Conversamos sobre música e fotografia com Julian Lennon, o filho mais velho do John

19/05/2017

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Ariel Fagundes

Por: Ariel Fagundes

Fotos: Reprodução

19/05/2017

Nascido em 1963, Julian Lennon era apenas um bebê quando a beatlemania tomou conta do mundo. Filho de John Lennon com sua primeira mulher, Cynthia Lennon, ele cresceu tendo pouco contato com seu pai, que manteve sigilo público sobre seu casamento com Cynthia e a existência de seu primogênito quando a banda explodiu. Ainda que tenha inspirado as composições de “Lucy in the Sky with Diamonds”, “Hey Jude” e “Good Night”, Julian carrega até hoje o peso de ser filho de um artista do tamanho de John Lennon. Em diversas entrevistas, ele já declarou ter poucas memórias afetivas com seu pai, que manteve uma postura deliberadamente ausente.

Cynthia, Julian e John (Reprodução)

A dor da carência de afeto se transformou no desejo de melhorar a vida de outras pessoas e, hoje, Julian mantém a The White Feather Foundation, uma instituição filantrópica com atuação em muitos países. Essa inquietação também se reflete tanto em sua carreira musical, que conta com seis discos de estúdio, quanto em sua obra fotográfica. Está aberta na Leica Gallery, em São Paulo, uma exposição sua que traz ao Brasil as séries de imagens Cycle e Rock “N” Roll Suíte. A primeira delas foi feita no ano passado, quando Julian viajou para o Sul da Ásia registrando a rotina de pessoas que vivem às margens do Mar da China Meridional. Essa série fica exposta em SP até o dia 24 de junho.

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Rock “N” Roll Suíte foi um pedido da Leica Gallery para Julian que já se tornou parte do acervo permanente da galeria. Essa coleção reúne cenas de grandes ícones musicais captadas pelo olhar do fotógrafo. Gigantes como ZZ Top e U2 se tornam seres humanos reais através das lentes de Julian, que vive para expressar o que sente. Música e fotografia “conseguem expressar as mesmas emoções”, diz o artista nesta entrevista que deu à NOIZE, confira abaixo:


Fotos da série Rock N’ Roll Suite (Julian Lennon/Reprodução)

Como a mensagem libertária e humanitária que seu pai espalhou influenciou você enquanto músico e fotógrafo?
Não muito, na verdade… Foi a força e resiliência da minha mãe Cynthia que me ensinaram a amar e ter compaixão nesse mundo. De um ponto de vista musical, eu só queria cantar sobre a injustiça que eu vejo no mundo, mas com um sentido de esperança e não de raiva. Enquanto fotógrafo, eu quero mostrar às pessoas que não têm como viajar, seja por motivos financeiros ou por questões de saúde, como o mundo se parece através dos meus olhos.

O que a fotografia consegue expressar que a música não consegue, e vice-versa?
Eu acredito que ambas conseguem expressar as mesmas emoções.

A série Cycles colocou você em contato com pessoas que vivem de formas completamente diferentes da sua. O que você aprendeu com elas e o que você estava buscando nessas viagens?
Eu estava interessado na maneira como as pessoas vivem e a melhor coisa que eu poderia dizer sobre a maioria delas é que a maior parte parecia feliz, mesmo tendo poucos motivos para isso. Mostrando que é no amor, na família e na amizade que a verdadeira felicidade se encontra.


Fotos da série Cycles (Julian Lennon/Reprodução)

Você acredita que a fotografia consegue ajudar essas pessoas carentes? Como?
Eu sei que consegue. Começando através da venda de fotos, como eu faço, onde uma parte dos lucros vai para a minha fundação [The White Feather Foundation] possibilitando que continuemos fazendo esse trabalho de salvar vidas.

Que relações você vê entre a sua música e a sua fotografia?
A relação que existe é no ato de contar uma história, ou falar da realidade da vida… E pode ser uma história boa ou uma história ruim.

Julian Lennon – Cycle e Rock N’ Roll Suite
Quando? Até 26/6
Onde? Leica Gallery São Paulo (Rua Maranhão, 600, Higienópolis)
Que horas? Terça a sexta: 11h – 19h / Sábado: 11h – 16h
Quanto? Entrada Gratuita

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19/05/2017

Editor - Revista NOIZE // NOIZE Record Club // noize.com.br
Ariel Fagundes

Ariel Fagundes