Alguns nomes do esporte ficam para sempre. Seja pela performance, pela atitude ou pelo pioneirismo. Steve Caballero é um deles. O lendário skatista começou a carreira praticamente junto com o esporte, ainda nos anos 1970, construindo seu estilo ao mesmo tempo em que fazia história. Um evento organizado pela Vans trouxe – além de Caballero – grandes skatistas como Jeff Grosso, Omar Hassan e Josh Borden ao sul do Brasil em uma sessão inesquecível na Banx (Porto alegre) e Swell Skate Camp (Viamão). A oportunidade única de presenciar essas lendas do esporte foi aproveitada por um público jovem na maioria, mas abrangeu todas as gerações do skate, incluindo emocionados pioneiros do esporte na cidade.
A própria Swell deve muito de sua história a skatistas como Caballero. Construída em 1978, foi baseada nas primeiras revistas americanas que chegavam ao Brasil e se tornou um polo do skate no Rio Grande do Sul, construindo a história do esporte no estado. Hoje, reformulada, mantém viva a criação de apaixonados pelo carrinho. Portanto, nada poderia ser mais clássico. Conversamos com Steve Caballero e congelamos algumas imagens deste belo dia de uma atividade que surgiu da adrenalina adolescente e virou uma grande indústria, mas nunca perdeu seu foco: a diversão.
Jeff Grosso varou o peito de pombo do bowl da Swell num belíssimo boardslide. Confira o vídeo:
Arranjamos tempo para uma rápida entrevista com Steve Caballero, enquanto ele passava um spray anti-séptico no joelho e descansava depois da sessão.
Qual a importância da música na sua vida?
Música é importante pois caminha lado a lado com o estado de espírito que você está. Em esportes como o skate, a música se encaixa perfeitamente, ambos tem muita energia.
Você tocou baixo com o Millencolin durante vários shows da Warped Tour. Está tocando alguma coisa atualmente?
Não toco nada desde 2004, depois que terminei com a minha banda, The Faction. Eu troquei a guitarra pelo pincel e agora tenho feito mais trabalhos com arte, é a forma como me expresso agora.
Você está fazendo para marcas ou comercialmente?
Eu faço para algumas marcas de skate e exposições de arte na minha terra natal.
Algumas das telas do skatista:
Eu estava assistindo o filme The Search For Animal Chin e é tão interessante parar e pensar no que vocês todos se tornaram depois daquilo. Vocês eram amigos? Motivavam um ao outro?
Naquela época, quando filmamos o “Animal Chin”, foi um filme muito legal porque misturava a nossa personalidade com o skate. Ficávamos juntos e viajando com todo os meus amigos do time do Powell-Peralta, a Bones Brigade (formada por Caballero, Lance Mountain, Mike McGill, Tommy Guerrero e o ainda magrinho Tony Hawk), e ajudou muito para as pessoas nos ver não apenas em cima de um skate, mas como pessoas, convivendo. Era um vídeo para se divertir, assim como o skate é.
Naquela época você era um menino que estava recém começando e andando muito, mesmo muito jovem. Hoje você vê todos esses garotos aqui te tratando como um ídolo. Como você se sente?
É definitivamente uma honra que as pessoas olhem para a gente como alguém especial e que foi importante para o skate. Sou muitíssimo agradecido aos fãs, pois sem eles não teríamos uma carreira profissional.
Você se preocupa com a imagem que passa para eles?
Sim, sempre penso nisso. Acho que a imagem tem muito a ver com a sua carreira e a forma como as pessoas olham para você. Eu sempre tento retratar a melhor imagem que posso. Eu sei que nós skatistas somos uma grande influência para as crianças hoje em dia e sabendo que tenho efeito na vida de alguém, prefiro fazê-lo de uma maneira positiva do que de uma maneira negativa.
Você continuou com Powell-Peralta todos esses anos, diferente dos seus colegas da Bones Brigade. Por quê?
A razão que continuei com ele por todos esses anos é porque consegui um ótimo contrato de tênis com a Vans. Por isso não precisei sair, mesmo com as vendas dos meus shapes da Powell-Peralta caindo, eu conseguia me manter muito bem.
Você passou por todas as fases do skate, do vertical ao street e até já andou na mega rampa. Como você vê o futuro do skate?
Eu realmente não sei o que te dizer sobre o futuro do skate. O esporte virou mundial, mais e mais pessoas estão praticando. Tenho certeza que terão mais skatistas puxando tudo ao limite extremo e tornando a coisa cada vez mais excitante. Eu estarei junto nessa. Pra qualquer lado que a coisa vá, eu estarei lá (risos).
Você também tem praticado motocross?
Sim, estou fazendo pelo exercício e definitivamente é uma sensação ótima voar de moto. Me lembra um pouco quando comecei a andar de skate.
Você visitou o parque Marinha aqui em Porto Alegre? É uma pista bem clássica da cidade.
Sim, andamos lá, com rodinhas mais moles, foi muito divertido. Andamos um pouco no bowl também, foi bem interessante de conhecer.
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Da passagem pela Swell, a equipe da Vans segue para Floripa, para participar do Red Bull Sk8 Generation, que rola nos dias 15 a 18 de dezembro, no bowl do RTMF. O evento se trata de um desafio de 6 equipes que serão constituídas por 3 skatistas de categorias diferentes: 1 Amador, 1 Profissional e 1 Pro Master.
Entre os confirmados estão:
Pro Master
Steve Caballero
Jeff Grosso
Léo Kakinho
Mauro Mureta
Daniel Kim
Pro
Omar Hasan
Rune Glifberg
Josh Borden
Otávio Neto
Pedro Barros
Marcelo Kosake
Amador – Os vencedores das duas primeiras etapas do circuito Hi Adventure de bowl, o “The Number One of RTMF” e mais os 04 melhores colocados da última etapa do mesmo circuito, que acontecerá nos dias 11 e 12 de dezembro.