Desbrave “Estamos Aqui”, novo disco de Marina Melo, faixa por faixa

30/08/2019

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Laís Aranha/ Divulgação

30/08/2019

A urgência do tempo, das vontades e das cobranças faz com fiquemos mergulhados em nós mesmos, encharcados de si. Não tendo tempo de dar conta de tudo que é de ordem individual, como ampliar o olhar para o próximo?

Marina Melo quis olhar para os lados, desviar-se do futuro e se presentificar através da conexão com o coletivo, de quem está aqui. Equilibrando bom humor com doses de questionamentos existencialistas e sociais, a cantora e compositora paulista dá vida ao seu segundo disco Estamos Aqui (2019), que conta com a produção de Chico Neves.

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Lançado neste mês, hoje, dia 30, ela experimenta o disco ao vivo no show de lançamento que acontece no Centro Cultural São Paulo. Ocupando o palco com um violão, um pedal de loop e voz, ela também convoca um convidado surpresa e as parcerias Lio (Tuyo) e Marcelle Disconexa. A apresentação rola a partir das 19h e a entrada é gratuita – sendo necessário apenas retirar o ingresso na bilheteria duas horas antes do evento.

Para fazer o aquece para o show, Marina Melo desdobra o universo de Estamos Aqui em um faixa a faixa com exclusividade para a NOIZE. Solte o player e confira:

Faixa a faixa

1.Eita, baby

Adoraria que essa música contasse a história de alguma outra pessoa, mas a real é que o que eu narro aconteceu comigo. Eu chamei uma pessoa de “meu amor” antes da hora e deu no que deu, escutem.

2. Loukkk

Loukkk é uma música que fiz quando percebi que a relação que temos com os nossos celulares muitas vezes é um tanto estranha, um tanto doentia, um tanto amorosa, já que a gente precisa dele pra acordar, quando o celular some a gente fica desesperado, já que,  quando a tela quebra, a gente realmente sente a alma, ali, estrebuchando.

3.Pior que eu

Escrevi quando me vi em uma situação na qual eu era pior do que gostaria de ser, em que eu não consegui fazer o que eu gostaria e deu nessa música. É uma conversa comigo mesma, mas, na verdade, eu falo tanto sobre minhas forças e fraquezas pra que quem ouvir também possa pensar nas suas próprias. 

4.Nuca

Essa eu comecei a fazer muito tempo atrás e deixei na gaveta. Até que um dia a Assucena Assucena, do trio As Bahias e a Cozinha Mineira, falou uma frase do Drummond que era algo como “o melhor da gente, só o outro pode ver o que é”. Aí eu resolvi retomar essa música e o Giovani Cidreira entrou como parceira pra fazer a segunda estrofe. É uma música que eu adoro, fico feliz da Assucena ter resgatado ela. 

5.Gente

É uma parceria com o Juliano Holanda, fizemos ela via Whatsapp. Fala sobre essa estranheza que é ser gente. Essa coisa linda de ser gente, que gosta de beijar na boca, de ter amigo, e essa coisa horrível de ser gente, que gosta de bater, que gosta de criar problemas muito maiores do que sabe resolver, etc. Pro clipe dela, a gente resolveu encontrar gente na rua e saímos andando por aí filmando pessoas que não conhecíamos e uma dessas pessoas foi o Gregório Duvivier. Foi um clipe muito instigante de ser feito.

6.Quem mandou matar?

Quando a Marielle Franco foi assassinada eu fiquei muito chocada, estarrecida, muito triste e, no dia seguinte, peguei meu pedal de loop e comecei a sobrepor vozes que dessem conta de falar sobre essa perplexidade.

7.Ninguém aqui nasceu com ódio

Essa foi feita durante o período eleitoral, quando muitas mortes foram cometidas por conta de intolerância. Ela basicamente é uma vontade de contar a história de uma pessoa comum, que acorda lá de manhã, como todas pessoas acordam, só que por alguma característica dela – seja a roupa, seja o gênero, as ideias que pensa – essa pessoa não volta pra casa porque a vida dela incomoda. E termina com uma reflexão, que diz que ninguém aqui nasceu com ódio e ninguém quer ter medo de gente, que é uma vontade de questionar o que será que aconteceu pra chegarmos a esse ponto, já que a gente nasceu tão tranquilo?

8.Tudo que eu não sei dizer em português (Stay)

O título dessa é bem auto explicativo, eu realmente fiz essa música porque tinham coisas que eu achava difícil dizer em português. Foi interessante ouvir minha voz em inglês,eu aprendi algumas coisas com ela e é uma música bem confessional. 

9.Coisa melhor

É uma parceria com um amigo que chama Almir Chiaratti e o mote da letra é dele, essa história da pessoa que queria ter ficado acordada, mas precisou dormir porque o outro teve que ir embora. Eu achei divertido, mudei um pouco a estrutura da música e é isso aí. Acontece, às vezes, né?

10.Me diz

Compus “Me Diz” depois que uma pessoa que eu gosto muito puxou uma conversa bem sincera comigo e eu fiquei super agradecida a ela. Se ela não tivesse puxado esse papo, a gente podia ter se distanciado pra sempre, a relação tava grave. É um privilégio ter tido essa conversa e essa música é um convite pra que as pessoas enfrentem as dificuldades em suas relações e não deixem as relações morrerem por falta de comunicação. Afinal de contas, estamos aqui para confrontar nossos conflitos e celebrar as alegrias.   

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30/08/2019

Brenda Vidal

Brenda Vidal