#BQVNC | As camadas cremosas do Milkshakes

10/09/2015

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Paula Moizes

Por: Paula Moizes

Fotos: Reprodução

10/09/2015

Os palcos ainda não conhecem o Milkshakes, mas em breve irão. Antes de lançar o EP de estreia no início de setembro, a banda alagoana formada por Duda Bertho, Fellipe Pereira e Lucas Mello estava enfurnada nos estúdios Montana Records e Magic Room preparando as cinco faixas de Technicolor.

O primeiro registro entrega single, balada, introspecção, psicodelia e muitas camadas sonoras encorpadas. No Milkshakes vai muito britpop e indie, misturado ao mesmo brega retrô de artistas como Mac DeMarco. Em agosto, eles divulgaram o clipe da faixa-título, o primeiro da banda, com uma estética que segue a linha da capa do EP e das faixas que compõem o disco:

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As letras são de Duda Bertho. Como ele nos contou, este é seu primeiro projeto de música autoral. Por outro lado, os demais integrantes do grupo fazem parte também de outros nomes da cena independente alagoana. O baterista Fellipe Pereira já circulava com as bandas Bonança, Troco em Bala e seu projeto solo Chase. E as guitarras de Lucas Mello também marcam presença nas músicas do Mayash.

Mesmo que experimental, o som do Milkshakes é bastante acessível. Em canções como “Mermaid Love”, seja pelos versos apaixonados ou pela bateria incessante que antecede o refrão chiclete, de algum jeito o flavor doce do Milkshakes vai te atrair. Na entrevista abaixo, o vocalista Duda Bertho fala sobre a estreia do EP Technicolor.

No estúdio, como fizeram o EP ficar com essa sonoridade mais retrô, com ruídos?

Produzimos o EP normalmente, para tudo soar bem, sem nada especial ou antigo. Quando chegamos na parte de mixagem, com o Filipe Mariz, jogamos alguns delays, reverbs, drives e outros efeitos para dar o som que a gente queria. Tinha horas que a intenção era deixar a sonoridade mais suja mesmo, como a introdução de “Technicolor”, ou a bateria distorcida de “I Wanna Know”.

Quando estão tocando, pra onde o som do Milkshakes leva vocês?

Fizemos meio que o inverso. Sentamos no estúdio primeiro e gravamos as músicas, então estávamos nos ensaios para começar os shows agora, mas acho que tocar as músicas me levam pra um lugar onde eu esteja meio animado, meio pensativo ao mesmo tempo. Acho que algo que me marcou foi um dia que viramos a noite gravando teclados pro EP, fui deixar o Fellipe em casa e escutei as músicas com o sol nascendo, e quando cheguei na praia, tocou “I Wanna Know” com o sol de 6 da manhã. Fiquei feliz.

Além de músico, você é também filmmaker. O processo de composição do Milkshakes acaba sendo bastante visual por conta disso?

Com certeza. Fui “inventar” de começar a ser músico agora, porque sempre toquei em bandas cover e trabalho fazendo clipes. Sempre associo imagem à música e vice-versa, então no processo de composição minha mente funciona de maneira engraçada, acho que cada pessoa tem seu método particular de fazer música, e o meu vem muito de algo que eu vi, ou do que imagino. Gosto de pensar em sensações, imagens e situações e a partir delas criar as músicas. “Oh Baby” pra mim é um baile de formatura. “Milkshake Baby” me lembra lanchonetes.

Por que escrever as músicas em inglês?

Sempre escutei e cantei músicas em inglês, sinto que é minha língua nativa quando se trata de música, acho que por questão de interesse e até pelo timbre da minha voz. Escuto música em português sim, gosto bastante e admiro diversas bandas, mas 80% do que escuto é cantado em inglês, então quando sento pra fazer alguma música, é natural que a língua predomine.

Como é fazer parte do Milkshakes?

Acho que o que eu mais estou gostando de tudo isso é que eu consigo ser 100% eu na banda, o que não acontece quando você toca algo de outra pessoa, sempre te prende um pouco. No geral a banda expressa exatamente quem somos, focar no fazer bem feito e não levar tudo extremamente a sério, mas sem desacreditar.

Mais Milkshakes:

facebook.com/milkshakesmusic
soundcloud.com/milkshakesmusic

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10/09/2015

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Paula Moizes

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