A gente adora boas histórias. Por isso, pediu para vários artistas contarem sobre um Carnaval para nunca esquecer – ou nunca lembrar. Valendo o que for, um lugar do caralho, uma ideia furada, uma fantasia digna de faixa, um romance regado a confete ou um porre de cachaça.
Foto: Roberta Sant'Anna/Divulgação
Alexandre Kumpinski, vocalista e guitarrista do Apanhador Só:
“Eu caminhava completamente falido pelas ruas de Santa Tereza, no Rio, voltando de algum bloco de rua, quando um flanelinha me pediu algum trocado. Expliquei que eu tava só com o do ônibus, contado. Por algum motivo, ele pareceu ir com a minha cara, perguntou alguma coisa que eu não consegui entender e saiu correndo, gesticulando pra que eu o seguisse. Foi o que eu fiz, então corremos um pouco junto a um muro grande, em cima do qual tinha uma grade furada num ponto pelo qual ele conseguiu passar depois de escalar uma árvore. Fiz a mesma coisa e de repente estávamos no jardim de uma mansão onde rolava um festão de carnaval cheio de gringos, piscina e bebidas importadas. Ferveção pura! Ele deu tchau e se mandou. Eu me esgueirei por entre as plantas e mergulhei fundo na festinha, com as moedinhas tilintando no bolso da bermuda.”