Há uma semana, o Cut Copy estava na Cidade do México. Foi de lá que Ben Browning, o baixista, falou por telefone com a NOIZE. Naquele momento, a banda nem imaginava tudo o que rolaria nos próximos dias e se preparava para uma série de shows no Brasil. Só que um vulcão chileno resolveu se manifestar, bloqueando o tráfego aéreo. Quando isso aconteceu, o Cut Copy já estava na Argentina, e de lá, não saiu mais. Precisou cancelar o show que faria ontem no Rio de Janeiro e também o de hoje, em São Paulo.
Enquanto aguardamos cenas dos próximos capítulos, publicamos aqui um trecho da conversa que tivemos com Browning. Na NOIZE #44, que sai nos próximos dias, você confere mais desta entrevista.
Vocês estão na turnê do Zonoscope, é o terceiro disco do Cut Copy. Como ele se compara aos outros?
Acho que o que a gente sempre quer e procura é fazer um álbum melhor do que o anterior, pelo menos um álbum diferente, algo que signifique uma progressão.
Mas vocês sentem alguma pressão sempre que vão ao estúdio, por exemplo? Se preocupam com as paradas ou coisas assim?
Não penso que sentimos pressões por sucesso nas paradas. Eu acho que se você faz um disco que agrade a você mesmo, que você goste de fazer e ouvir, vai provavelmente ser algo que as pessoas vão agradecer, também vão gostar. Se você fizer um álbum pensando somente em fazer dele um sucesso nas paradas, não imagino que vai cair bem em você. Mas a gente nunca sentiu pressão nesse sentido, sempre colocamos pressão em nós mesmos no sentido de fazer um álbum mais interessante, algo que a gente possa se orgulhar de ter feito.
O Cut Copy começou como uma “banda de um homem só” e acabou virando uma banda. Como é a maneira de vocês trabalharem em estúdio? Mudou desde o início? Mesmo tendo o Dan (vocalista) como personagem central é algo livre?
Sim, sem dúvida! O estúdio é um lugar onde você pode tentar de tudo, jogar ideias, fazer algumas músicas, levar a produção até onde você consegue. Fazer o que você acha que precisa para deixar a música interessante, sem ficar restrito ao fato de ser ou não uma banda, ao fato de ter que apresentar aquilo ao vivo.
Esta é a primeira tour do Cut Copy no Brasil. Expectativas? O que passa pela sua cabeça quando aparece a palavra Brasil?
Para mim, o Brasil é famoso por seu futebol. O que é meio óbvio, já que o mundo inteiro conhece o Brasil principalmente por conta de sua seleção. Nós não temos muitas expectativas. É, na verdade, surpreendente e até mesmo empolgante o fato de o Cut Copy poder fazer shows no Brasil. A gente provavelmente não imaginava que nossa música pudesse chegar tão longe, atingir essa parte do mundo, um lugar onde a música que fazemos, algo em torno do indie e electro, tivesse uma grande aceitação. Então, a gente fica muito animado. Ao mesmo tempo, não tempos muita expectativa, já que não sabemos o que esperar.
Fotos: Timoty Saccenti (divulgação), Justin Andert (show)