. Em comum nas nossas playlists eu poderia citar o Apanhador Só, Rodrigo Amarante, Maglore, Nobat, citando alguns artistas nossos contemporâneos, e alguns clássicos eternos, como Radiohead, Beatles, Cake, entre outros. Mas 10 é mais fruto de um processo que de referências tão explícitas. O disco congrega uma vertente de canção e uma sobreposição moderna, com lances eletrônicos. O Valsa sempre teve essa excentricidade estética e dessa vez isso ficou mais acentuado. Quando você tem no mesmo disco músicas com sintetizadores, numa pegada mais eletrônica, e ao mesmo tempo um clássico pop com piano e voz, não dá pra enxergar uma coisa só.

Qual é a sua análise sobre o cenário musical mineiro hoje?
Estou na estrada há algum tempo, e não me lembro de um período de produção tão rica e diversa como o atual. Acho que a ressaca pós-gravadoras já ficou definitivamente no passado e a produção independente já alcançou o mainstream em termos de qualidade técnica. Se o parâmetro for artístico, o independente já está muito à frente. No caso específico de Minas, ao mesmo tempo que existe uma turma que veio na esteira da Praia da Estação, e do renascimento do carnaval, tem também uma galera na contramão dessa história. Da primeira turma posso citar bandas como A Fase Rosa, Dom Pepo e Djalma Não entende de Política, e, da segunda, o pessoal da Geração Perdida, como Lupe de Lupe e Jonathan Tadeu. No meio disso tudo, com interseções com esses movimentos, mas de uma forma transversal, estamos nós, da Valsa Binária, Aldan, Nobat, Projeto Manobra. Isso sem mencionar a cena hip hop, que está num momento incrível.

Quais são os planos da Valsa Binária agora que saiu o segundo disco?
Pretendemos circular o máximo possível no segundo semestre. Temos datas a serem confirmadas para agosto e setembro em Porto Alegre, Natal, Rio, São Paulo, e em algumas cidades do interior de Minas. Clipes de “Receita” e “Céu de Abril” já estão sendo produzidos e serão lançados em breve.

Tags:, , , , ,

05/08/2015

Editor - Revista NOIZE // NOIZE Record Club // noize.com.br
Ariel Fagundes

Ariel Fagundes