O eletrônico analógico do Metronomy

27/11/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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27/11/2014

Centralizado na figura de Joseph Mount, o Metronomy lançou em março desse ano Love Letters, o quarto e introspetivamente romântico disco da banda inglesa. Vestido de um pop vintage, o álbum é mais uma das obras de Mount, o principal compositor do grupo. As cartas de amor do músico são apenas mais um elemento retrô do registro cheio de camadas sonoras. Joseph Mount parece não ter medo de fugir do comum, seja nos vocais ou no instrumental proeminente.

O Metronomy se apresenta neste sábado (29/11) no Popload Festival 2014, no mesmo dia em que The Lumineers, Cat Power, 2manydjs, Marcelo Jeneci, Mixhell e Nepal também tocam. Batemos um papo com Joseph Mount sobre Love Letters antes deles chegarem ao Brasil, veja a entrevista completa:

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“Love Letters” foi gravado no estúdio analógico Toe Rag [o mesmo de Elephant (2003), do White Stripes]. De onde veio a ideia e como isso afetou no seu processo criativo?

Eu decidi me divertir tentando gravar desse jeito. Considerando que somos uma banda bem eletrônica, eu pensei que seria uma forma de fazer um álbum com uma gravação mais pura. Eu sempre escrevi as músicas ao mesmo tempo em que as gravava, mais ou menos, então gravar em um estúdio analógico deu um pouco de atitude às músicas e mudou o jeito que eu as compus, porque eu sabia que a gravação seria diferente.

Quando você escreve uma música, ela já vem com uma melodia?

Eu acho que quando eu vou escrever uma música eu começo com meio que um ritmo. Quando você tem a melodia, tudo fica mais fácil.

“Love Letters” tem um pop bem nostálgico. O que o pop vintage tem que o moderno não?

Acho que o velho pop é mais ingênuo, sabe? Ele era, essencialmente, para adolescentes, e naquela época ser adolescente era ser… é, ingênuo é a palavra. E muito pop moderno pode ser cínico.

Qual é a importância de um álbum completo pra você?

Há algo muito único quando você faz um álbum, como um filme com início e fim. Você pode criar uma atmosfera e fazer as pessoas sentirem-se como se estivessem no espaço ao ouvir as músicas. Para mim e para várias outras bandas, [um álbum] continua sendo uma coisa muito importante.

As diversas entrevista que você já deu sobre “Love Letters” fazem parte de um processo de redescobrimento do disco?

Acho que quando você grava um álbum pela primeira vez e dá muitas entrevistas, você meio que percebe que não sabe o que está fazendo. É claro que quanto mais entrevistas você dá, mais você começa a pensar nos motivos pelos quais fez o álbum e todas essas coisas.

Você já comentou que não vê muita diferença entre os discos do Metronomy. Mas houve um desenvolvimento na banda, certo?

Claro! Para mim, a diferença não é tão grande porque eu entendo o que estou fazendo e as passagens dos álbuns. Pra mim é como um desenvolvimento. Não vejo graça em fazer música se você não puder desenvolver-se e ficar melhor. Claro que sempre haverá mudanças, mas para mim é mais como uma progressão natural do que uma mudança forçada.

O Metronomy tem um som bem diferente das outras bandas que vieram do Reino Unido. Por quê?

Eu que acabo direcionando as músicas, então acho que isso torna o som mais pessoal. É diferente porque, nos últimos quatro álbuns, têm sido só eu escrevendo e produzindo, então é uma coisa bem pessoal mesmo e provavelmente se tivessem mais pessoas envolvidas na produção o som seria diferente. Acaba sendo uma coisa bem egoísta.

Você acredita que “Love Letters” é um dos discos mais elaborados do Metronomy?

Acho que com o passar dos álbuns, eu fiquei interessado em o quanto você consegue deixar uma música difícil sem que ela perca a sua essência.

Eu ouço a guitarra mais nesse disco do que nos outros. Isso foi de propósito?

É verdade, tem mais guitarra mesmo. Eu escrevi as canções com uma guitarra. Provavelmente, nos álbuns anteriores, eu nunca tinha sentado com uma guitarra para escrever minhas músicas. Eu estou tentando ficar melhor no instrumento, estou praticando

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27/11/2014

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