Entrevista de quinta | “Temos muita coisa de Ween, Beatles, um pouco de punk rock e Fleetwood Mac”, avalia baixista do Fun.

12/04/2012

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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12/04/2012

_por Tomás Bello

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Era inverno de 2007. Acho que junho, talvez julho ou agosto. Fato é que tirei uma tarde pra garimpar discos na Real Groovy, lojão à moda antiga no centro de Auckland, Nova Zelândia. Saí de lá com várias coisas legais debaixo do braço, entre elas Dog Problems, álbum de um grupo norte-americano chamado The Format.

Dog Problems virou hit no meu player, rodou non-stop por uns dois ou três meses. Aí nunca mais ouvi falar da banda liderada pelo vocalista Nate Ruess.

Curioso então que, dias atrás, liga o pessoal da gravadora Warner e pergunta: “Você quer entrevistar o Fun.? Eles estão com disco novo, estourados nos EUA, pode ser legal!”. Ok. Percorri a web, procurei ouvir os caras e, afinal, descobrir quem era essa tal de Fun.

Eis que, surpresa: lá estava Nate Ruess.

Diz que o The Format degringolou. Nate imediatamente recrutou Jack Antonoff e Andrew Dost – esse último de sua antiga banda – e foi tocar o tal grupo estourado na terrinha do Obama.

O Format e o Fun. são bandas diferentes, claro. Mas carregam algumas semelhanças – orquestrações, boas melodias e um climão power pop (o Format mais power, o Fun. mais pop). Some Nights é prova disso.

Lançado em fevereiro desse ano, o segundo álbum do trio os levou ao topo, literalmente. É que nele está “We Are Young”, single com participação da cantora Janelle Monáe que bateu o número 1 da Billboard. O primeiro rock a chegar lá em quatro anos – não acontecia desde “Viva la Vida”, do Coldplay.

O que eles dizem a respeito? “Ficamos bastante animados, claro (risos)”, garante Andrew Dost. E quem não ficaria.

É com o guitarrista, baixista, pianista e trompetista que essa história foi passada a limpo. O sucesso repentino, a música, os seriados de televisão, a vontade de tocar no Brasil: tudo foi assunto no bate papo Porto Alegre-Nova York.

Noize: Andrew, claro que a banda é outra. Mas não dá pra negar que existem algumas boas semelhanças entre o The Format e o Fun., não acha? A voz do Nate, por exemplo, é de um timbre muito característico…

Andrew: É, você tem razão. Embora as bandas soem diferentes, elas tem algumas características semelhantes sim. As orquestrações já eram uma tendência forte no The Format. E têm mais presença ainda no Fun.

É que nós somos os mesmos, não perdemos nossas referências. Então tem ali muita coisa de Ween, Beatles, um pouco de punk rock, aí de repente entra algo de Fleetwood Mac…

Significa que, antes de mais nada, vocês são fãs de música?

Somos sim, definitivamente. E acho que por isso sempre foi fácil pra nós fazer música juntos. Porque a gente fica animado com qualquer coisa relacionada a música, pensa em música o tempo todo, ouve, compra discos… Então nossas conversas sempre são muito fáceis. Acho que temos uma amizade muito grande justamente por conta disso.

Pois é, quando se fala em música hoje é muito diferente de anos atrás. O mercado tá cheio de novas possibilidades, em todos os sentidos – gravação, divulgação, consumo… Vocês mesmos têm trabalhado bastante com televisão, colocando músicas em seriados como Glee e Chuck. É uma boa fórmula de sucesso?

Eu acho que a TV tem nos ajudado muito. Antes de nossas músicas entrarem em seriados famosos nós estávamos indo bem, mas quando isso aconteceu pulamos pra um outro degrau. Acho que já faz algum tempo que as bandas vêm se dando conta disso. Anos atrás, o The O.C. serviu como um grande responsável por popularizar alguns artistas ótimos. Os comerciais de iPod também têm música boa com frequência. Então creio que sim, que essas plataformas têm se tornado um importante meio de promoção e divulgação. E isso é ótimo para as bandas.

Quando você se diz “um outro degrau”, imagino que esteja se referindo a “We Are Young”, música que foi ao número 1 da Billboard. É a primeira banda de rock a chegar lá em um bom tempo, né?

Exato, é sim. E foi uma surpresa enorme pra gente. Nós não esperávamos alcançar um sucesso tão grande agora, rápido como foi. Mesmo assim, ficamos bastante animados, claro (risos). Agora, ficaríamos ainda mais felizes se isso acontecesse em outros países também. Como o Brasil, por exemplo. Mas esse é o tipo de coisa que você precisa deixar acontecer por conta própria…

Significa que vocês então têm uma vontade de se aproximar do Brasil, quem sabe tocar por aqui?

Eu adoraria. Nós inclusive já falamos a respeito, só não tivemos um convite oficial ainda. Mas realmente temos planos de ir ao Brasil até o final desse ano. Vamos ver o que acontece.

O que acontece é que o Fun. está no recém anunciado line up do Lollapalooza 2012, ao lado de Red Hot Chili Peppers, The Blacks Keys e mais uma porrada de nomes bacanas. Ou seja, entre 03 e 05 de agosto o trio definitivamente não vai estar no Brasil. Tem compromisso em Chicago, EUA.

De qualquer maneira, você pode acompanhar os caras em OurNameIsFun.com.

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12/04/2012

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