Gustavo Galo mostra suas asas

10/03/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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10/03/2014

“‘ASA’ por ser independente, feito às próprias custas, sem grana mas com gana e tesão. ‘ASA’, porque carreira solo é uma expressão triste demais”, explica Gustavo Galo sobre seu disco de estreia, gravado no ano passado no estúdio Submarino Fantástico

Galo é um dos integrantes da Trupe Chá de Boldo, que no próximo dia 15 fará show no Coala Festival, em São Paulo. “ASA” é seu primeiro álbum solo, mas é recheado de participações e colaboradores. O trabalho conta a produção da dupla Gustavo Ruiz e Tatá Aeroplano (Cérebro Eletrônico) e contribuições do poeta arrudA, Peri Pane, Marcelo Segreto e outros amigos de Galo. Aliás, os discos “Canções Velhas para Embrulhar Peixes”, de Peri Pane, e o homônimo de Tatá Aeroplano serviram de inspiração para “ASA”.

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Se você quiser saber como anda a vida de Gustavo Galo, basta ouvir “ASA”. A entrevista completa que nós fizemos com o cantor e compositor sobre seu novo disco você confere logo abaixo.

Quando você escreveu as músicas de “ASA”? As faixas foram escritas na mesma época?

Quase todas as faixas que de algum modo estou envolvido como compositor são do mesmo período. Elas surgiram depois do lançamento do segundo disco da Trupe Chá de Boldo, “Nave Manha”. Entre as regravações há desde material inédito como “Só”, parceria de Peri Pane e Arruda passando por “Cama”, faixa lançada no terceiro disco do Cérebro Eletrônico e por fim “Eu Te Amei Como Pude (Feito Gente)”, composição de Walter Franco registrada em 1975.

O seu disco é bem diferente dos que você lançou com a Trupe Chá de Boldo, mas os elementos circenses das músicas da Trupe aparecem em algumas faixas do seu disco solo. Você tem ou já teve alguma ligação com o circo?

Não tenho muita ligação com circo mas admiro os voos e a coragem dos trapezistas. Sonho em tocar no Circo Voador e torço muito para que o Circo Paratodos, de João Donda com auxílio do querido Flavio Guaraná, decole aqui em São Paulo. Por fim, existe um grande disco imperdível do “Circo Nerino” lançado recentemente e produzido pelo grande músico Otavio Ortega.

“De Aeroplano” seria uma homenagem ao Tatá?

“De Aeroplano” foi feita depois de um comentário equivocado. Ouvi numa conversa que nada de qualidade era produzido no que se chama de “música brasileira”. Fiquei pensando na quantidade de grandes compositores e bandas que ouço semanalmente pelas ruas de São Paulo ou que encontro pela internet. Não há nada de qualidade sendo tocado pelas rádios, na televisão. Enfim. Para conhecer a música que é produzida hoje é preciso sair de noite as ruas. Ir ao encontro da música. Por isso fiz “De Aeroplano”. Porquê o Tatá foi um artista fundamental para eu apreender melhor como é possível fazer música no presente.

Como foi que o Tatá Aeroplano e o Gustavo Ruiz te ajudaram na produção do disco?

Gustavo Ruiz e Tatá Aeroplano foram vitais para “ASA”. Eles fizeram com que eu expusesse as canções de modo cru e me expusesse mais também nas interpretações. Me levaram muito mais adiante do que eu podia imaginar.

Na faixa “Um Garoto”, você fala sobre vender seus vinis para ir ao show da Patti Smith. Qual a sua relação com os discos de vinil?

Gosto muito de vinis. Moro numa casa onde só há vitrola. Portanto, tenho uma coleção coletiva (moro com mais quatro pessoas) múltipla. E o vinil, pra mim, recupera um momento, um instante que está morrendo atualmente que é o de simplesmente ouvir música. Não posso levar minha vitrola e um fone de ouvido para andar de ônibus, caminhar pelo centro. Tenho que escolher um vinil e ouvi-lo, trocar o lado. Ultimamente tenho valorizado bastante esses momentos. Quando ando pela rua prefiro ouvir os ruídos do mundo.

Normalmente, você escreve uma música e depois a encaixa na Trupe ou em seu projeto solo, ou você já escreve uma música sabendo onde ela vai parar?

Ainda não sei como isso funciona. Só sei que estas canções de ASA tinham a ver com algo diferente do último disco da Trupe e conversavam com outra formação sonora. Agora já estou pensando no próximo disco da Trupe. Vamos ver o que acontecerá.

As faixas de “ASA” falam muito sobre o amor. Por quê?

“Amor é o jeito que você pisa no chão”, escreveu o poeta e meu parceiro arrudA. Pra mim as canções falam menos de amor e mais do modo como tenho andado por aí. Pra mim, apesar do nome ASA, esse é um disco muito ligado ao chão, a terra. Não à toa minhas duas parcerias com arrudA, “Tomara” e “ASA”, iniciam e encerram, respectivamente, o disco.

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10/03/2014

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