Optimus Primavera Sound

27/05/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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27/05/2013

José Barreiro é português e um dos responsáveis por convencer os organizadores do Primavera Sound, de Barcelona, a realizar uma extensão do projeto em Portugal: o excelente Optimus Primavera Sound, no Porto, que realiza sua segunda edição de 30 de maio a 02 de junho – novamente, a exemplo de 2012, com um line-up de primeira categoria e a chancela de nomes como All Tomorrow’s Parties (ATP) e Pitchfork na curadoria de palcos paralelos.

Barreiro é um dos sócios da Ritmos, produtora responsável pelo festival Paredes de Coura (um dos mais simpáticos e duradouros encontros de música em Portugal, montado em uma região de grande beleza natural no norte do país e que este ano traz nomes como Belle & Sebastian, The Knife, Calexico, Hot Chip e Alabama Shakes). Sua produtora também realiza projetos igualmente interessantes como o Festival Para Gente Sentada e o Serralves em Festa – este, mobilizando um dos principais centros de arte contemporânea portugueses durante 40 horas, sem parar, ao longo de um final de semana no mês de junho.

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Nesta entrevista exclusiva à NOIZE, Barreiro fala sobre o circuito de festivais de música de Portugal (inveja!), comenta o caráter multicultural do público do Optimus Primavera Sound e dá uma série de motivos para lhe convencer a visitar o Porto na edição do OPS de 2014 – ou mesmo deste ano. Confira:

Muitos brasileiros, mesmo os entusiastas e ouvintes regulares de nova música, não conhecem o Primavera Sound como um todo, bem como a reputação que possui. Pode nos contar como e quando surgiu o festival em Espanha, e motivado por quais fatores?

Não sou a pessoa ideal para responder a esta questão, uma vez que só sou diretor no Porto e não em Barcelona. No entanto, sei que o festival surgiu em Barcelona há 12 anos atrás, em 2001, organizado por pessoas que gostavam de música e que acreditavam que era possível fazer um festival com uma qualidade musical inquestionável, em ambiente urbano.

Como se deu a chegada da extensão do festival ao Porto, e o que atraiu os organizadores originais pela cidade, em detrimento de outras (havia a hipótese de Amsterdam, por exemplo)?

A extensão do Porto surgiu porque éramos (a organização do Porto) muito fãs do festival em Barcelona. Já organizávamos festivais em Portugal e achamos que era o festival ideal para uma cidade como o Porto. O Porto à semelhança de Barcelona é uma cidade muito criativa e com uma predisposição para a novidade. Depois foi preciso convencer a organização de Barcelona que o Porto era a cidade ideal. E correu bem…

O que o Primavera Sound do Porto tem de diferente em relação ao de Barcelona, na sua opinião, de modo a estimular os “turistas musicais” brasileiros a visitarem Portugal e não Espanha?

Antes de tudo, é um festival de menor porte. No Porto atuam cerca de 60 bandas, enquanto Barcelona já vai em 150. No entanto, é possível ver um número de bandas significativo, pois os palcos estão mais perto uns dos outros. O Porto dispõe de um local bem mais bonito do que Barcelona. O Parque da Cidade no Porto é o lugar mais incrível que encontrei até hoje para fazer um festival urbano. Fica no meio da cidade, mas transporta-nos para um ambiente campestre. Lindo! Depois, a cidade. O Porto é uma cidade a descobrir. Come-se muito bem e barato e dorme-se também a preços muito convidativos.

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Seria interessante destacar o caráter cosmopolita do OPS. Qual o volume de público de 2012, e vindos de quantos países aproximadamente?

Na primeira edição tivemos mais de 30 nacionalidades num público de 25.000 pessoas por dia. Este ano temos um estônio a vir de bicicleta para o Porto! É incrível a força do Primavera Sound, uma marca de prestígio e que arrasta gente de todo o mundo.

Um dos grandes destaques do festival no Porto em 2012 foi, na nossa opinião, o bom gosto estético do ambiente, com um tom de respeito ao público (não tão juvenil como a maioria dos festivais) e sem a tradicional overdose de marcas poluindo o entorno dos concertos e a experiência como um todo. Presumimos que este seja um desafio difícil de se manter diante da agressividade das marcas que desejam conversar com este público. Como equacionar os desejos de ambos os lados, festival e patrocinadores?

De fato a média de idades rondava os 30 anos, o que trouxe um invulgar respeito pelo Parque da Cidade e pelos artistas. Em relação aos patrocinadores, o truque esteve em envolvê-los, desde o início, enquanto organização. Fazê-los sentir que também pertencem ao festival e que o sucesso é partilhado por todos.

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A quantidade e qualidade de festivais de verão em Portugal é incomparável em relação ao Brasil. Como explicar tamanha diversidade e sucesso em um país que regularmente deprecia seu tamanho, importância e capacidade de irradiação cultural?

Os festivais em Portugal começaram em inícios dos 90 do século passado. A sua proliferação deve-se a uma “imagem positiva” que os patrocinadores e as cidades onde são realizados conseguem passar para os meios de comunicação. Em termos culturais não contribuem muito para a irradiação cultural portuguesa, pois os cartazes são compostos por 90% de bandas estrangeiras. Contribuem, isso sim, para uma cultura cosmopolita e de respeito pelo outro que não era muito comum no Portugal dos anos 1990. Depois temos muitos festivais; mas só 3 ou 4 tem, de fato, notoriedade – o que nos coloca na média europeia em número deste tipo de eventos.

_Alisson Avila: Journalist. Researcher. Design Thinking developer. Strategic Planner. Project Manager. Marcom & PR specialist. Writer. Curator. Film & Visual Arts promoter. Music Lover. Information addict. Husband. Father. Camper. http://about.me/alisson.avila

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27/05/2013

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