Caetana apresenta versão deluxe do disco “Afronordestina” 

04/04/2024

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Isabela Yu

Por: Isabela Yu

Fotos: Divulgação/ Ressumbrar e Karoline Leal

04/04/2024

Cantora e compositora, Caetana mistura tradições pernambucanas com sonoridades contemporâneas: em seu universo, o coco de roda, cavalo marinho, maracatu e frevo se encontram com o brega funk, o hip hop e o rap. Desde 2007, a artista vem se jogando na cena cultural recifense, onde ressalta a importância do contato com os ensinamentos de mestres e mestras, como Mãe Beth de Oxum, do Samba de Coco de Umbigada, Mestre Toinho, do Maracatu de Baque Forte, na sua formação pessoal e artística. Ainda que não tenha acesso a educação musical formal, ela vê a família como a sua maior inspiração: “Eu não cresci com um piano na sala da minha avó, mas o empenho dela em cuidar de mim e dos meus primos foi a minha referência para que eu corresse atrás dos meus sonhos”. 

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Por onde começo? O primeiro disco da artista, Afronordestina, lançado em abril de 2022, apresenta treze faixas, sendo todas composições autorais, com exceção de uma parceria com Jennifer Caldas e um remix de “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga. Há ainda colaboração de nomes como Formiga Dub, Beto Larubia e Nilla. Procure no YouTube o videoclipe de “Odoyá” produzido e dirigido por Caetana, e aproveite e engate os vídeos dos primeiros trabalhos – “Rendido de Leão” e “Você deixou”. No ano passado, apresentou o Caetana – Deluxe Afronordestina, com versões ao vivo do disco. 

Mood? Uma leitura contemporânea das intersecções entre universos que poderiam ser distintos, mas que na obra da artista, soam naturais justamente porque Caetana é criativa em sua abordagem. Com apenas 30 anos, ela soma prêmios em concursos de escrita, dança, teatro e audiovisual, então todas essas expressões se materializam nas composições, contribuindo para a criação de sua identidade artística. 

Como soa? Somente nos últimos anos, após trocar Recife pela ponte aérea Rio de Janeiro e São Paulo, Caetana realizou mais de 50 shows com o repertório do primeiro disco. No entanto, teve apenas uma experiência em estúdio, que resultou na canção “Odoyá”, que conta com participação de Deize Tigrona. Para ela, o álbum Afronordestina pode ser considerado artesanal: “Fora ela, as demais produções atendem a realidade da falta de recursos. Mas acima disso, prezo os encontros e vivências das pessoas iguais a mim”. 

Qual a vibe? Afrofuturista. Arte e expressão travesti a partir da ótica sensível de Caetana que, em sua essência, carrega as tradições da música e da dança pernambucana, em uma mistura com sonoridades eletrônicas e música pop. Em “Coisas de Travesti”, ela mistura um trecho de “Lady Marmalade”, música da trilha sonora do filme Moulin Rouge (2001), com batidas de funk e um flow lento – “Entenda uma coisa: travesti não é bagunça/Não vou nem dar confiança, já cansei de ensinar/ Corpo é ancestralidade, conhecendo a verdade”. 

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04/04/2024

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