Entrevista | Brindando sua trajetória, Céu abre caminhos para novo disco

08/05/2019

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Reprodução

08/05/2019

Céu está sempre a mil. Depois de uma pausa para se dedicar à vinda do seu segundo filho, Antonino, ela inaugurou o primeiro semestre do ano como madrinha da edição 2019 do WME – Womens Music Event e voltou o olhar para a sua caminhada botando o pé na estrada. E, claro, com Antonino a tiracolo.

Sabe aquela coisa de que para saber para onde se vai, não se deve esquecer da onde se vem? Para fazer a transição da elogiada fase Tropix (2016) para o próximo disco, Céu dedicou um olhar carinhoso para sua trajetória. Com ajuda da amiga e cantora Ava Rocha, traduziu e gravou algumas faixas doTropix em espanhol, lançou toda a discografia em vinil e saiu em uma turnê comemorativa dos seus 15 anos de carreira. Os shows rodaram o mundo, com várias datas pela Europa, e a apresentação também aterrisa na edição do MECAInhotim, que rola de 17 a 19 de maio na cidade de Brumadinho em Minas Gerais. Não dá bobeira e já compra o seu ingresso aqui.

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E, pra nossa sorte, Céu quer mais para 2019 e já entrou em fase de produção do novo disco, aguardado para o segundo semestre do ano. Abaixo, você confere a nossa conversa com a cantora sobre tocar no MECAInhotim na cidade de Brumadinho após a tragédia com o rompimento da barragem da Vale, voltar pra estrada após a vinda do segundo filho e o que já dá pra esperar do próximo disco. Solte o play em Tropix, desça a página e leia a entrevista:

Como é participar do MECAInhotim e qual força você enxerga em fazer parte desta edição que ocorrerá na cidade de Brumadinho perto dos quatro meses da tragédia do rompimento da barragem da Vale?

Olha, a gente vive um momento extremamente delicado no nosso país, acho que transpassou a linha entre ser artista e ser cidadão. Hoje, deixar de comentar coisas, deixar de participar das coisas e deixar de se colocar é um tipo de posicionamento. Então, pra mim, é de extrema importância estar em um festival nesse local, poder chamar a atenção pra essa tragédia que a gente vive pela segunda vez praticamente [em alusão ao rompimento da barragem em Mariana, em 2015]. Me sinto muito feliz de estar ali, de poder fazer parte.

Agora, no primeiro semestre do ano, você revisitou sua discografia em turnês dentro e fora do Brasil celebrando seus 15 anos de carreira e também lançou todos os seus discos em vinil. Como tem sido essa experiência de relançar e reexperimentar sua obra?

Foi super emocionante pra mim quando os vinis chegaram porque hoje a música se tornou uma coisa muito imaterial. Quando chega na nossa mão uma coisa que você pode apalpar, pegar, escrever, até ler os detalhezinhos da ficha técnica, relembrando todas as pessoas que participaram à época, fica muito emocionante. Eu fico tão orgulhosa de perceber um trabalho que tem tanta concisão, tanta dedicação. É uma dedicação absurda fazer arte no Brasil, é uma jornada! Já dá pra dizer que eu tenho uma discografia mesmo e, puxa, tem que comemorar mesmo! Acho que Tropix (2016) andou super bem, mas a gente achou que era o momento legal da gente fazer essa transição pro próximo disco, no qual eu já comecei a trabalhar, e fazer uma turnê comemorativa da carreira.

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Você também retomou os shows depois de dar um tempo na agenda pra se dedicar à vinda do seu segundo filho, que acompanhou você nessa jornada de shows pela Europa. Deve ser uma rotina desafiadora, mas tem dado certo. Como você se sente nessa retomada, que não é novidade, mas também não é igual ao período em que você teve sua primeira filha?

Foi muito gostoso porque, de uma certa maneira, isso rejuvenesce. Eu voltei pra um momento que eu vivi mas, como você disse, de forma diferente. É um retorno, mas, ao mesmo tempo, com novidades. Pra começar, ele é um menino, então a energia é muito diferente! Na verdade, eu nem sei se é uma questão de gênero, tem meninas que são super ativas e físicas e tal, mas no caso do Tuni [Antonino], ele é um menino bastante físico, ligado, agitado, que se joga (risos). Ele praticamente começou a andar nessa turnê, então foi uma coisa de muita emoção, é muito lindo vê-lo evoluir e crescer junto comigo, no palco, na estrada, com a minha família de trabalho que é a banda. É muito gostoso.

Você e Pupillo são parceiros no casamento e no trabalho. Você considera que a vinda do primeiro filho também tem efeitos na troca entre vocês no estúdio e na produção? O que você tem percebido?

Olha, tem demais! Um filho é uma transformação pra vida, pra um relacionamento, pro casamento e pra percepção mesmo da nossa própria existência e também da gente como casal. Então, é claro que a gente sente assim diretamente, um filho muda tudo. E trouxe muita dinâmica, muita coisa nova para o nosso relacionamento em estúdio, musical, nossa parceria também de trabalho. Um filho é um turbilhão, é uma mudança muito visceral, não tem como passar intacto qualquer tipo de tijolo que você tenha construído, um filho… não é que ele destrói, na verdade ele ainda complementa mais coisas, traz mais coisas, tira as coisas que não estavam colocadas no lugar certo, os tijolos que estavam errados, sabe? Então é muito forte, isso implica em todas as partes da nossa vida.

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Repassando a comadre @mariettamassarock Precisamos falar mais de pós parto, puerpério, a mãe nos tempos de hoje e sua necessidade de amparo tbm, a realidade dos tipos de parto – e menos de, vc tem que ter esse berço “x”, vc precisa comprar tantos macacões da marca “y” e tantas outras baboseiras que fomos instituindo, como necessidade primordial. Vamos cuidar de quem cuida #maternidadereal

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Céu, você também lançou algumas faixas do disco Tropix em espanhol e já disse que quer se aproximar do público da América Latina. Como essas experiências e vontades estão influenciando seu próximo disco?

Eu tenho realmente um desejo muito real de ter uma conversa maior com a América Latina. Eu acho que essa história do Tropix é só o início, ainda não tô pensando em algo, vamos dizer assim, efetivo sobre isso para o próximo disco, eu não tô gravando em espanhol, por exemplo. Mas eu tenho, sim, uma necessidade, um desejo completo e real de desbravar mais as terras dos nossos hermanos, sabe? Não tem como a gente ficar assim nessa distância há tanto tempo. Com certeza, o que eu puder fazer, de repente lançar uma versão em espanhol, pra poder ter mais demanda de show lá, eu vou querer fazer sim. Essa é uma conversa até que eu tive um tempão atrás com a Tulipa [Ruiz] que é uma pessoa que investiu muito nisso, fez também música em espanhol, e que vai bastante para vários lugares, já foi pro Peru, vai muito pro México. É uma coisa que tem que ser corrigida porque no final é engraçado mesmo como a nossa comunicação não tá tão ligada aos nossos hermanos, sabe? Eu tenho desejo de melhorar nessa parte.

Depois de 15 anos de carreira , quais caminhos você quer trilhar com o próximo disco que tem previsão pro segundo semestre? Pode nos adiantar um pouco do que vêm por aí?

Acho que é um disco que fala muito de contrastes, visita coisas super antigas mas, ao mesmo tempo, coisas super modernas também. Contrastes em tudo que essa palavra implica. Ainda é cedo pra dizer mais coisas, mas tá sendo produzido pelo Pupillo e pelo Hervé [Salters] e eu tô super feliz, estamos trabalhando, vamo vê aí!

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08/05/2019

Brenda Vidal

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