Destaques do Mês | Os lançamentos de setembro que você precisa conferir

02/10/2018

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Árthur Teixeira

02/10/2018

A música está por todos os lados. Basta você abrir os olhos para receber uma chuva de novidades: elas chegam pelos streamings, redes sociais, sites especializados e não especializados, pela TV, jornais e de repente você está cercado.

Para manter você atualizado no que tá rolando no mundo da música sem se sentir tão perdido, a redação da NOIZE guia você pelos destaques de cada mês. Reunimos os discos, singles e clipes mais bacanas lançados em setembro que você precisa ficar antenado. Fizemos o mesmo em julho e agosto.

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Bora conferir? Então, é só dar play na nossa playlist abaixo (ou aqui) e conferir nossa lista na íntegra:

5 singles que você precisava ouvir

1. BADBADNOTGOOD ft Little Dragon – “Tried”

A parceria entre BADBADNOTGOOD e Little Dragon entrega uma faixa suave num mood sexy, equilibrando elementos eletrônicos com o jazz.

2. Kelela ft KAYTRANADA – “Waitin” (remix)

O super produtor KAYTRANADA transforma a faixa “Waitin”, do elogiado Take Me Apart (2017) de Kelela, em uma versão tomada pelo minimalismo e guiada pelos 115 bpm.

3. Charles Bradley – “I Feel Change”

Uma amostra do que vem por aí no álbum Black Velvet. Uma canção com vozes rasgadas, instrumental poderoso e toda a aura apoteótica que a música soul pode oferecer.

4. The Chemical Brothers – “Free Yourself”

As pitadas de neo psicodelia e o techno que norteiam o The Chemical Brothers em batidas bem trabalhadas. Ouça e você provavelmente sentirá uma vontade incontrolável de dançar – ou pelo menos balançar o pé.

5. Young Thug ft Elton John – “High”

Uma parceria quase impensável, mas que deu bastante certo. A faixa faz parte do disco On The Rvn, lançado em setembro, e vem cheia de beats deslocados, coros e pegada trap.

5 discos que você precisa conferir

1. Noname – Room 25

Pense na sensibilidade cortante de Frank Ocean. Pense na beleza extrema do som e da poesia de Solange. Pense na fusão de funk, hip hop, R&B e soul das geniais Erykah Badu e Lauryn Hill. Pense numa mistura de tudo isso e… sim, vai parecer quase tudo que andam chamando de “alt R&B” por aí, principalmente nos Estados Unidos. Mas nenhum artista jovem faz esse tipo de som com tanta competência quanto Fatimah Nyeema Warner, a rapper e poeta de Chicago que andou tomando os fones da galera com a alcunha de Noname. Navegando nos limites do rap e do spoken word, ela faz de seu disco de estreia, Room 25, um espaço de exposição, reflexão e cura, abordando seus passos no caminho entre a adolescência e a vida adulta, confessando seus erros, encarando seus tropeços e pensando novas perspectivas. Para além dos versos, a viagem sonora desembarca em beats quebrados, em inspirações pesadas no jazz e até na bossa, na participação de revelações da música americana como Saba, Ravyn Lenae e Smino, e no gospel. É um daqueles discos que você já sabe o que esperar quando ouve a primeira música, mas a expectativa é por algo incrível. E é cumprida.

2. Tim Hecker – Konoyo

Para as almas mais suscetíveis a emoções extremas provenientes da música, mesmo uma audição leiga de Konoyo pode ser perturbante. Como em praticamente toda sua obra, Tim Hecker usa seu novo disco para construir monumentos musicais baseados no “drone”, na repetição e na busca da beleza e dos afetos pelo som que ressoa, ecoa e rebate, passeando entre a cacofonia e o silêncio. Em Konoyo, porém, ele entra em contato com a tradição japonesa e usa de uma orquestra de gagaku, estilo de música clássica nipônica que também traz as grandes atmosferas como ponto de foco, para fazer um recorte multicultural e único que transcende a maior parte das propostas do gênero e explode em momentos que dialogam com o sublime e com o aterrorizante. A experiência do disco é tão confusa quanto é mágica. Para alguns, o simples manejo eletrônico de Tim vai fazer tudo parecer nostálgico e “retrô”; para outros, os timbres e o trabalho de ambiência trarão uma noção orgânica, quase eletroacústica, que lembra grandes trilhas sonoras do cinema. Acima de tudo, Konoyo é um álbum para se deixar levar e perceber o quanto a música pode ser maior que a vida.

3. Emma Louise – Lilac Everything

Normalmente, textos sobre discos começam apresentando o que o disco é, não o que ele não é. Mas, Lilac Everything inverte essa noção. O lançamento de Emma Louise não mergulha em um universo de angústias, não é sufocante, muito menos perturbador. Mas, é quase certo que, em uma primeira escuta, você caia no estranhamento. Isso, por um mero mas decisivo detalhe: Emma Louise, uma cantora mulher-cis, decidiu, na última sessão de produção do disco, manipular a sua voz, deixando-a tão grave quanto uma voz masculina pode ser. Tudo para dar vida à “Joseph”, que não é um personagem ou um alter-ego, mas uma extensão da cantora, uma nova forma de expressão de Emma. Com o grave imponente, Emma empresta e sua voz para que Joseph guie o caminho onde tudo é lilás, marcado por um pop “maduro”, sem tantas batidas eletrônicas. Em uma sonoridade mais soul, que pode inspirar comparações com trabalhos como o de Adele e Solange Knowles, as canções são intimistas, mas não muito minimalista; crescem na medida certa para nos envolver em cada estação de uma paisagem construída pela temática do término, do encerramento, sem que isso significa algo triste ou pessimista.

4. Luiza Lian – Azul Moderno

Mesmo que a primeira faixa de Azul Moderno seja intitulada “Vem Dizer Tchau”, Luiza Lian vem na verdade reafirmar sua presença nos primeiros segundo do registro – que começam só com a sua voz, os instrumentais aparecem depois. No seu terceiro disco, Luiza cria um ambiente próprio e imagético: cada trecho traz sensações e evocam os elementos que criam o cenário de suas histórias, o que não faz do disco algo necessariamente realista. As dez faixas dialogam com rompimentos, partidas, chegadas e memórias: a memória coletiva, a memória da natureza, a memória ancestral, a memória feminina, a memória inconsciente e consciente. Fragmentos embalados em batidas que jogam com o sintético e com o orgânico e se conectam com as vivências dos ouvintes. Um disco que fala sobre a passagem do tempo e suas infinitas formas de serem sentidas e que acaba passando quase que num piscar de olhos, desenrolando-se com uma fluidez que se esparrama pelos pouco mais de 36 minutos de duração.

5. Marcelo D2 – AMAR é para os FORTES

Unindo a maturidade de uma carreira consistente com o sangue novo de quem cresceu no pique do improviso, Marcelo D2 fez do décimo disco um caminho para a renovação. O disco-filme AMAR é para os FORTES é o primeiro álbum independente de D2, um desafio que por si só já é grandioso. Mas, ele quis mais: fez das dez faixas um registro cinematográfico, com direito a álbum visual. Em AMAR é para os FORTES, o rapper costura suas próprias vivências, as vivências coletivas e o cenário atual – em que alguns aspectos, continua sendo o mesmo para certos grupos da sociedade – em uma história de Sinistro, um jovem mulato (termo utilizado ao longo do disco) e periférico tentando fazer a coisa certa e enfrentando desafios constantes: a violência, o lugar-comum, a marginalidade, o tráfico, a meritocracia e a revitalização da força necessária para amar em vez de odiar. Na hora de ouvir o disco, não deixe de ler a entrevista exclusiva que fizemos com D2.

5 clipes que você precisa assistir

1. Rubel – “Colégio”

Ainda se aventurando no universo do autobiográfico e acolhedor Casas (2018), Rubel faz a sua parada na faixa “Colégio” e entra um registro audiovisual permeado pela delicadeza, sensibilidade e urgência ao jogar luz sobre os tabus da adolescência.

2. Xenia França – “Pra Que Me Chamas?”

Religiosidade, raízes e ancestralidade. Em um clipe com execução impecável em todas as etapas – passando pelo figurino, direção de arte, locações, filmagem e edição, Xenia surge poderosa em uma faixa potente que discute a apropriação cultural. Achamos muito difícil alguém ousar chamá-la a menos que a conheça muito bem.

3. Criolo – “Boca de Lobo”

Criolo veio sem dó para encerrar o mês de setembro com um lançamento do qual falaremos ainda por muito tempo. Uma paulada que mereceu um post individual, que você pode conferir aqui.

4. Prince – “Mary Don’t You Weep”

A belíssima gravação de Prince, que só foi divulgada neste ano, ganha um clipe daqueles cheios de sensibilidade. Dirigido por Salomon Ligthelm, o poético vídeo se debruça sobre a dolorosa temática do genocídio da juventude negra por armas de fogo nos Estados Unidos.

5. Arcade Fire – “Peter Pan”

É fato que Everything Now (2017) não impressionou a crítica e deixou muitos fãs de Arcade Fire divididos entre a frustração e a inovação. Mas, é fato também que a banda manda muito bem quando o quesito é clipe. Para a faixa “Peter Pan”, a banda mergulha em uma love story cheia de dança, flerte e tecnologia.

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02/10/2018

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