Entre a Jamaica e a Bahia: desvende o universo de “BaianaSystem”

30/05/2018

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Divulgação/Max Fonseca

30/05/2018

Toda a efervescência fruto da mistura entre a Bahia e a Jamaica estão ao alcance da sua agulha, no último lançamento do NOIZE Record Club. No mês de maio, anunciamos o lançamento do super kit “BaianaSystem”, com o primeiro disco homônimo da banda em uma edição inédita em vinil.

BaianaSystem (2010) fundamenta a experiência sonora que dá a cara e o som do grupo que se tornou um dos nomes mais importantes da atual música brasileira. Toda a potência do Baiana, famoso pelas suas apresentações explosivas, e suas melodias hipnotizantes ganham vida em um material com uma pegada bastante instrumental.

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O registro molda-se pela pesquisa, pelo experimentalismo e pela relação entre o soundsystem, a guitarra baiana e as influências da Jamaica. Em temática, vai além: menos litorâneo do que se espera, o conceito percorre as nuances áridas do sertão até os desertos.

Agora, o álbum toma forma em um vinil azul translúcido imperdível, que vem acompanhado de uma edição inédita da revista NOIZE + uma máscara exclusiva feita artesanalmente pela própria banda. Nesta edição da revista, conversamos com o grupo sobre todas as faixas do BaianaSystem e, para dar um gostinho do que você pode receber em casa, contamos aqui sobre três músicas do álbum.

“Nesse mundo”
Feita em parceria com o compositor baiano Roberto Mendes, que dá novos sentidos para a viola e a chula, essa é a primeira faixa a usar a guitarra baiana dentro do que seria o BaianaSystem.
“Sem perceber, Roberto trabalha ali com dub poetry. Sempre buscamos referências da música jamaicana, mas ali foi uma coisa inerente. Roberto acabou cantando muito parecido com Linton Kwesi Johnson, criando sentidos diferentes para aquela sonoridade através da pesquisa de etimologia e ancestralidade”, diz Russo.

“Oxe, como era doce”
O sertão e a guitarra baiana passam a ter um tom universal. Na melodia iniciada por Beto, o trovadorismo e o berrante vêm da referência desértica, enquanto as melodias arabescas e do sertão se parecem como se os continentes fossem juntos.

“Comecei a perceber essa sabedoria universal e me entendi como identidade disso. Vim do interior querendo dialogar com Yellowman, Shabba Ranks… E eu atirava pra raggamuffin, mas só saía repente. Aí entramos num minimalismo, terminando a faixa em um processo embrionário”, revela Russo.

“Jah Jah Revolta”
Antes mesmo da faixa fazer parte do disco, Russo já emocionava todo mundo quando a cantava no Ministereo Público. “Jah Jah Revolta” surge após Russo ter presenciado um tiroteio dentro de um ônibus e marca a primeira vez que a banda sai do imaginário tradicional de ditados populares.

“O ônibus era muito agente de “Jah Jah Revolta”, eu estudava muito o que é aquela lata de metal. E tem uma relação muito forte com o samba-reggae em uma visão minimalista. Seria um samba-ragga, um samba-ragga-repente? Vai desconstruindo isso tudo. E começou ali a ponta da distorção”, conta Russo.

Gostou? Para conferir o faixa a faixa completo do disco, ler entrevistas exclusivas com a banda e ter uma experiência musical completa, faça parte do Noize Record Club. Assine aqui.

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30/05/2018

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