Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, Crizin da Z.O. foi o indicado no BQVNC do Lado B da revista #131, que acompanha o vinil de “Jardineiros”, do Planet Hemp.
Projeto disruptivo concebido em 2019, desde então Crizin da Z.O. participa do circuito underground e independente. O grupo atualmente se apresenta com os integrantes Cris Onofre, Danilo Machado, Marcelo Fiedler e João Machado. Ainda pouco conhecida, contendo uma média de 500 ouvintes na plataforma do Spotify, a banda vem lançando faixas nas quais abundam reflexões atuais, com letras descomplicadas, bem-humoradas e rimas criativas. Na discografia, você irá se deparar com o EP Tudo Está Acontecendo Ao Mesmo Tempo Agora (2019), e os discos Brasil Buraco Vinte Vinte (2020), que apresenta feats com Jeza da Pedra e Tuyo, e Alma Braba (2022), com participação de G.Paim, I.C.G. e RHR.
Por onde começo? Recomendo que você ouça “Inofensivo” e “Futuro Esquisito”, do disco de 2020, e em seguida, vá para as faixas “Máscara de Gás” e “Onda”, do álbum mais recente. Esses singles são obrigatórios para entender minimamente o grupo. Não deixe de escutar os três materiais lançados, nos quais é notável a diversidade do Crizin da Z.O. Para quem gosta de Tantão e Os Fita, Badsista e Carlos do Complexo.
Mood? O trabalho da banda retrata muitas vezes a distopia que o Brasil viveu nos últimos tempos, sob a ótica crítica de uma ruptura. Mesmo contendo múltiplas informações, a proposta do grupo consegue ser equilibrada. As culturas populares e periféricas destacam-se no som questionador, agitado e arrebatador do grupo.
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Como soa? Música eletrônica na qual você se depara com a mistura brasileira das batidas do drum ‘n’ bass, do funk carioca, do samba, mas também do punk. A sonoridade pode até ser ambientada em uma atmosfera futurista, mas na verdade está vivendo e refletindo o presente, criando paralelos junto a velocidade dos tempos atuais.
Qual a vibe? Mente frita e questionadora. Para rolês noturnos, de rua, com aglomerações e, se possível, com um bate-cabeça. São composições com versos de protesto, críticas sociais ditadas por um ritmo avançado, que te fazem escutar com o corpo todo.
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