Entrevista de quinta | Apanhador Só: liberdade pra soar como se quer

24/05/2012

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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24/05/2012

Apanhador Só fez som com sucata, gravou música até em fita cassete, e segue ensaiando novos passos. Depois do disco homônimo lançado em 2010 e do Acústico-Sucateiro no ano passado, a última pernada foi Paraquedas, um compacto que chega às prateleiras ainda em maio.

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A faixa-título e “Salão de Festas“ recheiam a bolachinha de 7 polegadas. E, caso você não aguente esperar pelo lançamento, saiba que a partir desta sexta, 25, as tracks vão estar disponíveis – pra ouvir e baixar – no site da banda.

Paraquedas chega em vinil, e com toques de Curumin e do coprodutor de seus dois discos – Arrocha e Japan Pop show -, Zé Nigro.

Batemos um papo com Alexandre Kumpinski vocalista, guitarrista e compositor da Apanhador Só pra falar sobre estrada, inspiração, Paraquedas e a banda que virou trabalho.

NOIZE: É a primeira vez que o Curumin assina como produtor de algum artista. O que é que ele trouxe de novo pra Apanhador Só? É um marco na evolução da banda, tipo um pré e pós Curumin?
Alexandre: O Curumin (e o Zé Nigro, que também produziu o compacto) trouxe muito um trabalho de texturas e timbres pra sonoridade da Apanhador. E era justamente isso que a gente tava buscando quando pensamos neles pra trabalhar nesse projeto. A gente sempre curtiu a sonoridade do Japan Pop Show, que é o segundo disco do Curumin, produzido por eles dois. É um disco bem gravado, mas que também te apresenta umas texturas de gravações antigas, uns timbres malucos, uns sons meio estragados – no melhor dos sentidos. E é isso que eles trouxeram pro Paraquedas também.

NOIZE: Vocês sempre tiveram um lado experimental, de fazer música com sucata e afins. Ao mesmo tempo, sempre fizeram música em formato super pop. O que significa o experimental da Apanhador Só?
Alexandre: Significa não fazer música pop se preocupando em soar necessariamente redondo aos ouvidos – como parece ser lei na música pop comercial -, mas ter liberdade pra soar como se quer. Ser instigante é um caminho muito mais realizador pra nós artisticamente do que ser de fácil absorção.

NOIZE: Depois do CD e da K7, vocês chegam agora com um vinil. E aí, o novo disco vem em que formato? Qual o barato de brincar com os formatos?
Alexandre: O próximo álbum deve vir em cd e vinil, e talvez num formato surpresa. O lance é que o mp3, ao invés de fadar os formatos físicos `a extinção, parece ter libertado eles. Só sob a perspectiva de que a grande maioria das pessoas ouve mp3 no seu dia-a-dia é que pudemos lançar um disco em fita K7, por exemplo. Porque, se ninguém mais precisa do cd pra ouvir música, então tanto faz se o álbum for lançado em vinil, fita K7 ou seja lá o que for. Pra além de tocar a música, que já tá baixada mesmo, o que importa é o objeto ser interessante, legal de se ter nas mãos.

NOIZE: Vocês já tem um bom currículo de shows e apresentações Brasil afora. Isso contribui pras novas composições? Ou tem algum outro grande ganho criativo a partir disso?
Alexandre: Certamente. Acho que toda experiência de vida contribui pra novas criações, mesmo que involuntariamente. Essas viagens que a gente tem feito pelo Brasil modificam a nossa maneira de entender (ou desentender) o mundo que nos cerca, e é esse mesmo mundo que a gente vai transfigurar em versos e sons na hora de compor.

NOIZE: A banda já virou “trabalho”? O que muda?
Alexandre: Já virou. Talvez sempre tenha sido, de uma maneira ou de outra. Eu, pelo menos, sempre encarei a música como algo que eu queria desenvolver com alguma seriedade, mesmo que de maneira tranquila. O que mudou agora é que temos mais reconhecimento e mais volume de trabalho, mais shows pra fazer, mais entrevistas pra dar, mais questões de produção pra organizar. Por um lado, isso é tão maravilhoso quanto ver qualquer sonho se tornando realidade. Por outro, e justamente por estar se tornando realidade, traz junto consigo as dimensões negativas que existem em tudo o que é real. Existe cansaço, existe responsabilidade, existe questionamento, assim como também existem diversão, realização e gozo.

Aliás, a Apanhador Só vai tocar em Porto Alegre no próximo domingo, dia 27, no Bar Opinião. E você vai poder cantar os dois novos singles junto com os caras. Talvez quase que em uníssono, como costuma acontecer nas apresentações na terra natal.

Quer mais? Então cola aqui na Noize #53 pra saber do que eles se alimentam.

Lançamento virtual – Paraquedas (Vinyl Land Records, 2012)
Dia 25 de maio no site www.apanhadorso.com
Preço: R$ 25,00
Download gratuito: www.apanhadorso.com

Noite Senhor F
Dia 27 de maio, no Opinião (Rua José do Patrocínio, nº 834)
Show das bandas Apanhador Só, O Curinga e Lepata
Censura: 16 anos
Ingressos antecipados: R$ 15,00
Ingressos na hora: R$ 20,00
À venda nas lojas: Trópico dos shoppings Iguatemi, Praia de Belas, Moinhos, Total, BarraShopping Sul, Bourbon Ipiranga, Canoas Shopping e Bourbon São Leopoldo ou por este site aqui.

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24/05/2012

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