10 anos de CSS

14/08/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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14/08/2013

“Planta”, o último disco do CSS, foi lançado em junho. O trabalho, que sucede “La Liberación” (2011), marca uma nova fase da banda, que deixou a Inglaterra para se fixar de maneira definitiva nos Estados Unidos.

Pela primeira vez sem Adriano Cintra, o principal compositor dos discos anteriores, o CSS buscou o renomado produtor David Sitek (TV on the Radio e Yeah Yeah Yeahs) para trabalhar no seu quarto trabalho de estúdio. Lovefoxxx, Luiza Sá, Ana Rezende e Carolina Parra esbanjaram em “Planta” uma coleção de sonoridades diferentes, mais pesadas e obscuras.

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E foi para falar sobre o novo repertório do grupo, que completou em 2013 dez anos de estrada, que conversamos com a vocalista Lovefoxxx, por telefone. Ela nos atendeu diretamente do escritório da banda, em Los Angeles, e avaliou o amadurecimento do CSS ao longo da última década.

Como foi a participação do produtor David Sitek no novo álbum do CSS? O que ele acrescentou e sugeriu?

Essa foi a primeira vez que a gente trabalhou com um produtor que não era o Adriano (Cintra, ex-integrante do CSS). Eu achei muito legal, porque a visão que ele tem é bem diferente da nossa. Nós quatro e o David tivemos uma química muito forte e eu acho que ele conseguiu tirar de dentro de nós essas músicas todas. No final, era a gente criando coisas e ele escolhendo o que era melhor para as músicas. Foi muito divertido e um processo muito leve, na verdade. Eu gosto muito do ouvido que ele tem para a música. A gente confiou muito nele. O David tem um estilo de produzir que ele tira mais do que põe. Além disso, o estúdio dele é muito legal, parece uma nave espacial, com um monte de pedal e de possibilidades para a música eletrônica, para a gente ficar experimentando.

Em três anos, dois integrantes da banda saíram. O que o “novo” CSS tem de diferente se comparado com as formações anteriores?

Eu acho que só o fato dos anos terem passado já é algo muito diferente. Cada um mudou muito. Para mim, é difícil falar sobre isso, pois a gente já mudou tanto. Mas, musicalmente falando, acho que a maior diferença é que, ao longo do tempo, a gente aprendeu muito. Hoje temos mais autoconfiança em relação àquilo que a gente produz. Eu acho que quando você tem isso dentro de você, é mais fácil de fazer as coisas. O tempo foi uma mudança muito boa, que nos trouxe mais conforto para trabalhar.

E falando nisso, “Planta” é o quarto álbum de vocês. Há alguma coisa nesse álbum que o CSS está experimentando pela primeira vez? Tem alguma outra coisa que vocês gostariam de fazer e ainda não fizeram?

Eu gosto muito de como esse disco é mais vazio. As músicas são mais simples, elas têm menos elementos. Não sei se essa é uma coisa que eu sempre quis fazer, mas para mim é muito legal ter isso agora. Eu gosto muito do baixo que a gente colocou no disco, ele é muito simples também. Nos shows, é muito divertido de tocar essas músicas novas, tipo “Frankie Goes to North Hollywood” e “Hangover”. “Planta” tem um peso que a gente nunca teve antes. Outra coisa é que cada música desse disco tem o seu próprio universo. A gente não fez um álbum pensando nas músicas juntas, pois elas são bem diferentes. E eu gosto muito dessa variedade. É uma coisa bem eclética.

Vocês estão prestes a completar dez anos de carreira. De que forma o público de vocês evoluiu nesse tempo? Ele é diferente do que era no início?

É muito engraçado, pois o nosso público envelheceu e amadureceu com a gente. A nossa música sempre foi muito jovem, e hoje ela parece ser mais jovem do que nós mesmos. Em Houston, no Texas, fizemos recentemente um show aberto para todas as idades. O engraçado é que lá tinha um menino muito novo, de menos de vinte anos, que disse para nós que ouvia o CSS desde que tinha doze. Isso é meio bizarro para a gente, mas muito legal também. E aqui nos Estados Unidos dá para ver bem como o nosso público cresceu. Eles nos conheceram naquela propaganda da Apple, depois começaram a procurar as nossas músicas e hoje estão maiores, indo aos nossos shows.

Na opinião de vocês, o que de “Planta” ficará registrado na história do CSS?

A gente enfrentou diversas mudanças antes de lançar o “Planta”. Como eu disse antes, esse é o nosso primeiro disco sem o Adriano. Para mim, eu tenho a impressão que o álbum ficará marcado como uma coletânea de músicas que a gente gostou numa determinada época. Para comparer, o “La Liberación” era um disco ainda muito na adolescência, uma coisa que representava muito o último grito do adolescente. O “Planta”, por outro lado, é um álbum mais relax, com a típica cara de quando você tem trinta anos. É esse o sentimento que eu tenho do disco, do que dele vai ficar.

(Foto: Mariana Juliano)

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14/08/2013

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