Memória de Peixe

30/10/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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30/10/2013

Há cientistas que defendem a teoria de que a memória dos peixes dura apenas três segundos. Foi com essa referência que os portugueses Miguel Nicolau e Nuno Oliveira se juntaram em 2011, para formar a banda de rock experimental Memória de Peixe. No som deles, tudo pode mudar em três segundos.

Sem nenhuma limitação sonora e com a liberdade de buscar novas melodias ao longo de suas composições, o Memória de Peixe lançou, há menos de ano, o seu primeiro disco de estúdio, autointilado. O grupo, que passou pelo festival português Optimus Primavera Sound no começo de 2013 e emplacou o single “Fish & Chick” em boa parte da Península Ibérica, foi uma das atrações internacionais do festival No Ar Coquetel Molotov, que rolou nos dias 18 e 19 de outubro, no Recife. E foi lá que conversamos com o baterista Nuno Oliveira.

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O som do Memória de Peixe é cheio de experimentalismos. Como é que vocês fazem para reproduzir isso nos shows?

Para ser sincero, eu acho que nós deveríamos ensaiar mais do que ensaiamos. Nós temos os nossos trabalhos, o que impossibilita isso. Mas a improvisação é algo muito importante para nós, não nos agrada a ideia de fazer dois shows iguais. O sistema que nós usamos para fazer as nossas músicas tem as suas limitações também. Mas, para combater essas limitações, o que fazemos sempre é improvisar e criar novos caminhos em cada show. Isso é uma influência que temos do jazz, que gostamos muito. Até já teve shows que fizemos músicas novas, por causa do improviso, que aproveitamos depois, mais tarde.

E para aproveitar depois essas novas criações, como é que vocês fazem?

Para não fazer uma piada com o nome Memória de Peixe, eu diria que nós temos uma memória horrível. Mas como temos um técnico de som impecável, que traz quase sempre aos nossos shows um gravador, gravamos as coisas que criamos ao vivo. Não gravamos sempre os shows, mas sempre que vamos ensaiar usamos a forma do jam session. E assim gravamos tudo, vamos ouvir em casa, separamos as partes boas para trabalhar mais tarde. É sempre assim, um processo de gravar, ouvir e dar para os outros ver.

Essa é a primeira vez de vocês no Brasil. Como vocês estão se sentindo aqui?

Com calor, nós estamos nos sentindo com muito calor! Mas não é só isso. O Brasil é um país fantástico, Recife é uma cidade fabulosa e nós viemos para descobrir tudo. Fomos muito bem recebidos aqui, principalmente pelo público. Eu, sinceramente, não esperava uma recepção assim, tão calorosa. Nós somos uma atração de fora, isso gera alguma curiosidade, mas uma entrega assim não costuma ser normal. Foi muito bom estar em cima do palco e olhar para o lado e ver o local quase cheio, por pessoas que nunca nos viram na vida. Para nós, isso foi também um teste muito grande. Foi ótimo.

Você nos falou que curte jazz. Quais são as outras referências que o Memória de Peixe tem?

Há muitas. Muitas e diferentes. Nós temos a característica de ouvir muita música diferente e de trazer isso para o projeto. O rock, obviamente, é a primeira influência. Eu sou uma pessoa que ouve um rock mais clássico, o Miguel gosta de um rock mais pop. Tem também a questão do math rock, que também está em voga e que trazemos para o nosso som, sem falar dos experimentalismos do jazz, da bossa nova. E em certa altura, mesmo que não esteja presente em todas as músicas, nós nos aproveitamos de todas essas referências, mesmo sem pensar, e trazemos para o nosso som.

Vocês são de Portugal e tem muita gente conhecendo vocês no Brasil só agora. Quais outras bandas que têm lá que a gente tem que conhecer?

Há muitas coisas novas e boas em Portugal. Vocês conhecem a banda Linda Martini? Tem um outro projeto paralelo dos músicos do Linda Martini chamado Paus, que é com dois bateristas. Eles tocam frente a frente, o que é muito interessante. Na nossa gravadora, tem também o Black Bombaim, que é de stoner rock. Há tantas coisas, mas é por aí.

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30/10/2013

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