Beach House no Brasil

23/08/2013

The specified slider id does not exist.

Powered by WP Bannerize

Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

23/08/2013

Victoria Legrande e Alex Scally não gostam de muitas explicações. Eles preferem fazer música do que pensar em respostas como “por que você fez essa canção?”. Menos racionalização, mais trabalho. Esse deveria ser o lema do Beach House, a dupla de dream pop ou indie rock, seja o que for. Quando trata-se de Beach House não importa o que são, mas o que fazem. Com Victoria nos teclados e Alex na guitarra, a banda cria uma atmosfera calmante com uma pitada de inquietude. É ela quem também lidera os vocais das músicas que já foram comparadas às da banda escocesa Cocteau Twins.

Em maio do ano passado o duo lançou “Bloom”, o quarto álbum de estúdio. O primeiro disco, “Beach House”, rendeu boas críticas e a 16ª colocação na lista dos 50 melhores álbuns de 2006 da publicação Pitchfork. Desde então, a banda só evoluiu.

*

A turnê de divulgação do último disco vai passar agora em agosto pelo Brasil, começando por São Paulo no dia 28, no Cine Joia. Depois o Beach House desembarca no Rio de Janeiro pra se apresentar no dia 30 desse mês, no Circo Voador. É a primeira vez que a dupla vem pra cá, e nós não podíamos deixar de fazer uma entrevista com eles. Nós conversamos por telefone com Victoria sobre a estreia no Brasil e a rotina intensa da dupla, sem tempo para férias.

Você e o Alex se conheceram em Baltimore, nos Estados Unidos, em 2004, e desde então fazem as música do Beach House juntos. Como é compor em dupla?

É ótimo. É intenso, mas é muito satisfatório. Estar no mundo do outro, na mente do outro. Acho que grandes coisas saem de uma colaboração. Eu amo ter a colaboração de outra pessoa. Encontrar um parceiro criativo foi um dos maiores presentes que eu ganhei na vida, é maravilhoso.

O Beach House iniciou sua trajetória em 2004. Em algum momento vocês imaginaram que estariam com uma viagem marcada para o Brasil, para se apresentar ao vivo?

Não! Você não pode tomar nada como grande na sua vida. Eu acho louco e surpreendente que a música é o pássaro em que nós estamos voamos ao redor do mundo, basicamente. É louco que a música possa conectar tantos lugares e pessoas. Você não precisa ser os Rolling Stones pra ir ao Brasil (risos). Nós podemos ser menores que eles e fazer show no Brasil também, e isso é emocionante.

O que os fãs brasileiros podem esperar do show? Essa é a primeira vez que o Beach House se apresenta por aqui.

Espere o que você quiser! É a sua liberdade de sentir-se como você quiser. Eu mesma, estou emocionada, mas também não tenho expectativas. Acho que quando as expectativas são muito altas, você sempre vai se decepcionar na vida. Apenas relaxe (risos)!

“Bloom” completou um ano de vida no mês passado. Há ainda alguma coisa para retirar do disco ou vocês já pensam em gravar um novo álbum?

Acho que essa turnê pela América Latina meio que marca o fim desse álbum. Nós esperamos que a turnê seja uma comemoração. Depois disso é um livro aberto, nós não sabemos o que irá acontecer. Mas isso é muito emocionante. É como uma separação, você não sabe o que vai acontecer quando ficar solteiro. Acho que é onde nós deveríamos estar: em um novo mundo, em um novo começo. Vamos ver o que acontece.

O Beach House tem uma carreira muito intensa. Vocês emendam discos e turnês, praticamente sem tempo para férias. Por que isso? Há uma necessidade de não parar e compor músicas novas?

É uma boa pergunta: por que ser insano assim? Mas eu acho que quando você é apaixonado por alguma coisa, quando você é obcecado por alguma coisa, quando você tem energia: vá em frente! Não há motivos para não trabalhar. Eu acho que trabalhar é uma das coisas mais importantes que um ser humano pode fazer na vida. Você pode trabalhar, você pode fazer, você pode criar. Viajar é um luxo, mas quando você é músico faz parte da sua carreira, faz parte do compartilhamento da sua música com as outras pessoas. E nós não queremos nossa música para nós mesmos. Acho que faz parte de quem nós somos, não podemos evitar. Ninguém nos força a viajar. Ninguém nos forçou a fazer quatro álbuns em oito anos, nós fizemos porque queríamos. É muito natural para nós, até mesmo gravar um disco a cada dois anos. É muito natural essa intensidade que a gente tem. Acreditamos em nós mesmos e continuamos andando pra frente, continuamos andando pra frente. Pode ser que a gente não continue progredindo, mas temos quatro álbuns de experiência, então…

beachouseshoww

Com quatro álbuns e oito anos de carreira, você vê alguma diferença da Victoria de “Beach House” para a Victoria de “Bloom”?

Quando eu olho para trás, para o primeiro álbum [“Beach House”], para “Devotion” e “Teen Dream”, eu enxergo uma pessoa mais nova, eu enxergo um mundo completamente diferente do mundo em que eu estou agora. Mas nós tentamos não viver do passado. Nós não somos pessoas nostálgicas, não somos apaixonados pelo passado. Trata-se de andar para frente. Eu espero não estar muito madura. Porque eu acho que um certo nível de imaturidade está lado a lado com a criatividade. Criatividade é ser uma criança. Eu acho que você tem que ser um pouco imaturo em algumas profissões. Eu não quero crescer. Sempre terá um adolescente dentro de você, ou uma criança, alguma coisa imatura. Ser imaturo quer dizer que você não querer se limitar, a não ser que você precise.

Tags:, , , ,

23/08/2013

Revista NOIZE

Revista NOIZE