Entrevista: Garotas Suecas

22/07/2010

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Por: Revista NOIZE

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22/07/2010

Se você procurar por Garotas Suecas no google, vai encontrar descrições como “soulful jazzy motherfunkas & motherfunkette”, “eles são de lugar nenhum”, “cinco garotos e uma garota que estão deslocados de seu local de nascimento pela música” e “banda de rock brasileira fundada em 2005, mais conhecida por ter vencido o prêmio de “Aposta MTV” no VMB 2008.” Também vai achar alguns sites de garotas suecas, não muito musicais. Mas, na verdade, o Garotas é conhecido por ser uma injeção funky (e) brasileira, de sentimento antigo e sonoridade nova. Um barato.

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O vocalista Guilherme Saldanha falou com a gente sobre o novo disco, “Escaldante banda”, que será lançado no começo de setembro, por enquanto só na gringa. Shows fora daqui, dificuldades de turnê no Brasil e cruzeiro hipster também estão no cardápio.

Texto: Ana Laura Malmaceda/Fotos: Manoela Miklos

Uma das coisas que tive mais dificuldade pra saber é… como vocês estão? Depois da turnê, agora o lançamento do disco, o que tá rolando de novo?

Então, voltamos da última turnê nos EUA em Abril. Desde fevereiro a gente está trabalhando no disco “Escaldante banda” que foi finalizado no começo deste mês. Agora o disco foi para a fábrica e deve ser lançado fisicamente nos EUA no começo de setembro.

Li no twitter de vocês que o Garotas foi selecionado pra tocar no Bumbershoot, em Seattle. Dá pra falar mais sobre isso pra gente e sobre as próximas datas marcadas?

Sim, a gente foi chamado para tocar no Bumbershoot que vai ter o headline do Bob Dylan e do Booker T. O mais legal é que nessa última turnê a gente foi tocar em Seattle e o curador do Bumbershoot estava lá – o que é uma coisa muito rara já que estes caras não costumam ir em inferninhos como o que a gente tocou. Em todo caso a gente já estava escalado para tocar no festival só que em um palco de menor visibilidade mas o cara gostou tanto do nosso show (ele tinha bebido pacas) que resolveu botar a gente em um palco aberto para cinco mil pessoas no centro de Seattle!

Bom, essa próxima turnê americana vai começar no final de agosto e vai até outubro. Vai ser a nossa maior turnê tanto em termos de tempo quanto pela qualidade dos shows. Além de tocar no Bumbershoot vamos tocar no MusicFest NorthWest em Portland, e no Roots N’ Blues Festival em Columbia, Missouri, que são festivais relativamente grandes. A idéia desta vez é cobrir tanto a Costa Oeste (California, Oregon e Washington) quanto a Costa Leste e chegar até o Sul (onde  a gente nunca tocou). Eu particularmente estou bastante ansioso para tocar em uma bloc party no Maine, onde a gente foi escalado para tocar…

No momento nós estamos fechando nossa ida para os EUA e Europa em Março de 2011. Um dos shows é um “cruzeiro musical” (tipo Roberto Carlos – mas ao invés de velhinhas, hipsters) de Miami para as Bahamas!

Com o lançamento do “Escaldante Banda” na gringa, dá pra dizer que vocês conseguem trabalhar mais fora do país. É mais fácil trabalhar lá fora?

Infelizmente é verdade. Ainda é muito complicado fazer turnês no Brasil do jeito que a gente faz nos EUA. Além do mais, fazer shows “pingados”, mesmo nas capitais, como Porto Alegre e Brasília, ainda requer uma matemática pouco favorável – para usar um eufemismo – para as bandas. Fora isso, nosso trabalho está mais estruturado lá fora onde nós temos um selo que banca, distribui e faz a publicidade do nosso disco e uma agência que marca os shows. A gente fica um pouco chateado com isso, de não ter ido nunca tocar em Salvador, por exemplo, e ter tocado três vezes na Filadélfia, mas a realidade é que, pra gente ainda é mais fácil pegar um avião para ir para os EUA do que pegar um avião para ir para Manaus.

O “Escaldante Banda” será lançado aqui? Dá pra falar mais sobre o novo disco, como soa e como estão/foram as gravações?

Então, a gente está se preparando para fazer shows de lançamento aqui em Outubro. O lance é que esta estória de lançamento na era do MP3 é bastante complexa. A gente não conseguiu ainda nenhum apoio de selos que queiram distribuir o “Escaldante Banda” em escala nacional, mas na verdade a gente ainda não sabe até que ponto isto é importante. No momento estamos nos preparando para lançar o disco em edição limitada, em formato vinil e cd, pelo nosso “selo”.

Bom, o disco está muito bom! Pela primeira vez a gente terminou as gravações com aquela sensação de que tinha atingindo as nossas próprias expectativas. Em termos de sonoridade é meio que um aprofundamento do que a gente tinha começado a fazer no EP Dinossauros – ou seja, tentar fazer música na tradição da canção brasileira com uma pegada atual. Nesse disco a gente tentou dar uma refinada no uso das guitarras limpando o peso das harmonias. A gente também, pela primeira vez, usou violões. Ao contrário dos outros discos onde a presença do teclado é marcante, desta vez a gente usou um órgão hammond, além de pianos elétricos e acústico. Assim como no Dinossauros o escaldante banda conta com a presença de um percussionista e um trio de sopros. O que tem de mais diferente no “escaldante banda” é a presença do “Coro das Cabrocha Linda” em várias músicas. Fora isso nós estamos melhores músicos, compositores e produtores e dá pra sentir isso no Escaldante Banda. As reações dos nosso amigos tem sido bem interessantes – entre os nomes surgidos quando da primeira audição estão – Ney Matogrosso, Joe Cocker, Rita Lee, Buddy Miles, Gal Costa, Sublime, Stone Roses, Red Hot Chilli Peppers, Tropicália.

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22/07/2010

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