Com dezessete anos de carreira, Arthur Valente Nogueira se revela como um poeta no mundo da música. Aos 33 anos, o artista que tem um currículo de prestígio, onde reúne trabalhos como produtor musical de Fafá de Belém e Adriana Calcanhotto, além de ter composições interpretadas por Gal Costa e Cida Moreira, agora lança seu sexto disco, chamado Brasileiro Profundo (2022).
Nesta terça-feira (8), Nogueira lança exclusivamente na Noize o videoclipe da faixa “Brasileiro Profundo”, que dá nome ao disco. “Na hora de pensar sobre o clipe, quando o Vitor sugeriu um jogo de luz e sombra, eu propus, por causa da capa do álbum, que a gente usasse folhas de papel”, destaca o artista. No clipe, dirigido por Vitor Souza Lima, o cantor dança literalmente através de páginas, onde realiza movimentos sobre efeito de luz e sombra.
O disco que abre com a faixa “Valente”, sobrenome do cantor, tem videoclipe gravado nas ilhas do Mosqueiro e Combu, região metropolitana de Belém, e incluem cenas de arquivo em Berlim. O paraense exalta sua cidade tanto por meio da escrita, como pela sonoridade de suas músicas, e igualmente através do audiovisual. “O álbum tem como fundamento a percussão, em vez de bateria ou programações eletrônicas. São canções que se apoiam, principalmente, nos tambores, de modo a celebrar não só a música do Pará, mas a riqueza cultural que herdamos dos povos africanos e indígenas.”
Ao todo, o álbum conta com 12 faixas, onde se prossegue o trabalho autoral de Nogueira. “Eu sempre digo que só faço música por causa dos poetas. Foram eles que me “chamaram” para a música, na passagem da infância para a adolescência.”, afirma o multiartista.
O projeto reúne três facetas: álbum, videoalbum e livro. A produção audiovisual fica por conta de Lima, onde ilustra a trajetória de Nogueira e tem previsão de lançamento para terça-feira (22). O álbum tem produção musical de Leonardo Chaves e participação de instrumentistas de diferentes lugares do país.
Já o livro possui prefácio de Calcanhotto e posfácio de Antonio Cicero, e transporta as composições feitas pelo artista ao longo de sua carreira, com destaque para o material inédito do álbum homônimo. “Depois que reuni o meu material, mostrei para a Adriana Calcanhotto e ela me escreveu o texto que está no livro, em que me chama de poeta. Cleilton Silva, meu amigo e mestre em literatura, também incentivou que eu publicasse minhas letras.”, assume o cantor.
O trabalho de Nogueira se encontra em todos os streamings, enquanto seu livro está em pré-lançamento, com previsão de chegada no fim do mês em livrarias.